O drama do vereador Valter Nagelstein

O vereador Valter Nagelstein, MDB, ex-presidente da Câmara e ex-secretário municipal da Indústria e Comércio, foi o principal protagonista dos eventos dramáticos que resultaram na aprovação, esta madrugada, do novo IPTU de Porto Alegre.

Ele abriu o dia com pedido de licença, obedecendo ordens médicas de se submeter a severo check up, tudo relacionado com problemas de saúde decorrentes da severa cirurgia de diverticulite a que se submeteu há um ano. O pedido foi fustigado por adversários do vereador, que é candidato a candidato a prefeito de Porto Alegre. "Ele fugiu para não votar o novo IPTU", denunciaram vereadores e deputados do Novo e do PT. Nagelstein era considerado voto certo contra o aumento.

Acontece que surpreendentemente, o vereador reapareceu no plenário, incomodado com as cobranças, que não partiram apenas do Novo e do PT.

Ele estava disposto a manter seu voto contrário, mas foi atropelado por uma tensa reunião da bancada do MDB, o seu Partido, que fechou questão pelo voto a favor. Nagelstein chegou a trocar empurrões com seu colega André Carus. No plenário, o estado de saúde do vereador foi piorando e o vereador dr. Goulart resolveu intervir. A pressão de Nagelstein chegou ao pico de 18 x 12 e os batimentos cardíacos oscilaram entre 100 e 120 batimentos por minuto. Ele foi levado às pressas para o ambulatório, atendido e medicado pela médica de plantão.

O vereador foi dispensado por ordem médica. A vereadora e secretária municipal Comandante Nádia, que já tinha entrado no lugar de Nagelstein na parte da tarde, voltou a fazer isto na madrugada e votou a favor do prefeito.

Nesta terça-feira ele buscou ajuda do seu médico pessoal, mas se recupera.

Brasil incentiva apoio a Guaidó contra Maduro

O governo brasileiro está incentivando todos os países a se colocarem ao lado do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e pela saída do presidente Nicolás Maduro do poder.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, disse que “o Brasil acompanha com grande atenção a situação na Venezuela e reafirma o irrestrito apoio ao seu povo que luta bravamente por democracia”.

“Exortamos todos os países, identificados com os ideais de liberdade, para que se coloquem ao lado do Presidente Encarregado Juan Guaidó na busca de uma solução que ponha fim na ditadura de Maduro, bem como restabeleça a normalidade institucional na Venezuela”, diz a nota da Presidência.

Há relatos de confrontos entre manifestantes e forças de segurança nas ruas da capital do país, Caracas, após Guaidó afirmar que tem o apoio dos militares para, segundo ele, conseguir "o fim definitivo da usurpação" do governo de Nicolás Maduro. A partir da divulgação do anúncio de Guaidó pelas redes sociais, venezuelanos contrários e favoráveis a Maduro tomaram as ruas da capital venezuelana.

O presidente Jair Bolsonaro se reúne, no início desta tarde, com ministros de Estado e o vice-presidente Hamilton Mourão, no Palácio do Planalto, para tratar da situação da Venezuela.

Combates nas ruas de caracas

As ruas de Caracas foram tomadas por confrontos nesta terça-feira horas após o presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, ter convocado a população a se manifestar contra o regime de Nicolás Maduro. Guiadó anunciou o apoio de militares para derrubar o governo e deu início à fase final da chamada Operação Liberdade.

Maduro acusa os oposicionistas de tentativa de golpe. Ele postou que militares demonstraram "total lealdade ao povo, à Constituição e à Pátria". Também convocou às ruas a população que o apoia. "Venceremos", escreveu o chavista em rede social.

Ainda pela manhã, grupos de manifestantes tentaram entrar na principal base aérea do país, a Generalísimo Francisco de Miranda, conhecida como La Carlota. O local foi escolhido como ponto de apoio a Guaidó.

A base La Carlota fica na região leste de Caracas, a cerca de 13 quilômetros do Palácio Miraflores, sede do governo. Em 2002, o local foi declarado zona de segurança militar. Os voos para lá estão proibidos desde 2014, de acordo com o jornal colombiano "El Mundo". 

O presidente autoproclamado surpreendeu ao aparecer nas imediações de La Carlota em companhia de Leopoldo López, o líder da oposição que estava em prisão domiciliar, foi libertado e reapareceu em público pela primeira vez justamente nesta terça.

Saiba como votaram os vereadores

A favor 

O MDB deu  todos os 5 votos, o DEM colaborou com dois votos, PP somente um.Os outros votos: PSDB, 2; PTB, 3; PRB, 2; Pros, PSB e PSC, um cada um.

CLAUDIO CONCEICAO (DEM) SIM

NELCIR TESSARO (DEM) SIM

REGINALDO PUJOL (DEM) SIM

ANDRÉ CARUS (MDB) SIM

COMANDANTE NÁDIA (MDB) SIM

IDENIR CECHIN (MDB) SIM

LOURDES SPRENGER (MDB) SIM

MENDES RIBEIRO (MDB) SIM

JOÃO CARLOS NEDEL (PP) SIM

ALVONI MEDINA (PRB) SIM

JOSÉ FREITAS (PRB) SIM

PROFESSOR WAMBERT (PROS) SIM

AIRTO FERRONATO (PSB) SIM

HAMILTON SOSSMEIER (PSC) SIM

MOISÉS BARBOZA (PSDB) SIM

RAMIRO ROSÁRIO (PSDB) SIM

CASSIO TROGILDO (PTB) SIM

DR. GOULART (PTB) SIM

GIOVANE BYL (PTB) SIM

LUCIANO MARCANTÔNIO (PTB) SIM

PAULO BRUM (PTB) SIM

MAURO PINHEIRO (REDE) SIM



Contra 

Foram quatro votos do PT, três do PDT, três do Psol, dois do PP, um do PSB e um do Novo

FELIPE CAMOZZATO (NOVO) NÃO

JOÃO BOSCO VAZ (PDT) NÃO

MAURO ZACHER (PDT) NÃO

MARCIO BINS ELY (PDT) NÃO

CASSIÁ CARPES (PP) NÃO

RICARDO GOMES (PP) NÃO

PAULINHO MOTORISTA (PSB) NÃO

KAREN SANTOS (PSOL) NÃO

PROF. ALEX FRAGA (PSOL) NÃO

ROBERTO ROBAINA (PSOL) NÃO

ADELI SELL (PT) NÃO

ALDACIR OLIBONI (PT) NÃO

ENGo COMASSETTO (PT) NÃO

MARCELO SGARBOSSA (PT) NÃO

"Argentina é um filme que se vê de novo", diz embaixador Marcos Azambuja

O embaixador Marcos Azambuja falou para o jornalista Caio Cigana, Zero Hora, dizendo que se mostra decepcionado com o governo de Maurício Macri, que se elegeu com discurso liberal e, há poucos dias, recorreu até a congelamento de preços. 

Leia tudo:

Ex-secretário-geral do Itamaraty conselheiro emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), também avalia a nova política externa brasileira sob o governo de Jair Bolsonaro.
Diplomata que serviu na Argentina e na França se mostra decepcionado com o presidente Mauricio Macri. 

O governo Macri, que seria de viés liberal, é uma decepção?
É. Prometeu mais do que poderia entregar. Criou expectativas e não cumpriu. A oposição a ele é grande e tem muita influência da ex-presidente Cristina Kirchner e de outros líderes peronistas. A inflação está em níveis intoleráveis. A desvalorização do peso é inaceitável. A intervenção do FMI reacende os sentimentos do passado em que o fundo determinava, com insensibilidade, as políticas que o país deveria seguir. Falta pouco tempo para as eleições. Cristina pode se apresentar. Macri está esvaziado do que tinha de mais importante, a esperança de que, com ele, a Argentina voltasse a crescer.

Onde ele errou?
A Argentina continua a ter grande dificuldade de ser governada por qualquer grupo político que não seja associado ao peronismo. Em suas vertentes, o peronismo ainda é o caminho que leva à governabilidade. Não ao sucesso, ao crescimento. Ele também subestimou os problemas que iria encontrar. A economia está fragilizada e ele não conseguiu criar uma corrente liberal com capacidade de convencer os argentinos de que era o melhor caminho. Vive mais uma vez a mesma situação. FMI, inflação alta, baixo crescimento, desconfiança da sociedade com o rumo da política econômica e desgaste da presidência. A Argentina é um filme que se vê de novo.

Vê possibilidade de Cristina Kirchner voltar ao poder?
O que mais sustenta o Macri é o medo da volta da Cristina. Parece um paradoxo. Há temor de que volte o populismo, a corrupção, o nacionalismo exaltado do ciclo do kirchnerismo na segunda fase. Ela tem chances reais. Se continuar assim, vai crescendo. De novo a Argentina na mão do FMI, aquele ressentimento contra as forças de fora, a população sindicalizada achando que é tratada com insensibilidade, aumento da pobreza e do desemprego. 

O quanto é ruim para o Brasil?
O Brasil tem na Argentina um mercado importante, sobretudo para o que produzimos de industrializados. É o nosso melhor mercado. Não há cenário de infelicidade deles que não seja a diminuição de nossas exportações. 

Como o senhor vê a nova política externa brasileira?
Prometi a mim mesmo dar um tempo. É razoável esperar que o governo da hora experimente, tente, acerte, erre. Mas estou preocupado. A política externa brasileira sempre teve duas características que admiro: previsibilidade e racionalidade. Não quer dizer que sempre esteja certa. Mas era algo que se podia ver como se desdobraria. Defesa da nossa integridade territorial, boa relação com vizinhos, aproximação com países de todas as naturezas, com EUA, China, Rússia. O Brasil tinha uma política que era razoável. Com pecados de um pouco de excesso de protagonismo e indulgência excessiva com governos como de Chávez e Maduro. Mas tenho medo de uma aproximação excessiva com Israel e EUA. Agora, há a visita do presidente à Polônia e à Hungria. Não são destinos naturais da diplomacia brasileira. Na democracia, há alternância no poder. Um governo como o da Dilma Rousseff, de centro esquerda, pode ser sucedido por um de centro direita. Não quero é que pendulo vá tão dramaticamente para um lado que pareça os mesmos erros, com o sinal trocado.

Considera que o Itamaraty está ideologizado demais?
Perdeu a tradição de comportamento racional e previsível. Estamos erráticos.

E a figura pessoal do chanceler Ernesto Araújo?
Ele tem um problema que não sei como superar. Se move por impulsos ideológicos, por inspiração de autores, forças, religiões ou filosofias que não são as que costumam nos conduzir. A nossa política externa é conduzida mais pelo bom senso. Menos ideologia e mais comportamento racional e previsível. Cada vez mais acredito em moderação e racionalidade. Mas as minhas convicções não estão na moda. Claro que temos de nos aproximar dos EUA e de Israel. É bom para eles e para nós. Mas não tanto.


Artigo, Fábio Jacques - Que País é este ?


A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, cassou, nesta quarta-feira (24/4), uma liminar da Justiça Federal de Brasília que autorizava psicólogos de todo o país a realizar "terapia de reversão sexual" em homossexuais, a chamada "cura gay". (site Consultor Jurídico)
Leio este tipo de notícia e fico pensando: em que mundo estamos? Ou como dizia Renato Russo: “Que país é este?”
Os psicólogos e psiquiatras estão proibidos de atender a brasileiros que tenham tendências homossexuais e, sentindo-se confusos ou traumatizados por este seu sentimento queiram buscar aconselhamento. É isto que diz a lei.
E se, pelo contrário, alguém que sempre se considerou heterossexual sentir uma atração por alguém do mesmo sexo, pode buscar conselhos junto aos especialistas ou isto também é crime?
Há na internet o vídeo de um programa da Globo News no qual é “demonstrado” que “pedofilia é uma doença crônica que não tem cura, mas tem tratamento. É semelhante à diabetes”.
O estupro se enquadraria dentro desta classificação médica?
O pedófilo, como doente crônico, merece a condescendência da sociedade e pode ser tratado, o homossexual, por seu lado, é proibido de buscar auxílio profissional ou tratamento se assim o desejar. Neste caso é crime.
Me faço mais algumas perguntas:
Se, além de manter reações sexuais com crianças sentir um forte impulso de matá-las, ainda continua sendo um doente crônico?
E se sentir vontade de transar com seu próprio filho ainda criança?
E se sentir vontade de bater em mulheres, estuprá-las ou até mesmo matá-las?
E se for tomado por uma irresistível vontade de se apossar dos bens alheios?
E se sentir impulso para explodir uma igreja ou metralhar alunos em uma escola?
Estou fazendo um raciocínio pelo absurdo porque me parece que todas estas situações retratam tendências que independem ou podem independer da vontade da pessoa.
Quase todos estes instintos, quando postos em prática, são considerados crimes hediondos enquanto alguns são considerados apenas doença. Algumas pessoas levadas por suas tendências serão consideradas criminosas merecedoras de severas punições ao mesmo tempo que outras apenas pacientes merecedoras de tratamento e compreensão.
Quem pode definir o que é crime e o que é doença? Quem pode definir que a pessoa pode buscar auxílio e quem pode proibi-la?
A ideologia está transformando, ou pelo menos, tentou transformar o cidadão em um bebê que não pode decidir nem mesmo sobre seu próprio destino. Precisa ser tutelado pelo papai governo que é quem define o que é crime e o que é doença, do que pode se tratar e do que está proibido.
Gostaria de lembrar o livro póstumo de Karl Marx publicado por Engels “A origem da família, da propriedade privada e do estado”, pai da ideologia de gênero, no qual o capital é considerado consequência da criação da família e que é preciso destruir a família para poder destruir o capital. É dele que decorre a lei que proíbe o ser humano inconformado com sua tendência sexual de procurar ajuda, ou que considera a pedofilia como doença crônica e o incesto como atitude aprovável. O que importa é destruir a família tradicional.
Estou otimista de que novos ares tomarão conta do país e que as pessoas possam passar a decidir por si mesmas sobre seu destino, que crime volte a ser crime e não doença e que atitudes reprováveis sejam punidas dentro da lei. Não sou homofóbico, mas não serei eu que proibirei uma pessoa de buscar o auxílio que achar necessário e nem passarei a mão na cabeça de criminosos.
E, para mim, pedofilia é crime e não doença crônica.
O autor é diretor da FJacques - Gestão através de Ideias Atratoras, Porto Alegre, e autor do livro “Quando a empresa se torna Azul – O poder das grandes Ideias”.
www.fjacques.com.br -  fabio@fjacques.com.br

Artigo, J.R. Guzzo, Exame - O raio do papel


Deu um nó. Está sempre dando, na política brasileira, porque é mesmo da natureza da política produzir complicação, aqui e no resto do mundo. Mas desta vez parece que se formou entre governo, Congresso, partidos e o resto da nebulosa que compõe a vida pública brasileira um nó de escota duplo, ou um lais de guia holandês, ou algum outro dos muitos enigmas criados pela ciência dos marinheiros — desses que você olha, mexe, olha de novo, e não tem a menor ideia de como desfazer. É fácil para os marinheiros — mas só para eles. Como, no presente momento, não há ninguém com experiência prévia a respeito da desmontagem dos nós que apareceram desde que Jair Bolsonaro formou o seu governo, o mundo político está com um problema sério. Como se sabe, é a primeira vez na história recente do Brasil que o time inteiro de cima foi montado sem ninguém pedir licença aos políticos, ou sequer perguntar a sua opinião — e menos ainda comprar seu apoio com a entrega de cargos na administração. Há muito técnico, muito general etc. Mas não há, como a ciência política considera indispensável, nada de "engenharia política". Isso quer dizer, na prática, que ficou difícil fazer a turma da situação votar a favor do governo — pois a maior parte dela passa mal se tiver de votar alguma coisa por princípio, ou seja, de graça. É esse o nó que não desata. Por causa dele, dizem que o governo está "paralisado há 100 dias".

Vejam, para citar o exemplo mais indecente do momento, a reforma da Previdência. Nada mais natural que o PT, seus auxiliares e o resto da esquerda fiquem contra. Têm mesmo de ficar: a única escolha que faz sentido para a oposição, hoje, é ser 100% contra qualquer ideia que tenha a mínima chance de melhorar o Brasil em alguma coisa. Isso seria, em seu raciocínio, ajudar o governo Bolsona­ro a ser bem-sucedido — e um governo Bolsonaro medianamente bem-­sucedido é um desastre mortal para o consórcio Lula-PT. Que futuro vai ter essa gente na vida, a não ser que o governo acabe em naufrágio? Nenhum. É compreensível, assim, que a oposição não aprove nada que possa dar certo. Mas PT, PSOL e PCdoB, somados, não chegam a 15% da Câmara dos Deputados. E o resto: por que eles demoram tanto para votar a reforma? Mesmo descontando outras facções antigoverno, daria para aprovar. Resposta: demoram porque querem cargos na máquina e não estão levando.

É isso: o sujeito quer uma diretoria, uma superintendência, uma vice-­presidência — uma boquinha gorda qualquer, Santo Deus — e não tem a quem pedir. Falam em "agilização" das nomeações. Mas nomeação, que é bom, não sai. Chegou-se a falar num "Banco de Talentos", para onde a politicalha mandaria os nomes que quer empregar — e onde as escolhas seriam feitas segundo "critérios técnicos". Também não rolou. Um deputado especialmente desesperado com a demora, Felipe Francischini, chutou o balde e pediu um emprego na estatal Itaipu para a própria madrasta. Outro, um Elmar Nascimento, do liberalíssimo DEM, disse que não quer saber de "talentos"; quer emprego mesmo, e dos bons. "Não vamos nos contentar só com marmita", ameaçou ele. Histórias como essa encheriam a revista inteira; não vale a pena ficar repetindo a mesma ladainha. O certo é que a manada quer os empregos, não está conseguindo e, pior que tudo, não sabe com quem falar para descolar a nomeação. Não adianta falar "no governo", ou "no palácio". Tem de ser com o sujeito de carne e osso que manda assinar o raio do papel que vai para o Diário Oficial. E quem é que chega até ele?
A Caixa Econômica Federal, para dar um exemplo só, trocou todos os vice-presidentes, 38 dos quarenta diretores e 75% dos 84 diretores regionais — tudo propriedade privada dos políticos. Mais: quer cortar em dois anos 3,5 bilhões de reais em despesas como aluguéis ou "prestação de serviços". Só na Avenida Paulista, a CEF ocupa hoje sete prédios — nenhum outro banco do mundo chegou perto disso, mesmo na época em que bancos tinham milhares de agências. Em Brasília é pior: são quinze prédios, um deles só para tratar da admissão de funcionários, como se a Caixa tivesse de admitir funcionários todos os dias. Até uma criança de 10 anos sabe que mexer nisso é mexer diretamente no interesse material dos políticos. Eles perderam esses cargos; querem todos de volta, desesperadamente. Na CEF, no serviço contra as secas, nos portos, nos aeroportos, nos armazéns de atacado, no Oiapoque e no Chuí.

Uma coisa é pedir um negócio desses ao ministro Onyx Lorenzoni. Outra é pedir ao general Santos Cruz. Dá para entender o nó, não é mesmo?

Entrevista de Lula só causou impacto entre lulopetistas

Análise da empresa de consultoria digital Bites divulgada nesta segunda-feira indica que a entrevista de Lula aos veículos Folha de S.Paulo e El País na última sexta-feira teve grande impacto apenas entre seguidores do PT. Esta foi a 1ª vez que Lula conversou com a imprensa desde que foi preso.

“A conversa com os jornalistas está longe de ser uma explosão de apoio a Lula e, por enquanto, não ultrapassou as fronteiras daqueles que já seguem as teses do petista”, informa o relatório.

A análise do Sistema Analítico Bites utiliza informações dos perfis oficiais do ex-presidente Lula no  Facebook, Twitter, Instagram e YouTube. De acordo com o relatório, desde sexta até a manhã de domingo, a equipe de assessoria de imprensa de Lula produziu 60 posts que registaram 158 mil interações.

Nesse período, as contas de Lula conseguiram mais 10.825 novos seguidores.  Nas citações abertas no Twitter sobre a entrevista, Lula apareceu em 581 mil posts contra os 298 mil tweets produzidos nas 48 horas seguintes ao posicionamento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) 

Nesse mesmo período, o presidente Jair Bolsonaro, ganhou 27.945 seguidores, fez 39 posts em seus perfis e obteve 2.741.353 interações no Twitter, Facebook e Instagram. O resultado das interações  de Bolsonaro equivale a 17 vezes o número de interações do ex-presidente.

COMPARTILHAMENTO: EL PAÍS RENDEU MAIS
A entrevista rendeu 1.380 artigos que geraram 5,2 milhões de interações nos 300 textos mais compartilhados no Facebook e Twitter. A reportagem do jornal El Paísrespondeu por 13% desse volume e a Folha de S.Paulo ficou com 4%.

Na última semana, entre os 248 mil artigos publicados nos sites nacionais Bolsonaro e Lula, respectivamente, ficaram em 1º e 2º lugar em compartilhamentos. A reportagem da revista Fórum sobre a decisão de Bolsonaro de reduair recursos de Sociologia e Filosofia rendeu 818 mil interações. enquanto Lula teve 706 mil interações na entrevista ao El País.

CONGRESSO NACIONAL
No Congresso Nacional, o apoio a Lula também ficou restrito a congressistas do PT. Os deputados federais produziram 653 posts sobre o ex-presidente. Destes, 547 foram feitos pela bancada petista. Com isso, os aliados do ex-presidente conseguiram 782 mil interações nessas publicações.
Lula não foi o assunto dominante da Câmara dos Deputados nas últimas 72 horas: juntos, os deputados fizeram 4.816 publicações que registaram 5,1 milhões de interações. O post de maior propagação foi da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) com uma entrevista da atriz Maitê Proença defendendo o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. Ela conseguiu 116 mil interações.
Esse padrão se manteve no Senado. Lula apareceu em 71 dos 746 posts. O PT também dominou as publicações do ex-presidente.
Fenômeno interessante tanto na Câmara e no Senado foi a ausência da defesa de Lula de antigos aliados que estavam com Lula nos seus 2 governos e na administração de Dilma Rousseff.
HASHTAGS
Nas 10 hashtags mais utilizadas, 4 foram positivas –#lulalivreja, #falalula, #lulainspira e #lulalivre– foram associadas a 224 mil tweets. Nas negativas, as 2 mais difundidas –#lulanacadeia e #moroteprendeubabaca– foram citadas em 140 mil posts.
PESQUISAS SOBRE LULA NO GOOGLE
Em uma escala que vai de zero a 100, o interesse pelo ex-presidente ficou na média de 34. Nas 48 horas após, essa taxa média foi de 29. A entrevista de Lula despertou um interesse 17 pontos superior aos eventos da redução da sua pena.

Cirurgia Robótica aplicada na oncologia torácica é tema de simpósio no Hospital Moinhos de Vento


Evento realizado neste final de semana reuniu médicos das diversas especialidades envolvidas no tratamento do câncer de pulmão
     
O cenário atual, as inovações técnicas e as perspectivas futuras na utilização da cirurgia robótica para o tratamento do câncer de pulmão foram debatidas entre profissionais da saúde de todo o país, que se reuniram no Hospital Moinhos de Vento neste final de semana.
A programação do Simpósio de Cirurgia Robótica aplicada à Oncologia Torácica, organizado pelo Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica da instituição gaúcha, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, proporcionou apresentações de palestrantes nacionais e internacionais em Porto Alegre.
Na abertura do encontro, que ocorreu na manhã de sábado (28), o chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Moinhos, Dr. Marcelo Basso Gazzana, destacou que a iniciativa foi a primeira realizada na região Sul, com foco na divulgação das novas tecnologias que podem ser disponibilizadas aos pacientes. “O robô permite cirurgias mais complexas e precisas.  E especialmente no câncer de pulmão, que é uma doença respiratória potencialmente fatal, é sempre oportuno tornar cada vez mais conhecidos os novos avanços no tratamento”, frisou. 
Para o Superintendente Médico do Moinhos de Vento, Luiz Antonio Nasi, o evento marcou a importância da instituição gaúcha no contexto nacional da cirurgia robótica. “É uma tendência mundial da cirurgia oncológica a busca da precisão e da técnica minimamente invasiva. A robótica não só traz essa possibilidade de maior precisão diagnóstica e terapêutica, como também consolida o Hospital Moinhos como um centro de referência no uso dessa tecnologia. E quanto mais um hospital se capacita, mais pacientes se beneficiarão. Os melhores resultados cirúrgicos sempre ocorrem em hospitais com maior volume de cirurgias de alta complexidade e com cirurgiões mais experientes”.
Professor da USP e secretário da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, Dr. Ricardo Terra integrou a comissão organizadora do evento e também ressaltou que o promissor programa de cirurgia robótica do Hospital Moinhos de Vento facilitou a parceria. “Nossa Sociedade quer disseminar o conhecimento sobre novas tecnologias como a Robótica e decidimos fazê-lo através de eventos regionais. A escolha de Porto Alegre para sediar o primeiro evento foi devido a relevância nacional da cirurgia torácica gaúcha e por ser grande centro formador”.

Temas em debate
No sábado, as palestras foram divididas em cinco grandes temáticas: Avanços em oncologia Torácica, Princípios da Cirurgia Torácica Robótica, Ressecções Pulmonares, Ressecção Mediastinal e Complicações da Cirurgia Robótica Torácica. Os profissionais se atualizaram sobre os atuais pilares do tratamento, os desafios do diagnóstico e os benefícios da utilização do robô.  Também foram discutidos casos clínicos reais e complexos pela equipe multiprofissional, que incluiu cirurgiões torácicos, pneumologistas, oncologistas, radioterapeutas, radiologistas e patologistas.
Direto dos Estados Unidos, por videoconferência, o Dr. Stephen Yang, professor da Faculdade de Medicina da Johns Hopkins, ministrou uma aula com o tema “Future of robotic thoracic surgery: technology evolution and perspectives”. Yang fez um resgate histórico da tecnologia, falou sobre sua experiência e lembrou a constante necessidade de treinamento e atualização dos profissionais diante da agilidade na evolução das plataformas tecnológicas e descobertas cientificas.
Uma atividade prática – chamada de Hands On - foi a programação do domingo (28), que teve trabalhos em grupo no centro cirúrgico, discussão de casos, utilização do simulador, visitação do equipamento de robótica do Hospital Moinhos de Vento e acompanhamento de uma cirurgia em tempo real.

Artigo, Alon Feuerwerker - Quando o debate econômico vira culto religioso a favor, o maior risco é do próprio governo

A satisfação com produtos ou serviços pode ser medida pela equação S = En - Ex. Satisfação é entrega menos expectativa. Uma entrega bacana produz frustração se a expectativa veio hipertrofiada. Vendas brilhantes saem pela culatra se o entregue fica abaixo do prometido.

O governo Bolsonaro nasceu da urna produzindo alta expectativa em dois campos: economia e segurança pública. Duas variáveis que vão definir o tanto de satisfação ou insatisfação do eleitorado quando o presidente se apresentar à reeleição, ou o bloco de poder dele aparecer em 2022 com outro nome.

São variáveis importantes também ao longo do mandato, especialmente numa política como a brasileira, cada vez mais habituada a surpresas.

Melhora econômica não produz automaticamente avanços na segurança. Uma prova foram os governos do PT. As regiões mais dinâmicas do período, no Nordeste, experimentaram piora expressiva na segurança. As exceções, como Pernambuco, só confirmavam a regra.

Mas melhora econômica, principalmente quando traz muito emprego, tem efeito indireto positivo sobre outras variáveis. Dinheiro no bolso ajuda a resolver, ou relativizar, desafios não estritamente econômicos. O contrário também é verdade: na casa em que falta pão todos brigam e ninguém tem razão.

Na segurança, até agora, o governo parece colocar as fichas em mudanças legais de endurecimento penal. Uma aposta arriscada, mas tem sua vantagem: ainda que os índices não melhorem, a violência legal -ou nem tanto- contra o crime é um anestésico coletivo poderoso. Mesmo que só até certo ponto.

E sempre será possível culpar os governadores. Ainda que a escolha do ministro da Justiça tenha trazido o tema para mais perto do presidente da República.

Vital mesmo é a economia. Nesta, a velocidade de criação de empregos. E a qualidade deles. Qual é a aposta do governo? Que a reforma da previdência melhore decisivamente a expectativa fiscal, e portanto reduza juros, e portanto desperte o otimismo do investidor e do consumidor.

Onde está a dúvida? Se vai funcionar do jeito prometido. Supondo que haja mesmo uma reforma da previdência, o dinheiro poupado vai ser usado para abater dívida? Ou o governo e o Congresso vão preferir engordar o caixa para investir, e assim melhorar o humor das bases eleitorais rumo a 2022?

Ajuda a austeridade o fato de que o resultado previsto no curto prazo pelo projeto de reforma é relativamente menor. A poupança será crescente com o tempo.

Mas um governo sem sustentação congressual própria fica mais vulnerável às demandas para gastar. E haverá pressão social por mais investimento e gasto público, para compensar menos dinheiro no bolso dos afetados pela reforma. Porque déficit público é sinônimo de superavit privado. Não custa lembrar.

Outro detalhe: a redução drástica do déficit depende também de o BNDES devolver uma dinheirama ao Tesouro. Mas isso implica menos dinheiro para o banco emprestar. Aí também a ideia é o capital privado interno e principalmente externo ocupar o espaço. No bottom line, tudo afinal depende disso.

Uma característica do debate econômico no Brasil é operar com dois motores estáveis: o efeito-manada e a interdição. A palavra de ordem do Plano Cruzado nos anos 80 volta de tempos em tempos. “Tem que dar certo (não deveria ser ‘tem de’?)”. E as (más) experiências pregressas nunca servem de lição.

As ideias econômicas oficiais entre nós nunca admitirem crítica, apenas autocrítica a posteriori. Os flancos fiscais abertos do Cruzado eram só nota de rodapé, até a coisa afundar. O mesmo problema foi subestimado no Plano Collor. O “populismo” cambial do Real era #mimimi, até o desabamento de 1999.

Esses exemplos tratam de tempos algo antigos, mas vale a pena lembrar. 

A interdição do debate e o efeito-manada vêm em doses ainda mais cavalares quando a base do governo é gelatinosa, e é o caso agora. O ministro da Economia tem o apoio unânime da opinião pública(da), então só se discute o custo de aprovar a coisa no Congresso. É o único ponto da pauta.

Tudo facilitado pela demonização do papel do Estado. Ainda que nunca tenha havido ciclo econômico benigno no Brasil sem participação decisiva estatal. E dos presidentes eleitos após a redemocratização o único que acabou bem foi Lula. Os demais? Ou não acabaram ou acabaram mal.

Quando o debate econômico vira culto religioso, 
a favor, o próprio governo se torna o mais vulnerável ao risco. 

Ainda que no começo ele não perceba isso.
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Alon Feuerwerker (+55 61 9 8161-9394)
alon.feuerwerker@fsb.com.br

Artigo, Percival Puggina - STF, da crítica à autocrítica


O fato é que me antecipei, em vários dias, ao diagnóstico pronunciado pelo ministro Luís Roberto Barroso sobre as causas do desprestígio do STF junto à opinião pública. Em artigo do dia 19 deste mês, com o título “As redes sociais e o poder do indivíduo”, escrevi:
 “Não é a crítica que gera o descrédito, mas o descrédito que a motiva.”
 Em outras palavras, na minha crítica, ministros efetivamente preocupados com preservar a imagem do Poder deveriam estar mais atentos a si mesmos do que às reações da sociedade.
Uma semana mais tarde, coube ao ministro Barroso, falando em evento na Universidade de Columbia, fazer a autocrítica e dizer que o “descrédito da sociedade” é fruto de decisões da própria Corte. Não bastasse isso, conforme matéria do Estadão (25/04), Barroso proferiu uma série de vigorosas afirmações, segundo as quais:
• na percepção da sociedade, os ministros, por vezes, protegem uma “elite corrupta”;
• há um problema se a Corte, de modo repetido e prolongado toma decisões com as quais a sociedade não concorda e não entende (referia-se, presumo, ao tal papel contramajoritário que o STF vem atribuindo a si mesmo);
• uma grande parte da sociedade e da imprensa percebem a Suprema Corte como um obstáculo à luta contra corrupção no Brasil;
• a sociedade tem a percepção de que “alguns ministros demonstram mais raiva dos promotores e juízes que estão fazendo um bom trabalho do que dos criminosos que saquearam o país”;
• somente no Rio de Janeiro, “mais de 40 pessoas presas por acusações de corrupção foram soltas por habeas corpus concedidos na 2ª Turma”.
E arrematou: “Tudo o que a Corte (STF) poderia remover da Justiça Criminal de Curitiba, cuja persecução de corrupção estava indo bem, foi feito (sic)”.
São palavras de um membro do “pretório excelso”. Não é opinião de um simples cidadão que, acompanhando a vida do tribunal, se escandaliza com as mensagens que alguns de seus membros, de modo reiterado, passam à sociedade. Note-se que tais recados, captados pelo ministro Barroso, são transmitidos numa época em que as luzes da ribalta se acendem sobre aquele plenário, seja pelo exagerado protagonismo de alguns, seja por ações que partidos minoritários levam à Corte atraídos pela tal vocação “contra majoritária”.
A propósito destes últimos acenderei minha lanterna sobre o que vejo acontecer. De uns anos para cá, partidos minúsculos, sem voto nas urnas e, por consequência, nos plenários, sobem no banquinho de seu pequeno significado para se autoproclamarem os únicos representantes das aspirações populares. Há um ditado segundo o qual “quanto menor a tribo, mais emplumado o cacique”. Assim, impressionados consigo mesmos, derrotados nas deliberações de plenário, a toda hora esses pequenos partidos correm e recorrem ao STF em busca da simpatia de seis ministros para sua causa. Claro! É mais fácil conseguir meia dúzia de votos entre 11 do que maioria entre 513. Apelar ao STF virou uma gambiarra para partidos nanicos, que passam a contar com isso até mesmo para suas manobras de obstrução.
P.S. – Especialmente minoritários, mais do que isso elitistas e refinados, são os serviços de fornecimento de refeições institucionais licitados pelo STF e divulgados pelo Estadão no dia 26 de abril. Lagostas e vinhos premiados integram um cardápio digno dos deuses do Olimpo, que vai ao pregão eletrônico pelo custo módico de R$ 1,1 milhão.

* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



Artigo, Montserrat Martins, Jornal do Comércio - Lutando contra a depressão


Campeã mundial de Muai Thay, a gaúcha Simoni dos Santos, tem uma história inusitada: há apenas dois anos, era uma dona de casa de 30 anos de idade, criando quatro filhos e uma sobrinha, pesando 100 quilos e com depressão, que "só queria chorar e ficar na cama". Um amigo lhe emprestou um saco de areia para dar socos como uma forma de extravasar frustrações e, vendo que estava lhe fazendo bem tal "terapia", em seguida lhe convidou para treinar Muai Thay. A prática da arte marcial lhe ajudou a emagrecer e quando estava com 95 quilos disputou seu primeiro torneio da categoria. Desde que começou, há dois anos, não parou mais de praticar o esporte, até chegar ao título mundial, conquistado na Tailândia, categoria até 60 quilos. Sua história é um exemplo do poder do esporte como reação à depressão, que é hoje o mais frequente transtorno psiquiátrico - e os antidepressivos o segundo mais vendidos dentre os remédios dessa área no País (atrás apenas dos analgésicos). Os fatores biológicos, psicológicos e sociais são relevantes na depressão. Há pessoas com tendências familiares, há outras com evidentes conflitos emocionais desencadeantes e também há fatores sociais (como o bullying) que podem precipitar quadros depressivos. Quando desencadeada por causas psicológicas, o organismo passa a ser afetado. Os antidepressivos são importantes, principalmente no início, para ajudar a pessoa a reagir, pois a maioria das pessoas nesse estado não conseguiria reação como a de Simoni só com o esporte. O esporte leva o corpo a produzir endorfinas, que têm um efeito antidepressivo, conhecido como o "hormônio do bem-estar", que eleva o ânimo e a autoestima. O aforisma que "esporte é vida" é verdadeiro. Não existem panaceias, coisas que por si só resolvam tudo, mas o esporte é importante para a saúde física e mental. Psiquiatra, autor de Em busca da alma do Brasil  

Liminar fulmina cobrança complementar da substituição tributária do ICMS no RS

A liminar vale apenas para os associados da ACI (Associação Comercial e Industrial de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, mas abre caminho para que todos façam o mesmo pedido.

A cobrança complementar representa um aumento disfarçado de impostos e é ilegal.


Foi deferida liminar pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, na data de 24 de abril de 2019, para que os associados da ACI-NH/CB/EV não recolham, com base no Decreto nº 54.308/2018, a complementação da substituição tributária do ICMS, decorrente da diferença entre o preço praticado na operação a consumidor final, e a base de cálculo utilizada para o cálculo do débito de responsabilidade por substituição tributária nas operações com mercadorias recebidas para revenda, suspendendo-se a exigibilidade do referido imposto.
O Tribunal fundamentou o deferimento da liminar na ofensa ao princípio da legalidade, na medida que a cobrança realizada pelo Estado do Rio Grande do Sul está embasada em Decreto emitido
pelo Governador do Estado, que criou nova modalidade de substituição tributária, não prevista em lei.
A partir da decisão emitida, o Estado do Rio Grande do Sul não pode autuar as empresas
associadas à ACI, acaso não tenham recolhido os valores relativos à substituição tributária, nos termos do Decreto nº 54.308/2018, além do que não seria necessário realizar a informação dos referidos valores em Guia de Informação - GIA.
Os efeitos da liminar ficam mantidos até a prolação da sentença.

Artigo, Renato Sant'Ana - Uma pauta de mudança

        Entrevistado por Renato Onofre, do Estadão, o presidente do Senado, Sen. Davi Alcolumbre, deixou claro que vai usar a presidência para barrar CPI da Lava Toga e qualquer processo de impeachment de ministro do STF.
          Pode alguém formular uma opinião "a priori"? Ou, à parte dos pedidos já feitos e descartados, poderia Alcolumbre (DEM-AP) rejeitar desde logo futuros requerimentos de CPI, que estarão baseados em motivos que ele não pode adivinhar? Não! Ele age como um juiz que dá uma sentença antes de conhecer as razões das partes.
          Intelectualmente raso e com o hábito da autorreferência, ele é o tipo de político que quase só sabe falar em primeira pessoa: "Quem me conhece desde vereador, conhece um Davi pacificador." "Se houve um momento de divergência entre o presidente da Câmara e o presidente da República, o bombeiro Davi entrou em campo." "Não vou ser mais um para criar uma discórdia no Brasil." eis algumas frases da entrevista.
          Com mandato eletivo desde 2001 (de vereador a senador da República, candidato óbvio em 2022), ele ainda não se moldou à condição de homem de Estado. E parece estar sempre em campanha por voto: o autoelogio é um padrão em suas falas, no que ele é igual a 500 outros congressistas.
           Reportagem da CBN (03/02/2019) mostra que, entre 2015 e 2018, ele gastou mais de R$ 1,7 milhão com a cota de gabinete, a maior parte para divulgação da atividade parlamentar.
          Em abril de 2018, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, pediu a cassação do mandato de Davi Alcolumbre e seus dois suplentes de senador (um deles é Josiel Alcolumbre, seu irmão), alegando ilicitudes na prestação de contas da campanha de 2014.
          No Supremo Tribunal Federal (STF), ele é investigado em dois inquéritos por crimes eleitorais, contra a fé pública e uso de documento falso. Um deles (n. 4677) traz detalhes da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal do Amapá (sua base eleitoral), apontando irregularidades em sua campanha de 2014. E o outro corre em segredo de Justiça.
          Apesar disso, na disputa pela presidência do Senado, sempre em primeira pessoa, ele usou o discurso da renovação na política, antagonizando com o multiprocessado senador Renan Calheiros (MDB-AL).
          E agora, a seu juízo, não pode haver uma CPI da Lava Toga: "A divergência, a briga, o conflito não leva a gente a lugar nenhum", disse ele ao Estadão sobre eventual confronto com o Judiciário, ignorando a serventia do Senado. Por sinal, foi com igual nobreza de espírito que ele votou a favor do "reajuste" dos ministros do STF...
          Note-se que a entrevista ao Estadão e sua proclamação de propósito ocorreu entre dois atos de uma ópera cujo "finale" ainda vai ser escrito. No primeiro, a revista eletrônica Crusoé informou que Marcelo Odebrecht identificou o codinome de Dias Toffoli (presidente do STF) entre envolvidos em negociatas de sua empreiteira em 2007, quando Toffoli era chefe da Advocacia Geral da União (AGU).
          No segundo ato, Alexandre de Morais, ministro do STF, entrou em cena para censurar a Crusoé, mandando apagar a reportagem que "inquinava" a reputação do seu Colega Dias Toffoli. Mas, depois, concluindo que não era fake news, suspendeu a censura.
          Tudo isso compõe o cenário da velha política. Mas não é o caso de se especular um final para a ópera nem de se analisar a ousadia da Crusoé ou a conveniência ou não de uma CPI para higienizar o Judiciário. O que interessa, por ora, é interpretar os sinais trazidos pela performance de Alcolumbre e extrair uma ideia de mudança.
          O fato gritante é o "vício institucional", qual seja, o excesso de poder do presidente do Senado. Pela regra atual, ele tem a prerrogativa de decidir sozinho, segundo entenda ou lhe convenha, aceitando ou rejeitando, no presente exemplo, pedidos de CPI e, igualmente, de impeachment de ministro das cortes superiores. Ou seja, ficam todos à mercê da inteligência ou estultice, da honestidade ou má-fé de quem quer que ocupe o cargo.
          Tem que mudar. Mas como? A estratégia é focar na instituição, não no indivíduo. Se, por um lado, não há meio apto para garantir que o presidente do Senado reúna todas as qualidades desejáveis, por outro é perfeitamente factível aprimorar a instituição ao mudar as regras e reduzir a discricionariedade do presidente.
          Com efeito, já tramita no Senado o PRS 11/2019, projeto de resolução para alterar o regimento da Casa, mudando a regra para o recebimento de denúncia contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Procurador-Geral da República por crimes de responsabilidade. Da autoria do Sen. Lasier Martins (Pode-RS), o PRS propõe que a abertura ou não de processo nessas hipóteses seja partilhada por todos os senadores, o que tornará mais democrático o exercício da presidência.
          O PRS 11/2019 presta-se a exemplificar um caminho de mudanças, contrariando o que, de hábito, pensam os simples, para quem o Brasil só vai mudar quando forem eleitos políticos íntegros e dedicados ao interesse geral, ideia que tem certa lógica mas é enganosa.
          Seria mesmo maravilhoso que só existisse bondade. Mas a realidade humana é outra. E se não há meio apto a garantir que, individualmente, todas as pessoas sejam boas, justas e fraternas, então o que resta é trabalhar pelo aprimoramento das instituições que, por sua vez, podem balizar o comportamento das pessoas - estejam elas no Congresso, no Judiciário, na universidade, etc. -, ajudando-as a viver com retidão.

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo

Artigo, Mário Rosa, Poder360 - Os caminhoneiros estão fora da realidade


Recorro aqui ao arsenal de tiradas do genial narrador esportivo Geraldo José para dar um choque de realidade nas nossas queridas e queridos caminhoneiros. Ao invés de parar o país e dar um mata leão no governo, vocês fizeram muito bem em segurar a mão no volante! Afinal, ele fez tudo por vocês e só merecia isso mesmo de volta: compreensão.
Aliás, por que vocês não dão uma paradinha e assistem a uma live do Mito? Vocês que se comunicam tão bem pelas plataformas digitais: por que não gastam algumas horas em algum acostamento deste nosso imenso Brasil e dão uma lida numa coletânea de postagens do nosso presidente no Twitter?
Ou quem sabe por que não buscam um pouco de iluminação nas palavras radiantes do nosso querido 02? Sem nenhum preconceito, só não recomendo o Olavo porque é incompreensível muitas vezes até mesmo para os mais elevados setores da academia.
Caminhoneiros e caminhoneiras do Brasil, por que vocês iam fazer isso com o nosso presidente? Ele não foi lá e enquadrou o presidente da Petrobras? Depois, a empresa não caiu R$ 32 bilhões de valor de mercado? Tudo bem que, depois do depois, veio o posto Ipiranga (também conhecido como ministro Paulo Guedes) e fez o presidente desfazer tudo que não tinha desfeito.
Mas… é briga de concorrente… o posto Ipiranga odeia mesmo o posto BR…coitado do presidente… ele fez o que podia fazer: criou um fato que durou 24 horas. Resolveu o problema? Não. Mas bombou nas redes. Vocês têm que dar um desconto. Durante um dia todo, era como se vocês tivessem ganhado a parada. Agora, vocês iam fazer isso com o presidente? Que que isso, minha gente!
Caminhoneiros e caminhoneiras do Brasil, vocês têm que entender que o transporte de carga continua o mesmo, as estradas estão piorando, os fretes estão pouco animadores, a segurança no Brasil profundo dá medo, mas o mundo mudou e o Brasil agora é outro. O governo não é para resolver problemas e tomar posições, como antigamente.
O governo é para bombar nas redes sociais. E sejamos justos: o presidente compartilhou com vocês o espaço mais nobre do governo dele: as próprias redes sociais! E agora vocês iam querer vir com essa paralisação? Ia ser muuuuiiittaaaaa ingratidão!!!!
Vocês me perguntam: oh, puxa saco, e o preço do diesel? Geeeenteeee… o mundo mudou, o Brasil também! Qual foi outro presidente que prestigiou tanto vocês nas redes sociais? Qual foi outro que –durante vin-te qua-tro ho-ras in-tei-ras !!!!– deu a impressão de que vocês tinham ganhado a parada?
Vocês têm que ver as coisas como elas são hoje: se vocês forem ao Google, e clicarem “caminhoneiros venceram”, vai ter uma porção de reportagens dizendo isso, daqueles dias. Não é suficiente? Um dia inteiro de exposição positiva na mídia?
Poxa, minha gente, vocês vão continuar exigindo uma solução definitiva do governo sobre qualquer assunto a essa altura do campeonato? Vamos esperar pelo menos a aprovação da reforma –intacta– da Nova Previdência nas duas casas do parlamento, em 2 turnos. Daí, a gente começa a tratar de outros temas como esse, como a criação de empregos, como a retomada de obras paralisadas, como a economia e a vida real.
Por enquanto, vamos viver no virtual! E, lá, vocês ganharam. Lá, o combustível é barato e a Petrobras não precisa fazer nenhuma concessão para vender a preços baixos. Lá, as estradas são maravilhosas, lá elas são seguras, lá os fretes compensam. Gente, vamos pro Twitter, vamos para as lives. Que que é isso, minha gente?

Brasileiros são os maiores compradores estrangeiros de casas em Orlando


Casas para locação perto dos parques temáticos como o Walt Disney World podem render até 30 mil dólares de saldo positivo no final do ano

Vinte por cento das casas adquiridas por estrangeiros na Flórida, Estados Unidos, foram adquiridas por brasileiros no último ano. A pesquisa foi realizada pela Associação Nacional dos Corretores REALTORS® 2018 da International Residential Real Estate Activity, e divulgada na última semana. Em segundo lugar está os canadenses, seguidos dos venezuelanos e dos chineses. (https://www.orlandorealtors.org/news/445109/International-Matters.htm).

A pesquisa revela também que aproximadamente 9,4% de todos os compradores internacionais da Flórida optaram por adquirir uma propriedade em Orlando. A atividade internacional representa uma porcentagem significativa das transações imobiliárias residenciais de Orlando e, por extensão, a economia local. Os resultados do perfil mostram que compradores estrangeiros envolveram aproximadamente 11% das 44 mil vendas de casas da área estatística metropolitana de Orlando-Sanford-Kissimmee durante o período do estudo (entre agosto de 2017 e julho de 2018). 

O perfil dos compradores de imóveis em Orlando é diferente. Enquanto os canadenses e ingleses tendem a comprar um imóvel privado para uso exclusivo em férias, os brasileiros tem perfil investidor. “Comprar uma casa nos Estados Unidos se tornou atrativo para os brasileiros, principalmente pela oportunidade de obter um imóvel com rentabilidade, com aluguel fixo ou temporada”, explica Alexandre Fraga, sócio-diretor da Nord Holidays, que atua no ramo desde 2015.

Imóveis como investimento
Diversificar investimentos é uma recomendação que a maioria dos especialistas fazem. Uma modalidade ainda pouco conhecida do investidor brasileiro é o imóvel em Orlando, na Flórida, que pode render até 14% ao ano de ROI (sigla em inglês para Retorno Sobre Investimento), segundo a Nord Holidays, empresa especializada em venda e locação de imóveis na região.
“Muitos investidores compram uma segunda casa em menos de um ano após a aquisição da primeira”, afirma Alexandre Fraga, sócio-diretor da Nord Holidays ao comentar que o investimento inicial é de 30% do valor do imóvel, que custa a partir de 300 mil dólares. “Atualmente, existem cerca de 50 casas à venda em Orlando e é interessante ressaltar que há um rígido controle de lançamentos de novos empreendimentos para evitar a desvalorização dos imóveis”, explica.
Segundo Fraga, os imóveis em Orlando valorizam, em média, 7% ao ano, e há também a possibilidade de locação temporária, o que torna o negócio ainda mais rentável, uma vez que, com os aluguéis, é possível pagar todos os custos de financiamento e despesas como energia e condomínio. “Há casos em que a casa ainda deixa um saldo positivo no final do ano, em torno de US$ 30.000, depois de pagar todas as despesas fixas”, afirma.
Quem pode investir
Adquirir um imóvel em Orlando é simples e seguro. Emily Porto, sócia-diretora da Nord Holidays explica que há pouca burocracia para se obter financiamento, não é preciso morar nem ter endereço na cidade, o negócio é super seguro, e é excelente para quem busca diversificação de portfólio. “Além de investir na maior economia do mundo, em dólar, nossos clientes contam com total assessoria em português”, diz Emily.
A Nord Holidays cuida de todos os trâmites para a aquisição do imóvel e também para a locação, mensal ou por temporada. “No final das contas, a casa se paga”, afirma Alexandre Fraga ao comentar que todas as casas são localizadas em condomínios fechados e próximos aos parques temáticos de Orlando, como Walt Disney World, Busch Gardens, Legoland, Universal Studios, entre outros.
Sobre a Nord Holidays
Fundada em 2015, a Nord Holidays é uma start-up de investimentos imobiliários e administração de imoveis, que tem como objetivo assessorar investidores interessados na aquisição de imóveis na cidade de Orlando, na Flórida. Além disso, a Nord Holidays administra e gerencia os imóveis dos investidores para que obtenham o máximo rendimento, por meio de locações temporárias e mensais.

Projeto de Lasier que dificulta progressão de pena vai para plenário

Proposta de Lasier Martins vai a Plenário em regime de urgência.  Atualmente, sentenciados, mesmo em crimes extremamente graves, podem progredir para os regimes semiaberto e aberto após o cumprimento de apenas um sexto da pena, como é o caso do corrupto ex-presidente Lula da Silva. Assim, um indivíduo condenado a 18 anos de prisão, se apresentar bom comportamento carcerário, poderá sair em apenas três anos. 

Mais rigor para o cumprimento da pena de prisão. É o que garante projeto do senador Lasier Martins (Pode-RS), aprovado nesta quinta-feira, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. O PLS 499/2015 restabelece a exigência do exame criminológico e aumenta os prazos para a progressão de regime: mínimo de três quintos para réu primário de crimes hediondos, subindo para quatro quintos quando reincidente e, no mínimo, cumprimento de metade da pena em condenações por atos criminais comuns.

Essa é uma medida há muito esperada pela população, que quer mais segurança diante do avanço da criminalidade. É um combate ao sentimento geral de impunidade”, comentou Lasier. 

A matéria segue agora para o Plenário do Senado, em regime de urgência.

Avança projeto que dificulta progressão de regime

Proposta de Lasier Martins vai a Plenário em regime de urgência

Mais rigor para o cumprimento da pena de prisão. É o que garante projeto do senador Lasier Martins (Pode-RS), aprovado nesta quinta-feira (25), na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. O PLS 499/2015 restabelece a exigência do exame criminológico e aumenta os prazos para a progressão de regime: mínimo de três quintos para réu primário de crimes hediondos, subindo para quatro quintos quando reincidente e, no mínimo, cumprimento de metade da pena em condenações por atos criminais comuns.

“Essa é uma medida há muito esperada pela população, que quer mais segurança diante do avanço da criminalidade. É um combate ao sentimento geral de impunidade”, comentou Lasier.  A relatora, senadora Selma Arruda (PSL-MT),  acrescentou ao texto da matéria um dispositivo para clarear a diferenciação entre réu primário e reincidente. 

Atualmente, sentenciados, mesmo em crimes extremamente graves, podem progredir para os regimes semiaberto e aberto após o cumprimento de apenas um sexto da pena. Assim, um indivíduo condenado a 18 anos de prisão, se apresentar bom comportamento carcerário, poderá sair em apenas três anos. 

A matéria segue agora para o Plenário do Senado, em regime de urgência. 


Artigo, Ricardo Hingel, Zero Hora - Conselhos plurais


Há alguns dias, escrevi aqui sobre a evolução das empresas e, para tanto, a necessidade de qualificarem seus modelos diretivos. Estruturas administrativas que deram certo no início e viabilizaram o crescimento das empresas demandarão estruturas mais complexas, na medida em que os negócios se ampliam.

No mercado financeiro costuma-se dizer que o desempenho passado não é garantia de performance futura.  Nas empresas, o mesmo ocorre, pois sucessos passados não são garantia de êxitos futuros. Para que uma empresa continue prosperando e crescendo, precisa qualificar seu modelo de gestão, pois a concorrência o fará e a sua empresa poderá ficar para trás.

Aquelas que atingem um determinado porte, que passam por mudanças geracionais ou de seus executivos, podem demandar estruturas administrativas mais completas, com a criação de seus conselhos de administração ou mesmo consultivos. A diferença entre estes dois está na responsabilização de seus membros; no de administração há responsabilidades definidas na condução dos negócios, sendo o órgão máximo da estrutura diretiva. Os consultivos não possuem esta responsabilidade e podem atuar, principalmente, como uma consultoria especializada aos gestores e acionistas.

Sua composição deve contar com ex-executivos de renomada experiência que, além de seus cabelos brancos, oferecem uma excelente colaboração para os negócios das empresas, acrescentando atalhos para decisões estratégicas, somatório de circunstâncias ou crises vividas.

Para melhor eficácia devem contar com um caráter de pluralidade. Trazendo o futebol como uma metáfora eficiente, não se faz um time com 11 goleiros ou 11 centroavantes. Não vai ganhar de ninguém.

O mesmo deve ser cuidado nos conselhos e é uma oportunidade. Buscar uma composição com especialidades complementares e atendendo a especificidades de cada empresa é fundamental. Especializações como finanças, economia, mercado, comercial, jurídica, mercado de capitais, tecnologia da informação e de pessoas que já tenham trabalhado em operações similares às da empresa, em conjunto, podem enriquecer seus rumos.

Reforçando, empresas de sucesso preocupam-se com sua perpetuidade. Como a própria palavra infere, a perpetuidade demanda uma visão de longo prazo, em que todos os meios necessários para atingir as metas devem ser contemplados. Bem escalados e plurais, os conselhos podem se constituir em consultorias de alto nível e auxiliar especialmente na fixação das diretrizes estratégicas das empresas, chave para a perpetuidade almejada.

Análise - Mercado teme desaceleração econômica global


As preocupações acerca de uma desaceleração da atividade global continuam no radar, diz a equipe de economistas do Bradesco, hoje, no seu boletim diário para assinante. Leia a análise:

Em meio à divulgação de dados de atividade mais fracos ao longo desta semana e com a sinalização do governo da China de redução de estímulos à economia local, os mercados acionários operam predominantemente no campo negativo.

Os principais pregões asiáticos fecharam em queda, com exceção da bolsa japonesa, que reagiu com tom otimismo à decisão do BoJ de manter as taxas de juros longas em patamar baixo, por mais tempo do que o esperado.  Na Europa, com as frustrações com possíveis fusões e com resultados corporativos aquém do esperado, os mercados operam em queda. No mesmo sentido, os índices futuros norte-americanos são cotados em baixa.

No mercado de câmbio, seguindo o menor apetite ao risco, a maioria das moedas de países desenvolvidos e emergentes deprecia em relação ao dólar. Destaque para a desvalorização do won, que ocorre após uma inesperada contração do PIB da Coreia do Sul. Por outro lado, o iene aprecia, refletindo a postura do banco central japonês, conforme citado acima.

Com relação às commodities, os futuros do petróleo são cotados em alta. A renovação das máximas do óleo tipo Brent veio em meio às expectativas, por parte dos investidores, de que os EUA serão mais duros com as sanções impostas ao Irã. Já as metálicas e agrícolas, não seguem tendência única.
No Brasil, os mercados devem reagir ao quadro global mais volátil, enquanto aguarda a nota de setor externo, que será divulgada ainda nesta manhã pelo Banco Central.

Artigo, Gustavo Grisa - As reformas serão caminho sem fim até 2030


"É bom que mais brasileiros desenvolvam o espírito crítico construtivo e se acostumem a construir e debater"

Incrível como é desperdiçada energia no Brasil com uma postura, reação e resistência a reformas de modernização do país. Há muito jogo para torcida, de curtíssimo prazo, e a crença em um mundo que não existe mais, já era inviável há 30 anos.
O caminho das reformas é incontornável, e deverá seguir até 2030, juntando os esforços de três mandatos presidenciais, sejam quais forem os Presidentes.
Incontornável por que a alternativa é a simples insolvência dos serviços públicos, previdência e da credibilidade do país, e de governar na contenção do caos. A reforma do Estado mais completa já vem com um atraso de pelo menos duas décadas, buscando encerrar privilégios anacrônicos, e enfrentando obstáculos com argumentos poucos senão o corporativismo. Nos estados, municípios, no Legislativo e Judiciário há um desafio ainda mais profundo, de substituir uma estrutura barroca de privilégios e antifuncional a partir de regras um pouco mais arejadas, saudáveis.
Mais de Gustavo Grisa
Reforma do setor público: Temos uma nova esperança?
A agenda global represada
Teremos até lá uma inevitável discussão sobre a questão social, sobre o desmonte do estado populista genérico e uma substituição por políticas mais ativas e de resultado; a desburocratização, simplificação e digitalização de um dos maiores entes governamentais do Ocidente, que é complexa, mas inevitável; e a necessária extinção de privilégios previdenciários e funcionais, mais próxima à lógica de governo mundial e ao mercado da vida real do país. A modernização da economia, o destravamento do empreendedorismo em um dos países de grande porte com pior ambiente de negócios do mundo. O caminho será duro, árduo, exigirá resiliência,debate, construção de maioria.
A reforma da Previdência deverá ser a primeira de várias reformas da Previdência até 2030, com pelo menos dois estágios subsequentes de ajustes, possivelmente a cada novo presidente eleito. O modelo atual é impagável, importante iniciar o ajuste o quanto antes com a aprovação do melhor pacote politicamente possível nos dias de hoje. Haverão outros até 2030.Isso é bom avisar, e entender.
+ A cultura do intervencionismo
Mas o comportamento de simples resistência a reformas é uma negação geracional, uma incompreensão das mudanças do mundo, a crença em uma ficção de uma equação que não fecha. Difícil acreditar em pessoas das gerações Y e Z defendendo “zero” reformas e direitos “adquiridos”, alguns seculares ou por manobras burocráticas. Até que ponto se está buscando adesão a agendas que são apenas muito próprias e corporativistas, e contrárias ao interesse macro do País?
É bom que mais brasileiros desenvolvam o espírito crítico construtivo e se acostumem e saibam construir, debater, propor, inovar nesse longo ciclo reformista.

Como votou cada deputado


Adolfo Brito (PP) - A favor da PEC
Airton Lima (PR) - A favor da PEC
Aloísio Classmann (PTB) - A favor da PEC
Any Ortiz (PPS) - Não votou (está de licença maternidade)
Capitão Macedo (PSL) - A favor da PEC
Carlos Búrigo (MDB) - A favor da PEC
Dalciso Oliveira (PSB) - A favor da PEC
Dirceu Franciscon (PTB) - A favor da PEC
Dr. Thiago Duarte (DEM) - A favor da PEC
Edegar Pretto (PT) - Contra a PEC
Edson Brum (MDB) - A favor da PEC
Eduardo Loureiro (PDT) - Contra a PEC
Elizandro Sabino (PTB) - A favor da PEC
Elton Weber (PSB) - A favor da PEC
Eric Lins (DEM) - A favor da PEC
Ernani Polo (PP) - A favor da PEC
Fábio Branco (MDB) - A favor da PEC
Fábio Ostermann (NOVO) - A favor da PEC
Fernando Marroni (PT) - Contra a PEC
Fran Somensi (PRB) - A favor da PEC
Franciane Bayer (PSB) - A favor da PEC
Frederico Antunes (PP) - A favor da PEC
Gabriel Souza (MDB) - A favor da PEC
Gaúcho da Geral (PSD) - A favor da PEC
Gerson Burmann (PDT) - Contra a PEC
Gilberto Capoani (MDB) - A favor da PEC
Giuseppe Riesgo (NOVO) - A favor da PEC
Issur Koch (PP) - A favor da PEC
Jeferson Fernandes (PT) - Contra a PEC
Juliana Brizola (PDT) - Contra a PEC
Kelly Moraes (PTB) - A favor da PEC
Luciana Genro (PSOL) - Contra a PEC
Luís Augusto Lara (PTB) - Não votou (presidente da AL só vota em caso de empate)
Luiz Fernando Mainardi (PT) - Contra a PEC
Luiz Henrique Viana (PSDB) - A favor da PEC
Luiz Marenco (PDT) - Contra a PEC
Mateus Wesp (PSDB) - A favor da PEC
Neri o Carteiro (Solidariedade) - A favor da PEC
Paparico Bacchi (PR) - A favor da PEC
Pedro Pereira (PSDB) - A favor da PEC
Pepe Vargas (PT) - Contra a PEC
Rodrigo Lorenzoni (DEM) - A favor da PEC
Rodrigo Maroni (Podemos) - A favor da PEC
Sebastião Melo (MDB) - A favor da PEC
Sergio Peres (PRB) - A favor da PEC
Sérgio Turra (PP) - A favor da PEC
Silvana Covatti (PP) - A favor da PEC
Sofia Cavedon (PT) - Contra a PEC
Tenente Coronel Zucco (PSL) - A favor da PEC
Tiago Simon (MDB) - A favor da PEC
Valdeci Oliveira (PT) - Contra a PEC
Vilmar Lourenço (PSL) - A favor da PEC
Vilmar Zanchin (MDB) - A favor da PEC
Zé Nunes (PT) - Contra a PEC
Zilá Breitenbach (PSDB) - A favor da PEC

Odebrecht tinha ‘bunker da propina’


Sala comercial em prédio da Avenida Faria Lima, em São Paulo, armazenava notas de dinheiro para pagar políticos e seus operadores

Uma sala comercial no terceiro andar de um prédio na Avenida Faria Lima, principal corredor financeiro de São Paulo, serviu como “bunker” para armazenar notas de dinheiro obtidas por doleiros com lojistas chineses da região da 25 de Março para a Odebrecht pagar propina e caixa 2 a políticos e agentes públicos na capital paulista.
Planilha da transportadora de valores Transnacional, usada pela empreiteira no esquema, mostra que R$ 15,5 milhões foram coletados no endereço e levados até a sede da empresa, na Vila Jaguara, em 37 viagens feitas entre setembro de 2014 e maio de 2015. Nos dias seguintes às retiradas de dinheiro, os valores eram entregues por policiais militares à paisana aos intermediários dos políticos em residências, escritórios e quartos de hotéis.
Neste domingo, 21, o Estado revelou que a mesma planilha indica que ao menos 187 entregas de dinheiro programadas pela Odebrecht foram efetivadas pela Transnacional. Os pagamentos, cujas datas, valores e senhas coincidem com as que aparecem nas planilhas do doleiro Álvaro José Novis e da própria empreiteira, estão relacionados a 57 codinomes criados pelos ex-executivos da empresa para ocultar a identidade do beneficiário final da propina. O documento obtido pela reportagem está sob sigilo por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Na planilha, as retiradas de dinheiro no “bunker” da Faria Lima, cujos valores variavam de R$ 120 mil a R$ 1,2 milhão, eram feitas com uma pessoa chamada Walter. Investigações feitas pelo Ministério Público Federal do Rio descobriram que a sala comercial havia sido alugada pelos doleiros Cláudio Fernando Barboza, conhecido como “Tony”, e Vinícius Claret, o “Juca Bala”, presos em 2017 pela Lava Jato acusados de atuarem no esquema de lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Após firmar acordo de delação premiada, a dupla relatou que alugou o espaço para armazenar o dinheiro que o doleiro chinês Wu Yu Sheng arrecadava com comerciantes da região da 25 de Março, maior centro de compras de São Paulo, para alimentar o esquema da Odebrecht ou para repatriação ilícita de dólares acumulados no exterior por outros clientes.
O chinês, que se mudou para Miami (EUA) após a deflagração da Lava Jato e ainda está foragido, foi apresentado pelos próprios executivos da Odebrecht à dupla de doleiros em 2010, em Montevidéu, no Uruguai, pela facilidade em conseguir dinheiro em espécie. Na prática, Sheng vendia para a empreiteira os reais arrecadados em espécie na 25 de Março e recebia o pagamento em dólares em contas bancárias em Hong Kong, por meio de transações feitas por offshores. Nas planilhas da Odebrecht ele era identificado com o codinome “Dragão”.
Tony e Juca Bala, por sua vez, tinham reconhecida estrutura logística de armazenamento e distribuição de dinheiro no Brasil. Segundo eles, a parceria com o chinês teve início em agosto de 2010 e movimentou cerca de US$ 210 milhões até 2016. As entregas do dinheiro arrecadado com os lojistas eram feitas por três funcionários de Sheng no “bunker” da Faria Lima e chegavam a R$ 1 milhão por dia no auge dos pagamentos de propina. Os valores eram recebidos por um funcionário dos doleiros chamado Walter Mesquita, o mesmo que depois entregava o dinheiro para a Transnacional.
Hotéis. Em depoimento ao Ministério Público, Mesquita disse que no início Sheng pedia que os recursos fossem recolhidos diretamente pela transportadora em um “bunker” mantido por ele na Rua Barata Ribeiro, região central, mas que, após sofrer um assalto, o chinês parou de ter endereço fixo e passou a fazer entregas em hotéis ou salas alugadas pelos doleiros.
Na planilha da Transnacional, o nome Walter aparece ainda ao lado de outros seis endereços de hotéis e flats nos bairros Itaim-Bibi e Jardins onde a transportadora recolheu mais R$ 8,9 milhões do esquema operado pelos doleiros Tony, Juca Bala eSheng para a Odebrecht. Já as entregas do dinheiro eram programadas por Álvaro José Novis, segundo a investigação.
O documento da transportadora mostra ainda outros endereços de coleta de dinheiro com nomes diferentes de entregadores. Na lista há três sedes de empresas do setor têxtil nas regiões do Brás e da Barra Funda, uma empresa de cartões no Jardim Jaraguá e até uma casa na Vila Madalena.

Sine de Porto Alegre abre a semana com 154 vagas


O Sine Municipal tem 154 vagas de emprego a partir desta segunda-feira, 22, até que sejam preenchidas. As vagas possuem limite de cartas de encaminhamento. Os interessados devem comparecer na unidade da esquina da avenida Sepúlveda com Mauá, das 8h às 17h, com Carteira do Trabalho e comprovante de residência. 

Confira as vagas:        
                      
Açougueiro - 1
Administrador  - 1
Ajudante de serralheiro - 2
Almoxarife - 1
Analista financeiro (economista) - 1
Aplicador de decalque em cerâmica - 1
Armador de ferros - 1
Arquiteto de edificações - 1
Auxiliar administrativo  - 1
Auxiliar de confeiteiro  - 2
Auxiliar de conservação de obras civis -  1
Auxiliar de desenvolvimento infantil  -   2
Auxiliar de jardinagem na conservação de vias permanentes  -  2
Auxiliar de limpeza - 2
Auxiliar de linha de produção  - 1
Auxiliar de manutenção predial  - 4
Auxiliar em saúde bucal - 1
Azulejista -  1
Carreteiro (motorista de caminhão-carreta)  - 3
Cilindrista de borracha - 2
Colocador de piso vinílico  - 1
Confeiteiro - 2
Coordenador de compras -  1
Costureira de máquina overloque -  5
Costureira em geral  - 14
Cozinheiro de restaurante  - 1
Cozinheiro geral - 3
Educador infantil de nível médio - 1
Engenheiro civil  -  2
Estoquista -  2
Farmacêutico - 1
Fiscal de loja - 1
Gerente comercial - 1
Gerente de loja e supermercado - 1
Gerente industrial  - 1
Gesseiro -  2
Instalador de alarme - 3
Instalador de sistemas eletroeletrônicos de segurança - 1
Lubrificador de veículos automotores (exceto embarcações)  -  2
Mecânico de manutenção de automóveis, motocicletas e veículos similares  - 1
Mecânico de manutenção de caminhão a diesel - 1
Mecânico de manutenção de máquinas de fundição (usinagem de metais) - 1
Mecânico de manutenção de ônibus  - 1
Mecânico eletricista de diesel (veículos automotores) - 1
Montador de móveis de madeira -  3
Motorista carreteiro-  6
Motorista entregador - 2
Operador de máquinas de usinar madeira (cnc) - 2
Operador de retro-escavadeira - 3
Operador de telemarketing ativo - 10
Operador gráfico de corte e vinco na impressão - 2
Pedreiro - 2
Pedreiro de acabamento - 5
Pintor de automóveis  - 1
Pintor industrial - 1
Porteiro - 5
Preparador de tintas  - 1
Professor de jardim da infância -  2
Programador de computador - 1
Recepcionista de consultório médico ou dentário - 1
Relações públicas - 1
Representante comercial autônomo - 5
Serralheiro - 1
Soldador - 1
Subgerente de loja (operações comerciais) - 2
Sushiman - 1
Técnico de edificações - 2
Técnico de suporte à inteligência (grupo apoio) - 1
Tratador de animais (jardim zoológico) - 1
Vendedor interno -  2
Vendedor pracista - 3
Vidraceiro - 1
Vigia - 4
Zelador - 1


Artigo, Adão Paiani - Páscoa de sangue


A Páscoa Cristã de 2019 está marcada pelo sangue dos mártires.

No Sri Lanka, no sábado, pelo menos 207 pessoas foram mortas, e mais de 450 ficaram feridas, durante a celebração da Missa Pascal em três igrejas católicas, e também em hotéis. No domingo, em Munique, na Alemanha, um terrorista bradando o indefectível “Allah U Akbar”, utilizando fogos, feriu 24 pessoas também em uma igreja católica, durante a missa de Páscoa. Ao mesmo tempo, em Nova York, o NYPD prendeu outro terrorista que ameaçava incendiar igrejas cristãs.
Tudo isso numa Semana Santa que iniciou com o incêndio da milenar Catedral de Notre-Dame de Paris; e que, também no sábado, viu consumida pelas chamas a centenária igreja de Monte Santo, cidade a 350 quilômetros de Salvador, na Bahia. Nos dois casos, separados por um oceano de distância entre si, as chamas iniciaram-se pelo telhado dos templos.
Coincidências? Obra de “extremistas” ou “lobos solitários”? Não creio.
Todos esses episódios, somados as centenas de atentados a sinagogas, cemitérios e instituições judaicas que tem ocorrido, principalmente, em países da Europa, demonstram uma realidade que não é mais possível ocultar: nossa civilização judaico-cristã, a partir de suas bases mais profundas, está sob o mais violento, decidido, consciente e organizado ataque da história recente.
Ao mesmo tempo, a icônica foto da imagem de Jesus, respingada pelo sangue de fiéis, em uma das igrejas atacadas no Sri Lanka, está para nos mostrar que uma nova e cruel era de particular perseguição ao cristianismo está em marcha; e que somente a consciência da gravidade do momento histórico que vivemos, poderá preparar-nos para a necessária resistência que será exigida, se quisermos preservar a herança de pelo menos cinco mil anos de história, e o mundo tal como conhecemos.
Quase mil anos depois da Primeira Cruzada, não é improvável que a cristandade tenha, novamente, que se levantar contra os inimigos da humanidade. Tais inimigos são bem conhecidos, sendo, portanto, desnecessário nominá-los. Junto aos seus modernos aliados, seguidores de um credo laico e sanguinário, responsável pela morte de mais de 100 milhões de pessoas durante o Século XX, esses bárbaros agem por todo o mundo semeando terror, morte e destruição.
O objetivo primordial desta aliança sinistra é, reconhecidamente, a destruição da nossa civilização para, a partir da imposição de suas ideologias malignas, mergulhar a humanidade em um período de trevas sem precedentes.
A civilização judaico-cristã ocidental não é perfeita. Se fosse, não seria deste mundo. Mas é o melhor que o engenho humano pode conceber até aqui. Suas alternativas não resistem a um exame de lógica e racionalidade minimamente aceitáveis, e constituem um risco à própria existência humana sobre a Terra.
Vivemos ante a covardia de governos globalistas ao redor do mundo, sustentados por uma mídia ideologicamente cooptada, covarde e corrompida. Ambos utilizam-se de todos os meios para impor uma narrativa inteiramente desconectada da realidade; onde vítimas são colocadas como agressores, uma ideologia política sanguinária é apresentada como libertadora, e uma crença que mergulha seus fiéis na miséria, no terror e na ignorância é classificada como “religião da paz”.
Estes são tempos de luta e resistência; que possivelmente consumirão nossas vidas, e as de nossos filhos e netos; nos quais a omissão certamente nos cobrará um tributo de escravidão, morte e horror. Cabe-nos, portanto, resistir, lutar e defender a herança civilizacional que nos foi legada.
A guiar-nos, temos a coragem, a providência divina, e a esperança de que nossa civilização não perecerá, e que contra ela, e nós mesmos, as portas do inferno não prevalecerão.
Uma venturosa, santa e abençoada Páscoa a todos, que a cada dia possa renascer em nossos corações, dando-nos a força necessária para resistir aos tempos sombrios nos quais já estamos vivendo.
* Advogado em Brasília/DF

Artigo, Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo - Recuo do STF não inocenta Toffoli: ele deve sofrer impeachment


Falta engavetar o próprio inquérito, causa de desunião no STF, e de incômodo generalizado, porque a decisão de instaurá-lo, a partir da divulgação de notícia pelos veículos sobre citação de Toffoli na Lava-Jato, ficou contaminada pela interpretação de que se tratava de um ato do presidente da Corte em sua própria defesa.

A saída encontrada por Moraes, para justificar a suspensão da censura, foi que, ao contrário do que ele supunha, existia mesmo nos autos da Lava-Jato, na delação de Marcelo Odebrecht, a informação de que o empreiteiro, em e-mails internos, chamava o ainda Advogado-Geral da União de “o amigo do amigo do meu pai” (Lula era muito próximo a Emílio Odebrecht).

Mas, mesmo que houvesse dúvida sobre a existência de documento com a menção a Toffoli, a censura era incabível, pelas razões expostas pelos outros ministros.

O recuo do STF, portanto, é bem-vindo e evita uma crise institucional ainda maior, mas não é suficiente. Não só é preciso enterrar o inquérito abusivo, que transforma o Supremo em investigador e juiz, como é preciso punir Toffoli por seu ato inaceitável, inconstitucional e, segundo juristas renomados, criminoso. O ministro, que sequer possui notório saber jurídico para ocupar tal cargo, tem uma visão totalmente equivocada do seu papel.

Toffoli resolveu se manifestar sobre o caos que produziu: “A liberdade de expressão não pode servir à alimentação do ódio, da intolerância, da desinformação. Essas situações representam a utilização abusiva desse direito. Se permitimos que isso aconteça, estaremos colocando em risco as próprias conquistas obtidas em 1988”, afirmou o presidente do STF.

É uma visão simplesmente absurda do que seja liberdade de expressão e também o papel do STF. Com base nessa desculpa esfarrapada, o ministro acha que pode atropelar as leis e adotar a censura prévia, ignorando o devido processo legal. Conceitos vagos, interpretados por ele mesmo, serviriam para se impor um regime opressor no país.

“É ofensa à instituição à medida que isso tudo foi algo orquestrado para sair às vésperas do julgamento em segunda instância. De tal sorte que isso tem um nome: obstrução de administração da Justiça”, disse ainda o ex-advogado do PT. Reparem no grau de sua interpretação subjetiva: Toffoli acha que sabe o que os responsáveis pela reportagem querem pelo timing de sua publicação, ou seja, ele pune, como um tirano, a suposta intenção dos autores da reportagem! Ele é clarividente, por acaso?

O editorial da Gazeta do Povo esta quinta foi direto ao ponto: “A persistir a situação absurda que os dois ministros criaram, o impeachment de Toffoli e Moraes estaria justificado e seria a solução institucional adequada a ser conduzida de forma responsável pelas lideranças políticas. A qualidade da democracia brasileira e a estabilidade do país não dependem de o STF tornar-se intocável e seus ministros converterem-se deuses inimputáveis”.

“Quem quer que pretenda derrubar a liberdade de uma nação deve começar subjugando a liberdade de expressão”, alertou Benjamin Franklin, um dos pais fundadores da América. “Onde quer que o despotismo abunde, as fontes de informação pública são as primeiras a serem colocadas sob seu controle. Onde quer que a causa da liberdade esteja caminhando, uma de suas maiores realizações é a garantia da liberdade de imprensa”, explicou Calvin Coolidge, um dos presidentes mais liberais da América.

Toffoli ainda declarou que, ao final do seu inquérito ilegal, as pessoas reconhecerão que ele estava certo em abri-lo. Como ele pode saber isso? Como ele sabe o que a investigação encontrará? É uma investigação dirigida? Mais: seus “nobres” fins justificam quaisquer meios, ainda que ilegais? Isso não fere o Estado de Direito? Ele, que é presidente da Corte Suprema, deveria saber disso!

Ao lançar mão de conceitos vagos para suprimir a liberdade de imprensa e adotar a censura, Toffoli ultrapassou qualquer limite aceitável e precisa sofrer impeachment já. O Senado é responsável pela aprovação da indicação de cada ministro do STF, e claramente cochilou no caso de Toffoli. Mas se eles se comportam de forma inadequada, cabe ao Senado o dever de proceder ao devido processo legal de processar e julgar os ministros (Art.52-II da CF), bem como de proceder ao seu impeachment (Lei 1.079/50-Art. 2º)­, se for necessário. E, ao que tudo indica, nunca foi tão necessário!