Entrevista completa com Osmar Terra, deputado Federal do PMDB do RS, ex-ministro do Desenvolvimento Social

A imprensa uruguaia registra o aumento preocupante na fronteira com o Brasil, decorrente da guerra de quadrilhas de traficantes de drogas como maconha, crack e cocaína. O que está havendo ?
Cidades como Chuy, ou mais no interior, Minas e San Carlos, viraram locais de crimes sangrentos. Aliás, é só consultar a notícia que saiu no jornal  El Observador, de Montevidéu, no dia 9 de maio.
             
Então não acabou o narcotráfico com a liberação da venda e consumo da maconha ?     
A situação chegou ao ponto de o exército uruguaio ser chamado para ajudar a polícia no combate ao narcotráfico, especialmente na fronteira com o Rio Grande do Sul.

Tem gente que acha que a política de liberação da droga é um sucesso.
As autoridades uruguaias reconhecem o fracasso do controle legal da maconha, pois apenas 15% dos consumidores usam os meios legais de venda da droga.;

O senhor tem números ?
De acordo com dados oficiais, 23.161pessoas estão cadastradas para comprar nas poucas farmácias que vendem a tal “maconha legal” e 147 mil compram de traficantes, o que agrava a insegurança, aumenta o número de homicídios e guerra de gangues. Os dados são do Instituto de Regulación y Control del Cannabis (Ircca) e divulgados pela Junta Nacional de Drogas. Os consumidores registrados compram maconha em 12 das 1.200 farmácias do país. Eram 16, mas algumas saíram do negócio devido às restrições dos bancos comerciais  em operar com empresas ligadas ao negócio.

As farmácias não eram mais respeitadas ?
A maioria recusou ser identificada como boca-de-fumo – prossegue Osmar Terra -. São locais de vendas de medicamentos que favorecem a saúde e não quiseram vender algo que faz mal.

O governo do Uruguai não parece reconhecer qualquer fracasso ?
Não sou eu, mas o governo uruguaio que reconhece o tremendo fracasso da liberação, uma ideia disparatada de José Mujica.

Fiergs, Fecomércio e Farsul marcam meio ano da Reforma Trabalhista

Será esta noite, 18h30min, o ato público durante o qual Fecomércio, Fiergs e Farsul lançarão manifesto em defesa da Reforma Trabalhista.

Será na sede da Fecomércio.

O ex-ministro do Trabalho, Pai da Reforma, deputado Ronaldo Nogueira, estará presente.

Amanhã, dia 11, a Reforma Trabalhista completará meio ano de vigência. Ela é um marco na modernização das relações de trabalho no Brasil. O que disso o ex-ministro, esta amanhã, ao editor:

- Após a reforma, o País começou a migrar para um sistema de autocomposição dos conflitos trabalhistas, com prestígio á negociação coletiva. Com a reforma, o acordado entre empregadores e trabalhadores, com a intermediação dos sindicatos, passou a ter força de lei. Outro ponto que destaco, é que como em qualquer processo, no trabalhista o perdedor vai pagar as custas. Com isto, moralizamos a indústria das reclamatórias. 

O deputado destacou que a legislação trabalhista baseia-se agora em três eixos: garantir direitos, conquistar segurança jurídica e gerar empregos.

Artigo, Astor Wartchow - O direito de morrer


-O autor é advogado, RS.

          Estamos vivenciando e presenciando um fato extraordinário. A longevidade humana. Graças aos novos conceitos sobre qualidade de vida, evolução da medicina e consumo regrado de alimentos e bebidas.
      Mas alcançar expressiva idade e com saúde é privilégio de poucos. A idade avançada ainda é sinônimo de problemas físicos e mentais, e,  consequentemente, de dificuldades na convivência familiar e social.
      Também são comuns os casos de portadores de doenças incuráveis e progressivas. Logo, deriva uma nova, inevitável e urgente questão pública, legal e sociológica: o direito de morrer. Um questionamento legítimo baseado em histórias pessoais e que têm em comum muito sofrimento à própria pessoa, seus familiares e cuidadores.
      Não se trata de egoísmo das pessoas submetidos diariamente ao estresse  físico e espiritual em amparar vidas e corpos incapazes de ação, emoção e/ou memória.
      Os mais conhecidos modos de extinção da vida são a ortotanásia, a eutanásia e o suicídio assistido. Habilitados e conhecedores das respectivas técnicas, os médicos e seus conselhos profissionais enfrentam as restrições e previsões punitivas da legislação penal, além do inevitável debate ético.
      Em outro nível de discussão, embasados em suas crenças espirituais as religiões e seus seguidores argumentam contrariamente ao direito de morrer. Exagerada e estupidamente, algumas religiões defendem a provação e o sofrimento, como se isso significasse nobreza e destino celestial.
      Qual pode ser o limite da nossa intervenção na vida alheia? Se é certo tutelar a vida intra-uterina, a vida de bebês e crianças, não é um exagero querer tutelar também o direito de morrer de um adulto?
      É ético submeter alguém ao sofrimento e à vida artificial, contrariando, por vezes, a própria vontade do doente? Não seria a morte muito mais digna e humana?  E não são diferentes de pessoa para pessoa os conceitos e sentimentos sobre o que significa “vida”?
      Uma pesquisa realizada em 1997 por universidades em hospitais dos Estados Unidos, que constatou o seguinte: 40% das pessoas doentes morrem sentindo dores insuportáveis; 80% enfrentam fadiga extrema; e 63% passam por grande sofrimento físico e psíquico pouco antes de morrer.
      Ao negarmos às pessoas o direito à morte, é como se o corpo delas nos pertencesse, como se nos apropriássemos do seu destino. Nós, por nossas interferências e decisões, e o estado, pelas leis restritivas e impeditivas. Tanto em um caso quanto no outro, é um absurdo.
      Um abuso em relação ao direito alheio!