Um candidato à presidência da República, em entrevista
recente, fez afirmações sobre nosso Estado (RS) que não coincidem com a
realidade. Diz que a Federação colocou os estados num jugo, quando fez o acordo
da dívida de 1998, quando foi esse acordo que os retirou do colapso financeiro,
ao substituir uma taxa de juros real de 23% por 8% (IGP-DI 6%). Prova disso foi
os estados reduzirem os gastos com a dívida de 11% da receita corrente líquida
em 2002 para 7% em 2014.
Dizer que o Rio Grande do Sul foi prejudicado também
atesta desconhecimento. O Estado financiou a dívida com juros de 6%, em 30
anos, limitado os pagamentos em 13% da receita líquida real. Todos os estados
fizeram igual acordo, com exceção de alguns que o fizeram pior, com juros de
7,5%, prazo de 15 anos para pagamento e limite de 15% da receita líquida.
O que aconteceu com o Rio Grande do Sul foi que o limite
de 13% incluiu uma série de dívidas anteriores, deixando de pagar grande parte
da dívida acordada. Com isso, sobraram altos resíduos que receberam novamente
juros e correção monetária. Além disso, IGP-DI cresceu 38% acima da inflação
desde 1998, o que tornou a dívida impagável. Em 2016 muitos estados, entre eles
o RS, renegociaram sua dívida, obtendo carência total por seis meses e parcial
por mais 12, baixando os juros, dilatando o prazo, mudando o indexador e
possibilitando o pagamento integral da prestação.
Foi um bom acordo, mas as condições do Estado não lhe
permitiram cumpri-lo. Por isso ingressou com liminar para suspender os
pagamentos. Agora necessita aderir o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que
não é um erro como diz o candidato. É a única condição capaz de evitar o
colapso total no próximo período governamental, porque sem ele a liminar citada
será suspensa e os déficits serão estratosféricos.
Será um erro, isso sim, se depois de aderir a ele não
fizermos um grande controle da despesa, sem o que a situação poderá ficar ainda
pior.
O IGP-DI é um índice de inflação. Então o IGP-DI não pode subir 38% acima da inflação (???) .
ResponderExcluirO que ninguém fala é que em 2002 quando o Lula assumiu a liderança nas pesquisas para presidente, o dólar disparou para R$ 4,00 , o que fez o IGP-DI subir 33% em 2002.
Então o PT é o culpado pela crise atual e pela crise da dívida dos estados. Até quando estes m..... nem eram governo conseguiam criar problemas.
Ao leitor que quis me dar uma aula de índice de preços, quero dizer a ele que sei que o IGP-DI é um índice de inflação. Mas quando afirmei que ele cresceu acima da inflação, quiz dizer acima do IPCA, que é o índice oficial da inflação. Muitas vezes, no intento de tornar os textos mais inteligíveis para o grande público, nos afastamos um pouco do rigorismo técnico. Mas se isso lhe ofendeu como economista, peço-lhe desculpas.
ExcluirQuanto às maxidesvalorizações cambiais, concordo que foram as causas: uma delas foi em 2000 e a outra no governo lula, segundo o autor. O senhor não lê o que escrevo. Vivo dizendo isso, são um dos poucos que defendo o acordo da dívida, mas os espaços que nos reservam não permitem dizer tudo o que se pensa.
ExcluirQuem foi o candidato?
ResponderExcluirCiro Gomes. Não coloquei o nome porque os jornais acham que pode gerar pedido de resposta.
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