O Clube Militar foi fundado em 26.06.1887, e passou a ser uma associação de direito privado com atuação em todo o território nacional. Trata-se de uma organização voltada ao debate e a defesa dos interesses da classe militar e do país de acordo com o juramento feito no início da carreira.
Um de seus líderes, Benjamin Constant assumiu a campanha de “tirar a classe militar de um estado de coisa com a honra e a dignidade”. Similar às críticas de hoje, de apreciável parcela de brasileiros. Há quem saiba a causa, outros preferem ignorar.
Como se nota o Clube Militar registra os brios dos seus integrantes e dirigentes que se sucederam, até parecer ter estacionado em janeiro de 2023.
Consta que o presidente do Clube, marechal Deodoro “escreveu uma carta destinada a princesa regente Dna. Isabel, contra o emprego de soldados na captura de escravos fugitivos afirmando que o Exército não se prestava ao papel de capitão-do-mato”.
Pois, o que diria a diretoria do Clube Militar, de então, depois de ouvir o pronunciamento do seu presidente Deodoro à Princesa Regente, se o assunto fosse o Avião da FAB utilizado na fuga de uma cidadã condenada criminalmente em seus país, de onde foi retirada por militares da Força Aérea Brasileira e trazida ao Brasil, por determinação do presidente da República.
Mais grave é o fato de se saber que militares da FAB embarcaram, há poucos dias, em um de seus aviões, volumosa carga de malas sem declaração de conteúdo ou vistoria, destinada a país ou países estrangeiros em voo exclusivo da mulher do presidente da República, em dias que não se fala outra coisa senão de roubos de bens públicos e de dinheiro de pensionistas do INSS.
Os cidadãos brasileiros que sempre respeitaram a reserva moral, cívica e militar dos membros do Clube Militar aplaudirão a posição que vier a ser tomada, para dizer como escreveu o Mal. Deodoro, que são contra o emprego de militares em aviões da FAB no transporte de pessoas e bens, que não constem de lista de embarque e tenham suas malas ou volumes de mão não vistoriados, e os embarcados por militares da FAB de forma irregular ou clandestinos no setor de cargas dos aviões.
A FAB está no foco da desconfiança de prestar serviços incompatíveis com suas finalidades, para não dizer realmente o que se imagina, agravados pela falta da necessária documentação de embarque de passageiros e cargas com destino ao exterior.
O absurdo é de tal grau que que a FAB foi impedida de colocar na lista de seus vôos os nomes de Ministros do STF e acompanhantes devendo manter sigilo.
A requisição de aviões da FAB para os deslocamentos dos Ministros do STF, por conta do erário, é outro assunto mal resolvido de um privilégio odioso.
Os militares da FAB não são bedéis de ninguém, a não ser que aceitem esta transformação em serviçais do Poder Judiciário e da classe política pervertida do Brasil.
Certamente, todos os envolvidos neste “tipo de serviço discricionário” até a patente mais graduada, algum dia serão convocados por CPMI do Congresso Nacional. E, o comandante da FAB para responder Ação Popular ou Crime de Responsabilidade.
Caso os militares da ativa da FAB, temerosos de represálias, não possam agir contra isto, o Clube Militar formado por ex-integrantes das nossas Forças Armadas e da FAB possa através de representante reagir a este estado de coisas que fez, no passado, o Mal. Deodoro da Fonseca, na presidência da Clube Militar, dizer à Regente do Brasil, Dna. Isabel que a atividade paralela que tomou conta da FAB, não lhe cabe executar, isto é, funções que possam associá-la a abusos administrativos e até com o crime.
Senhores ex-militares pertencentes ao Clube Militar (desde 1887) encoragem os mais jovens a não aceitarem o desvirtuamento das funções que aprenderam em suas formações frente à Constituição Federal e Regulamentos Militares.
Aproveitem para retirar da “bacia das almas” o que sobrou do Tribunal da Justiça Militar do Brasil, ou rezemos uma “Missa de Requiem”
Caxias do Sul, 16.05.2025