Liberdade ainda que tardia

 Em vários comentários que fiz aqui desde os acontecimentos de 8 de janeiro, deixei bem claro a evidência política e social de que o bom combate tinha que mudar de campo, saindo transitoriamente das ruas e se transmudando para os parlamentos e para os tribunais, mas principalmente para a Câmara e o Senado.

Será preciso, eu disse várias vezes, confiar nos deputados e senadores que elegemos em outubro, porque desta vez, nesta legislatura, ao contrário da anterior, nós realmente conseguimos eleger um contingente muito grande de gente preparada, corajosa e leal, ao contrário do que aconteceu na legislatura passada, o que nos permitiria e permite, como temos visto, alimentar a esperança de que chegou a vez dos nossos leais deputados e senadores assumirem a liderança da luta política e social libertadora, já que o Eixo do Mal conseguiu encurralar, emparedar, perseguir e submeter o principal líder oposicionista brasileiro e a maioria ruidosa, ex-silenciosa, graças aos erros políticos infantis de uma minoria infantil agressiva, que se deixou atrair e cair na armadilha golpista lulopetista.

Não me arrependo destas previsões.

Elas continuam válidas.

Nunca, como agora, o mantra cantado por Collor de Melo foi tão válido: o tempo é o senhor da razão.

E é.

Passados 9 meses de tempos tenebrosos de sofrimento, eis que o principal ariete do Eixo do Mal, o STF, começa a experimentar do seu próprio veneno.

9 meses é o tempo que leva para nascer uma criança.

A criança nasceu e está dentro do Senado, de onde tudo já deveria ter começado, porque pela Constituição Federal é ali que a Constituição Federal poderá ser finalmente colocada no prumo, ou seja, é ali que os arreganhos autoritários do STF poderão ser contidos. E é o que a gente começa a notar.

Ninguém espere um ato políico único, perfeito e acabado. É um processo. E começou pelas mãos de bravos, valentes e decididos deputados e senadores. Foram dois movimentos equivocados do STF: 1) Ao mexer na economia, no caso nos interesses da poderosa FPA, permitindo que a maioria parlamentar reagisse espetacularmente em poucas horas e derrotando o STF e o seu aliado mais poderoso, o governo Lula, no caso do Marco Temporal. 2) Ao mexer nos valores sociais, quando a ministra Rosa Weber resolveu presentear a oposição com a repentina entrada em pauta da questão da vida, do aborto, devolvendo uma bandeira única e suprapartidária que devolverá o povo às ruas deste País, de onde ele não voltará a sair e não cairá em novas provocações.

Até de onde menos se esperava, no cao instituições respeitáveis como a OAB, já dão sinais de que é preciso cortar o passo do STF e reequilibrar os Poderes da República, garantindo o estado democrfático de direito, portanto as liberdades.

É isto.

Espero que me entendam.

Nesta terça-feira, alguns dos semi-deuses ministros do STF começam a espernear diante das ainda tímidas reações da Câmara e do Senado, mas elas mal começaram

Não é o fim dos tempos.

Ainda.

Mas é o começou dos novos tempos.

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