Direito de resposta - Mães & Pais pela Democracia


Prezado Jornalista Políbio Braga,

Em matéria veiculada no último dia 28 de março de 2019, o Sr., mais uma vez, rotula de forma, ao que parece, deliberadamente equivocada e sarcástica a Associação Mães e Pais pela Democracia como se esta fosse formada por “ativistas lulopetistas ou psólicos”. A repetição do uso de tais estranhos adjetivos acerca dos membros de nossa Associação em sua matéria, Sr. Jornalista, seria por nós ignorada, não fosse outra inverdade nela contida e que afeta diretamente a nossa honra, reputação e imagem: o alegado protesto contra a presença de policiais armados em escolas da capital, no dia de ontem. Como já mencionamos em outra oportunidade, somos um grupo suprapartidário e que se reconhece como um novo movimento social, sem a partidarização e a polarização tradicionais no seu gene.
As ameaças criminosas dirigidas à comunidade escolar da rede Marista de ensino em Porto Alegre/RS e que foram divulgadas, antes, nas redes sociais, e, posteriormente, em todos os meios de comunicação, provocaram enorme pânico junto a mães, pais, alunas, alunos, professoras, professores e demais integrantes dessa comunidade. Por conta disso, houve imediata e possível reação das autoridades constituídas, a exemplo da administração escolar e da Secretaria Estadual da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, assim como de mães e pais, de forma individual, ou mesmo, coletiva, pela nossa Associação. 
Ou seja, Sr. Jornalista, a presença de policiais ostensivamente armados nas escolas é também consequência do pedido espontaneamente realizado pela nossa Associação como resposta ao crime de terrorismo praticado esta semana e que claramente foi incitado e radicalizado pelos discursos de ódio e de intolerância que, infelizmente, tomaram conta de vários meios de comunicação, como o seu blog na Internet. 
Por outro lado, Sr. Jornalista, a necessária presença da força policial em ambiente escolar não afasta a imprescindível crítica não só ao fato criminoso gerador dessa excepcional medida, como também ao triste momento político e social do país que torna imperiosa a assistência de policiais fortemente armados num espaço onde os instrumentos deveriam se limitar aos livros, ao conhecimento, ao amor e à liberdade, sem romantismos. Há que se louvar o tipo de policiamento que aconteceu no dia de


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hoje, por exemplo, em que as polícias estiveram presentes sem a exposição de armas e carros, de forma discreta e inteligente, e que produziu, sem dúvidas, mais sensação de segurança para toda comunidade escolar. Em suma, Sr. Jornalista, a crítica realizada pela entidade NUNCA se dirigiu às polícias e/ou as autoridades públicas. Note-se que essa interpretação não seria possível, na medida em que esta Associação defende a democracia e o Estado Democrático de Direito. Portanto, temos a ciência de que não haverá direito à segurança sem a segurança do direito à educação. 
Reforce-se, por oportuno, que a repressão qualificada é fundamental, sobretudo de modo inteligente, integrado com outras agências e com o uso de tecnologia. Defendemos, de igual modo, o desenvolvimento de políticas públicas de prevenção social das violências, desde o papel dos Municípios e das Guardas Municipais, passando pelas agências de educação e chegando até os competentes e aguerridos policiais gaúchos – tanto a Brigada Militar quanto a Polícia Civil. Nossa Associação quer contribuir não somente com o necessário “apagar incêndios” de situações-limite ou de crise, como a levada a efeito esta semana, por criminosos virtuais, como também com a superação da gestão por espasmos em prol da gestão de políticas públicas de segurança baseadas em evidência, o que demanda a conjugação de esforços integrados no âmbito do controle da criminalidade e da prevenção das violências. 
Nesse sentido, agradecemos imensamente aos órgãos de segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul e ao Senhor Secretário de Estado e Vice-governador, Del. Ranolfo Vieira Jr., que, prontamente, nos atenderam, garantindo, com os seus limites, a segurança do direito à educação, sobretudo para quem resolveu levar seu(sua) filho(as) à escola em um dia de tantas incertezas e medos. 
Desse modo, o referido equívoco de informação cometido pelo Sr. nos obriga a requerer, mais uma vez, o direito de resposta na forma e no prazo estabelecidos pela Lei nº 13.188, de 11 de novembro de 2015, e que será por nós interpretada como requerimento atendido, desde que os fatos acima narrados sejam inteiramente divulgados, sem cortes, pelos mesmos meios da mencionada matéria.





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Porto Alegre/RS, 29 de março de 2019.

Atenciosamente,


ALINE KERBER
Presidente
Associação Mães&Pais pela Democracia



MARCELO PRADO
Vice-presidente
Associação Mães&Pais pela Democracia

Programação de Bolsonaro em Israel


Veja abaixo os compromissos previstos na visita de Bolsonaro a Israel:

Sábado
• 13h - Partida de Brasília para Las Palmas, Espanha
• 23h20 (horário local) - Chegada a Las Palmas
Domingo
• 00h50 - Partida de Las Palmas para Tel Aviv
• 10h - (horário de Israel) - Chegada a Tel Aviv
• 10h05 - Cerimônia oficial de chegada a Isral
• 13h - Almoço privado
• 17h - Reunião privada com o primeiro-ministro de Israel
• 18h - Cerimônia de assinatura de acordos nas seguintes áreas: Ciência e Tecnologia, Defesa, Segurança Pública, Saúde e da Medicina (a confirmar).
• 19h10 - Chegada à residência do primeiro-ministro
• 19h15 - Declaração conjunta à imprensa do presidente Jair Bolsonaro e do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu
• 19h45 - Jantar oferecido pelo primeiro-ministro de Israel
• 20h - Jantar oferecido pelo ministro de Energia de Israel, Yuval Steinitz, aos ministros integrantes da delegação brasileira
Segunda-feira
• 09h30 - Visita à Unidade de Contraterrorismo da polícia israelense
• 09h40 - Demonstração de emprego da Unidade de Contraterrorismo da polícia israelense
• 11h10 - Visita à Brigada de Busca e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel
• 11h15 - Cerimônia de condecoração da Brigada de Busca e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel com a Insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul
• 12h20 - Almoço privado
• 16h50 - Chegada ao Muro das Lamentações
Terça-feira
• 08h30 - Café da manhã com CEOs de startups israelo-brasileiros
• 10h - Cerimônia de abertura do encontro empresarial Brasil-Israel
• 10h50 - Visita à exposição de produtos de empresas de inovação
• 11h40 - Visita ao Centro Industrial Har Hotzvim e à Mobileye
• 12h30 - Almoço com empresários
• 15h45 - Visita ao Yad Vashem, Centro de Memória do Holocausto
• 15h50 - Visita à Exposição “Flashes of Memory – Fotografia durante o Holocausto”
• 16h10 - Cerimônia de oferenda floral
• 16h35 - Visita ao Bosque das Nações
• 16h45 - Cerimônia alusiva ao plantio de muda de oliveira no Bosque das Nações
• 19h - Jantar privado
Quarta-feira
• 09h30 - Chegada à cidade de Raanana
• 09h40 - Visita à comunidade de brasileiros estabelecida na cidade
• 11h20 - Chegada ao Aeroporto Internacional Ben Gurion
• 11h40 - Partida de Tel Aviv para Las Palmas
• 14h50 - Chegada a Las Palmas
• 16h20 - Partida de Las Palmas para Brasília
• 20h40 - Chegada a Brasília


Artigo, ministra Eliana Calmon


Estou desolada com a decisão do Supremo.
Lamentavelmente eles prepararam um enterro de luxo para a Lava Jato, em diabólica armação, ao que tudo indica saida da mente brilhante de Gilmar Mendes.
O mais grave é que eles sabem perfeitamente que a Justiça Eleitoral não está preparada para atender ao que eles determinaram.
Os juizes eleitorais são juizes emprestados da Justiça Comum, com mandato de dois anos e portanto sem as garantias que dão ao magistrado independência. Eles são escolhidos pelo Tribunal de Justiça, e percebem uma polpuda gratificação que hoje está na faixa de oito mil reais mensal, pois o jeton por sessão é de R$ 914,13 e o número de sessões é de, no mínimo, de 8 sessões. Essa gratificação não está sujeita a imposto de renda e se agrega integral à remuneração do magistrado. O jeton e o prestigio curricular faz com que as indicações sejam altamente cobiçadas e sempre acompanhadas de forte interferência política.
O mesmo ocorre nos Tribunais Regionais Eleitorais, formado de desembargadores  e advogados escolhidos por critério meramente político, o que se repete na escolha dos ministros representantes do quinto constitucional no Tribunal Superior Eleitoral.
A sistemática, portanto, retira do juiz eleitoral as garantias da inamovibilidade e da irredutibilidade de vencimentos.
Portanto, nào se diga apenas que falta estrutura burocrãtics para atuar a Justiça Eleitoral na apuração de complexos processos de corrupção de políticos, enfrentando os mais hábeis e enturmados advogados, regiamente pagos. A falta de estrutura é uma dificuldade contornável, mas a falta de garantia dos magistrados eleitorais é incontornável e os torna vulneráveis.
A decisão do Supremo foi premeditadamente preparada para acabar com a Lava Jato, repito.
Primeiro veio a portaria do Presidente da Corte, sem limites objetivos ou subjetivos, como instrumento de intimidação, adredemente concebida como mordaça Depois partiram para a desconstrução de uma Operação que só fez enaltecer o Judiciário Brasileiro e pela primeira vez na história desse país chegou até os corruptos de colarinho branco e parlamentares.
O enterro foi arquitetado com esmero e já antecipando o alcance já indicam alguns ministros a possibilidade de ser dado efeito retroativo e assim anular muitas das condenações da Lava Jato, ou seja um apagar quase tudo para começar de novo.
Mas não é só. Pela forte manifestação de Gilmar foi dado inicio à desconstrução da reputação dos investigadores, tal como aconteceu na Itália com a Operação Mãos Limpas. Só nos falta, agora, saber quem será o nosso Berlusconi.