Artigo, Facundo Cerúleo - Proezas do invicto: ainda é tempo de falar...

Opereta em três atos... No 1º ato, antes da partida, um dos iluminados da imprensa vê a escalação do Grêmio para enfrentar o Vasco (por acaso, o lanterna), afirma que o técnico mudou o desenho do time e diz: "Renato foi corajoso!". No 2º, o Grêmio perde para o lanterna e Renato, o Invicto, para explicar o fiasco, acusa haver jogadores que não se empenham, mesma explicação simplista de alguns iluminados... No 3º, ouve-se a rádio amplificar a fala de um sujeito (deve ser descendente do Rui Barbosa) que diz: "Com um centro-avante que não faz gol e jogadores sem foco, o que é que o coitado do Renato pode fazer?"

Ai-ai-ai! E não é que falta empenho mesmo? No domingo, o Grêmio faz um papelão. Na segunda, os atletas gozam de uma folga decretada pelo... Invicto! E ele mesmo, que não é de ferro, em vez de voltar logo ao trabalho, fica no Rio de Janeiro a desfrutar da praia... Ele só voltou ao trabalho na quarta-feira... Com todo empenho...

Aí pergunto: será que algum dos muitos treinadores estrangeiros que há no país (ganhando todas), ainda mais depois do desastre no jogo contra o Vasco, se permitiria essa folga? Ah, e Será que os iluminados ficariam de bico calado, como estão, se fosse um deles a ter essa conduta?

A todas essas, a coluna procura, procura, procura e ainda não achou entre os iluminados unzinho que tenha colhões para confrontar o técnico do Grêmio com suas contradições. Deve existir algum, mas... Quem achar, faça o favor de dizer. Dou um cachorro-quente de prêmio....

E vale responder à pergunta do Rui Barbosa dos pampas: "O que é que o coitado do Renato pode fazer?" Ele pode treinar, ora! Até o Stevie Wonder consegue ver que o Grêmio é um time mal treinado, cascalho! E se Renato não está apto a treinar uma equipe de ponta (todos esperam que o Grêmio seja uma equipe de ponta), então é melhor ele ficar nas areias de Copacabana, que é onde ele mais gosta de estar.

Só que, aí, é o presidente do Grêmio quem tem que ter colhões e optar entre salvar o clube ou satisfazer os caprichos da parte mais manipulável da torcida (que come o pão que os iluminados amassam). E terá que decidir o que é mais importante: o futuro do clube ou a sua própria reeleição. Com a palavra, Alberto Guerra!

E como vai ser, se o presidente não tomar uma atitude drástica?

Carambolas! O Grêmio poderá terminar o campeonato atrás do arqui-rival (perdendo a medíocre disputa doméstica). E talvez não consiga sequer vaga para a Libertadores do próximo ano. E as finanças...

Já falei que os clubes (Grêmio, Inter e outros) são parecidos com empresas estatais e setor público de um modo geral, porque costumam ter gestões que favorecem o compadrio, a acomodação da companheirada, politicagem brava... Se falei, não falo mais...  Chega!

Eu faço as minhas críticas. Mas não sou rancoroso. Aqui está a prova: dou uma ajudinha aos iluminados da imprensa, sugerindo algumas perguntas para a próxima entrevista coletiva do Invicto...

Caso Iturbe: por que não entrou no jogo do Vasco em que todos estavam mal? Será que é por não ter sido ele contratado por indicação do técnico? Merece menos confiança do que Gustavinho e Nathan Pescador?

E o energizado Cuiabano, que deu baita resultado cada vez que entrou: por que não jogou, quando o time parecia estar de pilhas fracas?

Por que Bitello não é escalado na posição em que se revelou excelente, mas vem sendo utilizado numa função que ele não sabe desempenhar?

Por que Cristaldo e Carballo vêm sendo escalados fora da posição em que eles mais rendem, o que mata o potencial dos atletas?

Por fim, com um extraclasse como Suárez (embora aquém de suas melhores condições), não caberia montar um esquema de jogo especialmente para ele em vez de abandoná-lo à marcação adversária?


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