Fracasso internacional

A cada dia que passa, fica mais longe o desejo irrealizável de Lula da Silva, que é o de protagonizar o papel de estadista global, capaz de mediar conflitos internacionais.

Em primeiro lugar, os governantes precisariam levá-lo a sério, mas aqui vale aquele título do filme de terror que fez sucesso em 1997, intitulado "Eu sei o que você fez no verão passado".

O mundo não é bobo, porque todo mundo sabe que Lula da Silva foi para a cadeia como ladrão do dinheiro público, corrupto e corruptor da pior espécie, segundo os sucessivos julgamentos da Lava Jato.

Ah, mas ele foi inocentado, dizem seus áulicos do momento.

O mundo todo sabe que isto não é verdade.

Até o STF, que usou de chicana para anular processos, sabe que isto não é verdade.

Começa por aí: falta-lhe credibilidade.

Até Obama, que numa reunião em Londres disse, cara a cara, "Lula é o cara", não diz mais que Lula é o cara. No seu livro de memórias, lançado em novembro de 2020, Obama desculpou-se e disse que Lula não é mais o cara, reconhecendo o caráter corrupto e corruptor do seu personagem brasileiro.

E não é só isto.

Lula desmoraliza a diplomacia brasileira, que sempre foi reconhecida como altamente profissional, tentando assumir, ele mesmo, o condutor de políticas internacionais sabidamente fracassadas, a começar por suadesastrata tentativa de mediar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, tomando de cara o lado da invasora, a Rússia. A tal ponto que o presidente ucraniano Zelensky esbonobou-o na cúpula do G7, realizada em Hiroshima, no Japão, em maio deste ano.

O pior mesmo tem sido a insistência de Lula da Silva em meter a colher no caso da guerra que move Israel para exterminar o grupo terrorista Hamas, cujas atrocidades só se comparam ao genocídio de judeus nos campos de concentrações nazistas.

Lula fala repetidamente dentro e fora da ONU.

De novo, como no caso da Rússia e Ucrânia, ele toma o lado dos bandidos e apesar disto quer posar de mediador.

Lula da Silva não engana mais ninguém, a não ser os 60 miseráveis repatriados da Faixa de Gaza, com os quais almoço hoje.

Lula faz demagogia barata e sinaliza, de novo, que está do lado dos terroristas contra Israel.

Neste encontro renegado entre Lula e repatriados de Gaza, o líder do lulopetismo mentiu descaradamente ao dizer que busca o diálogo e a paz, isto porque passou sinais trocados mais uma vez, ao sinalizar que apoia dos terroristas do Hamas contra Israel.

Ficou tudo escancarado mais uma vez, porque o ogro lulopetista não convidou repatriados de Israel (1.300) mas, sim, repatriados de Gaza (60). Nenhum dos repatriados de Gaza condenou os terroristas.

Nesta segunda-feira, ele almoço de Natal com pessoas repatriadas de Gaza. O encontro ocorreu no Hotel de Trânsito da Base Aérea de Brasília. Durante o almoço, Lula defendeu a criação de um Estado palestino e expressou sua intenção de continuar trabalhando com a Organização das Nações Unidas (ONU) para viabilizar essa medida e assegurar que os povos possam viver em paz, como informado pelo G1.

Por tudo isto, considerando-se apenas a cena internacional e apesar de ter passado 62 trocando pernas pelo mundo em apenas um ano de governo, Lula da Silva termina o ano muito menor do que quando entrou nele pela porta dos fundos, ajudado pelos seus amigos do STF.

Artigo, Silvio Lopes - Por trás do verniz ...

Foi o biólogo Francis de Waal que na década de 70 do século passado( 1977) cunhou a expressão " teoria do verniz". Através dela, o cientista provou que " a civilização não passa de uma fina camada de verniz que a qualquer teste da verdade, descasca". Ao longo do chamado processo civilizatório da humanidade, notadamente dos últimos seis milênios para cá, várias civilizações foram surgindo, se estalecendo e... desaparecendo. A teoria de Waal se aplica a cada uma delas e explica( e até justifica), suas derrocadas. Estamos, no Brasil, experimentando a implementação( forçada) de um processo civilizatório envernizado do princípio ao fim. De cabo a rabo, no linguajar popular, digamos assim. Não há como redundar em algo que preste. Se os exemplos de civilizações anteriores erigidas sob rígidas normas de comportamento e cimentadas sob valores éticos e morais, assim mesmo acabaram frustrados, o que esperar da receita civilizatória hoje em curso no Brasil? Quando o verniz mostrado encobre a verdadeira face da devastação ética e moral da sociedade brasileira; a romantização da bandidagem e a indisfarçável e espúria intenção de instrumentalizar a tirania como forma de dominação e submissão do povo, eis o sinal dos tempos de trevas que nos chega a galope. Não sei não se desta vez, ao contrário do que ocorreu em 64( graças à decência e amor à Pátria dos generais à época, hoje inexistente no comando das tropas), iremos  nos livrar da mão pesada do arbítrio e da opressão, antesalas da vasto, deprimente e desumano albergue em que buscam transformar esta, até então sonhada, " nação do futuro". 

Sílvio Lopes, jornalista, economista e palestrante sobre Economia Comportamental.