Artigo, Rodrigo Souza Costa - Lockdown em Pelotas: Quais vidas estão em primeiro lugar?

- O autor é vice-presidente da Federasul.

A vida está em primeiro lugar e não há dúvidas sobre isto, porque partimos dela para prover nossas famílias com alimentos, moradia, saúde, segurança e tudo que é essencial.
Lamentavelmente, sob o argumento de que a vida é prioridade, trabalhadores, sob os mais rígidos protocolos de biossegurança, foram impedidos de trabalhar, de gerar os meios para sustentar suas famílias,
Em Pelotas, com 30 leitos disponibilizados para a Covid-19 e 28 pacientes internados, a Prefeitura decretou um lockdown de 64 horas, proibindo a circulação de pessoas nas ruas a pé ou em seus próprios carros.
Pelotas, com orçamento em torno de R$ 1,2 bilhão, dispõe de duas faculdades de medicina e um quadro de médicos exemplar mas mesmo assim, apesar dos esforços de profissionais da saúde, todos os invernos sofre com pacientes amontoados nos corredores de um Pronto Socorro Regional, por um problema histórico não enfrentado.
Numa doença em que pacientes morrem por falta de leitos de UTI, os recursos deveriam ter sido aplicados naquilo que poderia salvar vidas, a construção de novos leitos de UTI, especialmente nos mais de R$ 44 milhões destinados à Pelotas pelo governo federal em função da pandemia.
Inacreditavelmente, na prestação de contas de 7 de agosto último, referentes a primeira parte dos recursos da União (R$ 22 milhões) já recebidos pela Prefeitura de Pelotas, pouco mais de R$ 2,4 milhões foram destinados à saúde e assistência social, enquanto o restante (R$ 19,6 milhões) foram utilizados para outros fins como, cobrir a queda na arrecadação, pagando a folha de pagamento, auxílio alimentação, limpeza urbana ou requisição de pequenos valores da Prefeitura.
Com os R$ 44 milhões da ajuda federal seria possível construir mais de 100 leitos de UTI em hospitais filantrópicos já existentes e estaríamos enfrentando a pandemia com 130 leitos de UTI e um legado para uma cidade que há anos perde vidas pela falta de infraestrutura em saúde.
Quando cidadãos são proibidos de sair às ruas, para garantir seu sustento porque faltam leitos e constatamos que os recursos federais que vieram foram usados para pagar a folha dos servidores públicos, resta uma só pergunta: Quais vidas estão em primeiro lugar?

Um comentário:

  1. HIPÓCRITAS!! CANALHAS!! DEMAGOGOS!! A saúde pública sempre foi um caos e nas gestões anteriores (pt), entrou em falência total, cansamos de ver pessoas aglomeradas em todos os hospitais Brasil a fora, sempre as mesmas desculpas, não há leitos disponíveis, não há equipamentos, não há remédios, não há profissionais suficientes, enfim, tudo isso é o descaso com a coisa pública é o ROUBO instituído em todas as instâncias e hj a grande mídia e toda a esquerdalha fingem q o problema surgiu agora, como se fossemos incapazes d perceber a roubalheira q fizeram e q nos levou a falência no sistema público d saúde.

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