Mediocridade e Fascismo

Astor Wartchow
OAB-RS 25837

 As recentes ocupações, depredações e violações do espaço público da educação em vários pontos do país apenas confirmam o que já se sabia e previa.
 Ou seja, o estrago causado pela demagogia e hegemonia político-ideológica adquiriu proporções gigantescas e  incontornáveis.
 Em meus artigos sempre utilizei a expressão "autodenominados partidos de esquerda" porque tais grupos não são de esquerda. São uma deturpação dos ideais da verdadeira e histórica esquerda nacional.
 A recente experiência de poder, e consequente populismo, soberba, arrogância e corrupção sistêmica, revelou sua face e prática fascitóide.
 Se a pacificação dos ânimos pessoais e a correção da economia levarão anos para serem normalizados, os danos causados no ambiente educacional são quase irreparáveis.
 Seja no ambiente do ensino médio, seja no universitário, tanto no corpo discente quanto docente, predomina o constragimento ao exercício pleno da liberdade de pensamento e expressão.
 Muitos alunos e professores, por seus interesses na carreira e preservação pessoal, e às vezes também por medo e constrangimento, calam-se e submetem-se.
 Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, como reza a constituição, deixaram de ser um parâmetro, um ideal e um direito. O ambiente escolar público (razão e metas) deixou de ser um projeto da nação para tornar-se um  campo de dominação político-partidária.
  O ideal do pluralismo de pensamento e expressão deu lugar ao pensamento único. Típica prática fascista e totalitária.
 Entre as dezenas de imagens deprimentes que assistimos nos últimos meses - escolas fechadas e depredadas, alunos e professores impedidos de ingressar e exercer seus direitos e ofícios, nenhuma foi mais violenta e simbólica de nossa decadência e omissão quanto aquela imagem que mostrou o professor escrevendo no quadro-negro e o aluno rebelde ao seu lado apagando imediatamente o conteúdo didático. Sem constrangimento e sem pudor.
 Os ditos e autodenominados partidos de esquerda têm em seus manuais (e documentos partidários) a pretensão e objetivo da hegemonia e controle ideológico.
 Nos tempos de Mao Tsé-Tung (China) e Adolf Hitler (Alemanha), sua juventude amestrada queimava livros em praça pública. No Brasil, agora, depredam escolas e apagam as lições do quadro negro! 

Artigo, Lasier Martins, senador - Quando o helicóptero sobrevoa

Quando o helicóptero sobrevoa à baixa altura o condomínio dos senadores, na Superquadra 309 Sul, em Brasília, já se sabe, lá vem visita surpresa a algum dos apartamentos funcionais. E começa o ritual já rotineiro nestes tempos de Operação Lava Jato, Zelotes, Custo Brasil e Pixuleco. O helicóptero circula lá em cima, controlando o movimento da operação, enquanto por terra vai chegando o comboio de viaturas da Polícia Federal. Os agentes descem rápido, alguns tomam o elevador, outros ficam por baixo e o espetáculo cinematográfico se completa com a chegada do séquito pré-avisado de jornalistas, cinegrafistas, fotógrafos, mantidos à distância, mas na expectativa de focar a figura pública que vai sair conduzida.

Do meu apartamento funcional, despertado pelo helicóptero, vizinho do visitado, acompanho decepcionado e pensativo sobre mais um episódio escandaloso desta época histórica de faxina na política e nas gestões públicas. A que ponto chegou a degradação causada por ambições de poder e por posse do dinheiro público. Mas se tudo triste, também positivo ao significar mudança de costumes e novos tempos que vão acabando com o mito da impunidade dos poderosos. Desde o processo do Mensalão, o ciclo antigo foi rompido. Dezenas de gestores públicos, políticos, empreiteiros famosos, empresários em geral entraram no radar das autoridades. Muitos ainda só sob uma névoa de desconfianças, mas ameaçados de entrar na fila. Outros gravemente implicados e sob investigações. Outros já condenados e presos. Uma gorda safra de condenações jamais imaginada.

A atividade no serviço público, tantas vezes mais patrimonialista que público, estava contaminada há décadas. Mas tende a mudar. As lições vêm sendo duras. Neste cenário, notável tem sido o desempenho das autoridades, reabilitando-se de crônica indolência do passado. Ministério Público Federal, Judiciário, Polícia Federal e Receita Federal, além da imprensa, marcam uma época de ouro para estas instituições. A facilitar as coisas, o advento da Lei da Delação Premiada, de 2013, a contribuir decisivamente para desvendar os grandes ilícitos das origens remotas às atuais incriminações judiciais.

Bradesco acha que taxa de juros cairá a partir de outubro

O pessoal do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas do Bradesco, dirigido por Octavio de Barros, diz esta manhã nos eu informe diário que o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do segundo trimestre, divulgado ontem pelo Banco Central (BC), trouxe várias condicionantes para o início da redução da taxa de juros. 

Leia o informe:

Mesmo entendendo que “o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”, acreditamos que ao longo dos próximos meses crescerão evidências de avanço favorável da política fiscal, do arrefecimento da inflação (diante da dissipação do choque temporário de alimentação) e da queda das expectativas de inflação, favorecida pela apreciação da taxa de câmbio. Dessa forma, reavaliamos nossa expectativa em relação ao momento do primeiro corte da Selic, passando de agosto para a reunião de outubro. Assim, a Selic deverá encerrar este ano em 13,25%. Mantemos, contudo, o ciclo total de afrouxamento inalterado, o que significa dizer que a taxa de juros terminará 2017 em 10,25%. Para a autoridade monetária, segundo nossa leitura, há elementos que sustentam a expectativa de convergência da inflação para o centro da meta em 2017. Há, entretanto, fatores que justificam a cautela para o início do ciclo de queda da taxa de juros. Assim, reconhece (i) o choque de alimentação como temporário, (ii) o hiato como desinflacionário, o que deve permanecer nos trimestres adiante e (iii) os efeitos residuais do realinhamento de preços relativos. Esses elementos  devem garantir o cenário prospectivo para a inflação favorável, à medida que as projeções para a inflação em 2017 já estão em torno da meta, segundo o cenário de referência. Ao mesmo tempo, o Banco Central parece aguardar a confirmação da melhora do cenário fiscal, da queda das expectativas e da estabilização dos mercados internacionais, que poderá acentuar a tendência de apreciação da moeda brasileira, para tomar a decisão de redução da taxa de juros. Nesse momento, o custo de aguardar a consolidação de condições internas e externas mais favoráveis justifica postergar o começo da flexibilização da política monetária. As projeções de inflação no cenário de referência (que considera taxa de câmbio a R$/US$ 3,45 e estabilidade da Selic) foram revisadas para cima neste ano e para baixo, no próximo – quando comparadas às projeções do RTI de março. A expectativa para o IPCA de 2016 subiu de 6,6% para 6,9%. Para 2017, a projeção foi ajustada de 4,9% para 4,7%. No cenário de mercado – que considera as expectativas de mercado tanto para os juros quanto para o câmbio –, a expectativa para a alta do IPCA também subiu, de 6,9% para 7,0% neste ano e de 5,4% para 5,5% no próximo. No cenário de referência a inflação encontra-se abaixo do centro da meta no segundo trimestre de 2018 (em 4,2%), enquanto no cenário de mercado a inflação para o segundo trimestre de 2018 permanece acima da meta (em 5,5%). Em resumo, diante da extraordinária peculiaridade do momento atual, todo processo decisório em relação à política monetária se reveste de extrema reponsabilidade e cautela. Nesse sentido, coube uma reavaliação das nossas expectativas, contemplando uma postergação do início da redução da taxa de juros. Com isso, a Selic encerrará em 13,25% em 2016 e em 10,25% em 2017.