A tragédia anda a cavalo

Ontem, sexta-feira, mal começou o dia, sistematizei todas as informações a respeito de duas fake news que foram usadas pela mídia tradicional e pelo lulopetismo para detonar Bolsonaro:

1) As mentiras cabulosas, canalhas e ensandecidas, quando não ensaiadas, do hacker criminoso da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, tudo no âmbito da CPMI do 8 de Janeiro, tentando incriminar Bolsonaro em invasões nos computadores do TSE e nos celulares de Alexandre de Moraes, tudo sem prova alguma. Aliás, O Globo de ontem fala em "indícios de provas", uma invencionice investigatória tão estapafúrdia que nem a Gestapo ou a KGB aceitariam, mas que o lulopetismo tratou de assumir como verdades cristalinas.

2) A capa da revista Veja, com fotão do Coronel Mauro Cid, em cima de uma chamada em negrito e corpo garrafal: A Confissão, referindo-se, claro, ao caso do Rolex vendido nos Estados Unidos.

Eu recebi tudo com fundadas dúvidas, porque desprezo bandidos canalhas, sobretudo estelionatários como Delgatti Neto, mas também porque desprezo publicações que traíram todo o seu brilhante passado editorial, servindo agora aos mentirosos e bandidos de plantão, que é o caso da Veja.

Nada do que Delgatti Neto vá dizer ou que Veja vá publicar, merece ser levado a sério.

Isto tudo foi armado para justificar a decretação da quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da mulher dele, Michelle, num passo a mais para humilhá-los, abalar-lhes a credibilidade e a reputação - um degrau a mais para prendê-los, quem sabe, mas com certeza para manté-los - e ao povo - encurralados, submetidos ao Eixo do Mal.

O plantão da Globo, segundo publiquei no meu blog, ficou de plantão, esperando a prisão que não saiu.

Muitos amigos, companheiros e pessoas que eu conheço e prezo, esta manhã, jogaram a toalha. "Agora, deu: vou embora !", escreveram nos grupos de WhatsApp. Aconselhei prudência, porque o tempo é o senhor da razão. 

E a razão veio a cavalo:

1) Os vídeos e informações do depoimento do hacker mentiroso Delgatti Neto estão aí par comprovar que ele mentiu o tempo todo. Eu até estou convencido de que Bolsonaro, ao recebê-lo uma única vez, mais armou para cima dele e do Eixo do Mal do que resultou ingenuamente iludido de um conhecido bandido da Vaza Jato e de Araraquara. 

2) Na madrugada de ontem, o novo advogado do Coronel Mauro Cid foi obrigado a vir a público, e numa nota ao jornal Estadão, disse que Veja mentiu. Mentiu. Ele usou palavras mais adocicadas, próprias de rábulas que falam demais e sabem de menos. Veja fez fake news. Aliás, quem leu a reportagem da revista, já tinha percebido a forçação de barra.

Não será por Delgatti Neto ou pela Veja que Alexandre de Moraes encontrará respaldo psicossocial para prender Bolsonaro. Terá que se esforçar mais. Mas eles se esforçarão, claro.

Essa gente quer enfiar Bolsonaro no mesmo caldeirão putrefato do sistema de corrupção sistêmica a que o povo brasileiro está submetido desde 1.500, com uma elite empresarial, política e acadêmica patrimonialista, organizada social, econômica e politicamente como donos do poder, sanguessugando em conjunto o sangue, suor e lágrimas de todos nós.

Eles perderam o jogo a partir de 2013, quando a maioria silenciosa, mantida escrava até ali, foi para as ruas, derrubou Dilma, prendeu Lula, elegeu e governou com Bolsonaro.

Tiveram que ganhar no tapetão, mas isto não representa nada em termos históricos, embora comprove que a história pode se repetir, sim, mas como farsa ou tragédia.

A farsa anda a passos largos, mas a tragédia virá a cavalo.

Advogado desmente Veja e diz que não haverá delação alguma de Mauro Cid

 Em mensagem enviada ao ‘Estadão’ na madrugada desta sexta-feira, 18, Bitencourt disse: “Não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Veja não se falou em joias [sic]”.

BRASÍLIA - Menos de 24 horas depois de confirmar a veículos de imprensa que o tenente-coronel Mauro Cid iria apontar Jair Bolsonaro (PL) como mandante de um esquema que desviou presentes milionários recebidos pela Presidência da República, o advogado Cezar Bitencourt recuou e afirmou não ter falado sobre as transações envolvendo as joias recebidas pelo ex-presidente por delegações estrangeiras.

Em mensagem enviada ao Estadão na madrugada desta sexta-feira, 18, Bitencourt disse: “Não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Veja não se falou em joias [sic]”.

Citada pelo advogado, a revista Veja publicou na noite dessa quinta-feira, 17, que o Mauro Cid decidiu confessar que vendeu joias nos Estados Unidos a mando de Bolsonaro. Ainda segundo a reportagem, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República vai dizer que o dinheiro arrecadado foi enviado ao ex-presidente, o que pode configurar peculato e lavagem de dinheiro.

Além da Veja, o advogado também reiterou o teor da nova linha da defesa a outros veículos. “A questão é que isso pode ser caracterizado também como contrabando. Tem a internalização do dinheiro e crime contra o sistema financeiro”, afirmou o defensor, de acordo com a publicação. “Mas o dinheiro era do Bolsonaro”, prosseguiu ele.

Bitencourt assumiu a defesa de Cid na terça-feira, 15. Um dia depois, ele deu indícios de que a linha de defesa seria mostrar que o tenente-coronel apenas cumpria ordens, mesmo “ilegais e injustas”.

“Essa obediência hierárquica para um militar é muito séria e muito grave. Exatamente essa obediência a um superior militar é o que há de afastar a culpabilidade dele. Ordem ilegal, militar cumpre também. Ordem injusta, cumpre. Acho que não pode cumprir é ordem criminosa”, disse o advogado, em uma entrevista concedida à GloboNews.

A Polícia Federal cumpriu na última sexta-feira, 11, mandados de busca e apreensão no caso das joias. Entre os alvos da operação estava Mauro Cid, hoje preso no Batalhão do Exército por um outro esquema ilegal de falsificação de cartões de vacina.

Também estão envolvidos no desvio das joias o pai do tenente-coronel, o general da Reserva Mauro César Lourena Cid, o segundo tenente Osmar Crivelatti e o advogadoFrederick Wassef.

A corporação aponta Bolsonaro como beneficiário e estima que o esquema tenha rendido R$ 1 milhão.

De acordo com a PF, os montantes “obtidos das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.

Nessa quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes atendeu pedido da PF e autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Jair Bolsonaro e de sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL)

Editorial, Estadão - O STF está indo à desforra com Bolsonaro

 - Este editorial é de 11 de maio, mas vale para hoje, dia 18 de agosto de 2023.

CLIQUE AQUI para ler no próprio jornal.

A anulação do indulto que o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu ao ex-deputado Daniel Silveira é um ato de vingança do Supremo Tribunal Federal; não tem nada a ver com a lei. São atos de vingança as apreensões do seu celular e do seu passaporte. É um ato de vingança a prisão do oficial do Exército que foi ajudante de ordens do ex-presidente, e que, pelo Estatuto dos Militares, só poderia ter sido preso em flagrante. É um ato de vingança continuado a prisão do ex-secretário de Segurança de Brasília, por suspeita de omissão nos ataques aos palácios dos três Poderes no dia 8 de janeiro. É um ato de vingança a decisão do STF de criar no Brasil a sua própria lei de censura para a internet; já que a Câmara dos Deputados não aprovou o projeto de censura que o governo Lula quis impor ao País, em seu maior fiasco político até agora, o “cala-boca” oficial, como costuma dizer uma das ministras, virá por ordem direta do tribunal supremo. 

Como achar que um país onde o poder público governa pela desforra e uma polícia cada vez mais parecida com a KGB, em vez de obedecer à Constituição e às leis, é uma democracia? NãoO caso do indulto anulado não faz nenhum nexo, nem do ponto de vista jurídico nem do ponto de vista da lógica comum. A anulação foi decidida pelo ministro Alexandre de Moraes; quase todos os outros ministros, como se fossem um partido político que vota igual ao chefe numa “questão fechada” (e tudo o que Moraes decide é questão fechada), concordaram com ele. Mas o indulto era perfeitamente legal; não podia ser julgado, nem eliminado. Ninguém aqui é “jurista” para ficar dizendo isso; o ministro, aliás, deixou claro no julgamento que cidadãos “não juristas” não têm direito de tocar no assunto. Mas quem disse que o perdão presidencial é legítimo foi o próprio Alexandre de Moraes. “O ato de clemência é privativo do presidente da República”, afirmou ele em plenário, anos atrás. “Podemos gostar ou não gostar, mas o ato não desrespeita a separação de Poderes. Não é uma ingerência ilícita na política criminal.” 

Em suma, segundo o ministro: o perdão, de qualquer tipo, é uma prerrogativa legal do presidente. Por que deixou de ser.

Deixou de ser porque o presidente em questão é Bolsonaro, e o STF já resolveu há muito tempo que a lei brasileira não se aplica a ele e aos seus aliados. A Constituição obriga a aplicar – mas o ex-presidente é de “direita”, e a extinção da “direita” se tornou uma questão de “interesse nacional”, que se coloca acima de qualquer preceito legal. Em seu nome, ficam valendo a censura, a supressão de direitos e a transformação do Brasil num estado policial.”