Queridos. Beijinhos vermelhos a todos. Estou indo para
Coritiba (escrevo como o time, pois na nomenclatura oficial, a primeira sílaba
me faz lembrar loucuras do passado). Vou visitar o meu mandelinha, meu
ghandizinho, que encontrei a última vez na casa do Emilio Odebrecht, tomando
Petrus. Que finesse, não levantava aquele dedinho como as pessoas vulgares;
depois me contaram que ele não tem o dedo por causa de uma aposentadoria, mas
isso deve ser invenção do Bolsonaro, aquele milico ciumento.
Eu o conheci numa das festas do Baby Monteiro Aranha
quando era acionista da Volks e curtia os sindicalistas de resultado. O Lulinha
acertava as greves, negociava o percentual, dizia que teria que manter um tempo
parado, para parecer que não estavam de acordo, enquanto as montadoras iam ao
governo pedir alguma vantagem fiscal, depois – como já acertado antes – a greve
terminava. Não era um pelego qualquer, mas um vison refinado.
Temos muito em comum, ambos somos esquerda fake e
adoramos os poderosos; ele agradava fazendo um tipo naif, que enganava os
debaixo a serviço dos de cima. Essa coisa de em cima e embaixo me fez lembrar
nossa viagem sindical/chic para a Alemanha, com ele e alguns copains convidados
pela Mercedes, foi DGS total (Das grossen sakanagem), very, very crazy. Numa
orgia num castelo na Floresta Negra, não sei se era aquele dedinho ou um
charuto cubano, mas o sindicalismo penetrou em mim para sempre.
Eu, que já coloquei meu Porsche vermelho nas barricadas
de Paris em 68, sempre fui gauche, assim como meus amiguinhos da Lei Rouanet
que encontro na Rive droite, pois é charmoso e a mídia adora. Por isso vou lá
protestar, ninguém pode ser preso por corrupção, por receber um triplex no
Guarujá. (Que ninguém me ouça, até deveria ser enforcado por breguice superlativa,
por querer uma coisa horrível daquelas). Corrupção não é crime, basta a gente
ficar repetindo, aprendi isso com um prussianozinho chato lá por 1938, quando
eu ainda era estudante.
Só espero não ter que encontrar aquela muquirana que fez
plástica barata e ficou com nariz-de-cheirar-peido, nem aquela maluca búlgara
irritada e irritante que confunde micose com maionese. Busquei minha estrela
vermelha com rubis que comprei na Van Cleef, mas vou mentir para a militância
que é bijuteria. Por isso me aguardem no camping vermelho de Coritiba. Passei
duas semanas no sol em Mykonos e estou negríssima e lá no meio das barracas,
vou tirar a roupa e já combinei com o Sebastião Salgado para me fotografar
assim. Quero figurar na imprensa internacional, para causar ciúmes no Jet set.
Estou indignada, esse juiz cafona que usa camisa escura –
não digo o nome dele - bloqueou os cartões de crédito que eu tinha do Instituto
Lula, num acerto da OAS com o Okamoto. O Renan me conseguiu um jatinho e o
Youssef vai me buscar no aeroporto, ele vai trocar alguns euros para mim, como
sempre fez para os nossos amigos.
Vai comigo um perfumista francês maravilhoso, vou
abandonar minha antiga fragrância, por uma nova que ele quer lançar lá em
Coritiba, o nome é ótimo: “Corruption”; vou dizer para as companheiras do
grelo-duro (odeio essas palavras, mas ele gosta...), que podem usar
“corruption”, mas mentir que é “persecutión politique”, que é bem chique e pega
muito melhor... Irei passar no corpo quando for até a carceragem. Se conseguir
entrar e encontrá-lo, sou capaz até de fazer uma felação premiada.
Rosa de Luxemburgo, essa revolucionária germânica, de origem polonesa, é tão citada pela 'Intelligentsia' esquerdista quanto desconhecida. Jamais vou me esquecer de uma professora da esquerda, recém-eleita vereadora pelo PT, há uns 15 anos, participante ativa até então do programa do Flávio A. Gomes, quando fala, ao vivo, que honraria a história da 'brava lutadora Rosa de Luxemburgo' e blá, blá, blá. Ai, então,o Flávio cortou e emendou: bravo vereadora, fala para esta juventude imberbe quem foi Rosa de Luxemburgo! Quadro seguinte, limpar de garganta, rosto corado de pejo, 'pois é, pois é, Flavio...' Nosso comerciais, por favor! Vergonha!
ResponderExcluirRosa de Luxemburgo, essa revolucionária germânica, de origem polonesa, é tão citada pela 'Intelligentsia' esquerdista quanto desconhecida. Jamais vou me esquecer de uma professora da esquerda, recém-eleita vereadora pelo PT, há uns 15 anos, participante ativa até então do programa do Flávio A. Gomes, quando fala, ao vivo, que honraria a história da 'brava lutadora Rosa de Luxemburgo' e blá, blá, blá. Ai, então,o Flávio cortou e emendou: bravo vereadora, fala para esta juventude imberbe quem foi Rosa de Luxemburgo! Quadro seguinte, limpar de garganta, rosto corado de pejo, 'pois é, pois é, Flavio...' Nosso comerciais, por favor! Vergonha!
ResponderExcluirGostaria tb de ver algum comentário postado pelo Carlos Marques, aquele Filósofo alemão que escreveu sobre Economia em Londres e só fez merda durante sua vida. E que viveu a vida toda "encostado" na mulher Jenny e no amigo Engels. Aquele cuja maior aproximação com o proletariado foi comer a empregada da família, fazer um filho nela e nunca o reconhecer. Aliás, jogou o problema nas costas de Engels.
ResponderExcluirE que toda a esquerda brasileira o tem como guru, sem nunca ter lido bosta nenhuma dele...