A venda da CEEE

  O governador Eduardo Leite tentou se defender, ontem, das gigantescas críticas que recebe por ter se apressado em vender a CEEE (geração, transmissão e distribuição), com ênfase para o caso da Equatorial e da RGE, empresas privadas que ficaram com as concessões na área de ponta.

O tucano listou valores, mas não explicou de que modo impôs condições de melhorias nos serviços.

Leite esclareceu que o processo de privatização da Ceee Distribuição evitou que o Estado tivesse de arcar com o passivo de mais de R$ 4,8 bilhões que a então companhia pública enfrentava, bem como retomou a arrecadação de cerca de R$ 1,5 bilhão de ICMS aos cofres do Tesouro, que não eram repassados pela empresa estatal. Ele lembrou, ainda, que a companhia estava em vias de ter cassada pela Aneel a concessão de operação do serviço, justamente porque não conseguia cumprir os mínimos parâmetros de qualidade e de execução financeira exigidos pela regulação do setor.

“Basta olhar o histórico dos últimos anos. Em 2012, 2014 e 2016, tivemos grandes temporais e milhares de pessoas ficaram vários dias sem energia, porque a companhia pública não era capaz de cumprir a contento o seu papel. Agora, com a empresa privada, o Estado tem ainda mais capacidade de ir para cima e cumprir sua obrigação de cobrar, multar e sancionar, se não houver adequação aos parâmetros de performance que devem ser atendidos”, reforçou.

Conheça a ira de consumidores e autoridades diante da incúria da CEEE Equatorial

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A CEEE Equatorial entrou, hoje, no quinto dia de incúria diante da falta de energia elétrica na sua área de atuação, 1/3 dos consumidores do RS, sem saber ao certo quando restabelecerá plenamente suas operações.

A reação dos consumidores e de autoridades é irada.

No campo político, CPIs sairão na Assembleia e na Câmara de Porto Alegre. 

Ontem, o prefeito Sebastião Melo protocolou representação junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), solicitando que o órgão abra uma fiscalização urgente nas atividades da CEEE Equatorial. O prefeito quer que a agência verifique “as causas da falha no restabelecimento tempestivo do fornecimento de energia elétrica e a ausência de um plano de contingência efetivo” por parte da CEEE Equatorial.

Além disso, pede que sejam adotadas “medidas cabíveis para responsabilização da empresa”, em razão da “gravidade das consequências para a população”. Por fim, a gestão municipal requer que a Aneel determine que a CEEE Equatorial implemente um “plano de contingência robusto e eficaz, visando prevenir e minimizar impactos em eventos futuros".

O governo estadual, que entregou a estatal CEEE para a Equatorial, ameaça e fica na retórica.