Artigo, Hamilton Mourão, Correio do Povo - Narrativas e demagogia na crise da segurança pública

A operação contra o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, registrou alto índice

 de letalidade, mas mostrou a verdade: o Brasil caminha para se tornar um

 narcoestado e a autoridade do braço estatal foi corroída. O Estado brasileiro,

 leniente e omisso, permitiu que o crime se transformasse em poder paralelo.

 A Operação Contenção, feito ímpar das polícias cariocas, fez com que o Brasil

 assistisse a cenas de guerra, em que criminosos fortemente armados e camuflados

 optaram por enfrentar as forças de segurança, empregando táticas de guerrilha

 como fogos direcionados para barricadas e drones com explosivos.

 Além do combate, em que policiais, heróis anônimos, enfrentam as

narcoguerrilhas, vê-se um governo que nega apoio para as Polícias, nega o

 empréstimo de blindados e alimenta a bandidolatria, com chavões como chacina e

 massacre.

 O drama do Rio não é tragédia isolada, é realidade construída em consequência

 de anos de permissividade e cumplicidade institucional diante do avanço do

 tráfico. Exemplos não faltam: México, Colômbia, Peru e Venezuela mostram quão

 nociva é essa realidade. Resta admitir que o Brasil está perdendo a guerra contra

 o crime organizado, tendo um governo omisso que permite o fortalecimento do

 poder das narcoguerrilhas.

 Absurdamente, a mídia marrom obriga o povo a ouvir pseudoespecialistas de

 segurança que vociferam teorias que só se aplicam ao ambiente acadêmico,

 esquecendo-se de mostrar a violência e o “jugo” a que são submetidas pessoas de

 bem condenadas a viver sob a tutela das facções criminosas.

 Basta de omissão! Basta de criminosos que são “vítimas da sociedade”, basta de

 territórios liberados! Basta de justificar o injustificável, mas principalmente basta

 de leniência no combate ao crime organizado! Vivemos uma guerra e guerras não

 se vencem sem líderes, sem estratégia e sem batalhas. Sim, batalhas terão de

 existir e o preço a ser pago será alto.

 Não chegamos a esse estado de coisas do dia para a noite e uma análise do

 processo mostra o alto preço pago pela inação. Por anos, a conveniência e a

ideologia foram combustível para a leniência. O Estado abandonou comunidades,

 não existe vácuo de poder. O crime prosperou, se armou, se adestrou, aumentou

 efetivos, articulou a estrutura hierárquica e de lavagem de dinheiro, roubando a

 liberdade das pessoas, sequestrando a prerrogativa estatal da prestação de

 serviços e evoluindo para a grilagem e especulação imobiliária. A estrutura criada

 é tão ramificada e forte que se tornou um desafio de vida ou morte para o Estado

 brasileiro.

 Estamos diante do que chamamos de ponto de decisão: ou entendemos que o

 Estado deve aceitar a realidade e bater os narcoterroristas com força total,

 atendendo a uma demanda legítima e urgente da sociedade, ou aceitamos que os

 cidadãos irão viver imersos na intolerável realidade do jugo criminoso que

 comprometerá as próximas gerações, trazendo desordem, insegurança e caos

 social!

Um comentário:

  1. e o senador que pertence a um senado que aprova tudo isso...ontem mesmo aprovou novo mandato ao procurador geral..uma pessoa despreparada e politizada para exercer um cargo para deixar tudo como está..o senado age criminosamente para manter tudo isso como está...

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