Decisão do Copom (juros básicos em 6,5%) indica que juros não cairão tão cedo


O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ontem, por unanimidade, manter a taxa básica de juros em 6,50%, em linha com o esperado. No comunicado divulgado após a decisão, o colegiado ressaltou que as medidas de inflação subjacente se encontram em níveis “apropriados ou confortáveis”. As projeções apontadas no comunicado indicam variações de inflação abaixo da meta para 2019, atingindo o centro apenas em 2020. Ou seja, o quadro é benigno para a variação dos preços no médio prazo. Na avaliação do quadro internacional, a visão é de que o cenário segue desafiador. O colegiado reconheceu um menor risco de curto prazo em relação à normalização das taxas de juros em economias avançadas, enquanto os riscos associados a uma desaceleração da economia global avançaram. Em relação à atividade econômica brasileira, o Copom reforçou que  a recuperação segue gradual.

Considerando o cenário de mercado do Focus, o IPCA previsto para 2019 está em 3,9% (Selic em 6,50% e taxa de câmbio final de R$/US$ 3,70) e em 3,8% para 2020 (taxa básica de 8,00% e câmbio final de R$/US$ 3,75). No encontro anterior, em dezembro, tais projeções eram 3,9% e 3,6%, para este e o próximo ano. Já no cenário com Selic constante no atual patamar e câmbio estável em R$/US$ 3,70 (nível médio da semana anterior à reunião), as previsões de inflação ficaram “em torno” de 3,9% para 2019 e 4,0% para 2020. Cabe destacar que essas estimativas estão abaixo ou no centro das metas deste e do próximo ano, respectivamente, em 4,25% e 4,0%.

Ainda segundo o comunicado, os fatores de riscos para a inflação permanecem, mas o maior peso segue em riscos altistas associados à potencial frustração com as reformas, enquanto o risco baixista está ligado à ociosidade da economia. Ademais, o Comitê enfatizou que cautela, serenidade e perseverança nas decisões de política monetária têm sido úteis para manter a trajetória de inflação próxima da meta, ressaltando que os próximos passos continuaram dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das expectativas e projeções de inflação.

Economistas como os do Bradesco, que assinam o texto acima, acreditam que o Copom deverá manter a Selic estável ao longo das próximas reuniões.

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