PF pede condenação de Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar e mais quatro na Lava Jato

Procuradores apresentaram as alegações finais na ação penal contra o presidente afastado do Grupo Odebrecht e mais cinco réus.

 O Ministério Público Federal apresentou as alegações finais, na ação que tem, entre os réus, o presidente afastado do grupo Odebrecht -- Marcelo Odebrecht e outros ex-executivos da empreiteira.
Os procuradores da Lava Jato pedem a condenação de seis réus. São eles o presidente afastado do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht; os ex-executivos Rogério Araújo, Márcio Faria, César Rocha e Alexandrino de Alencar, considerados pelo Ministério Público como os operadores dos pagamentos; além do ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque. Todos estão presos, menos Alexandrino de Alencar e César Rocha. Os réus são acusados de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O Ministério Público afirma que a organização criminosa desviou, por meio do esquema de corrupção na Petrobras, R$ 300 milhões.

O Ministério Público diz no documento que "o envolvimento de empresários do Grupo Odebrecht nas atividades ilícitas da organização criminosa era comandado, notadamente, por Marcelo Odebrecht, que atuava na orientação dos demais membros e na coordenação de todas as etapas das práticas delituosas".

O Ministério Público aponta como prova mensagens de celular e e-mails de Marcelo Odebrecht apreendidos na operação.

Em um dos e-mails citados pelo Ministério Público, um ex-funcionário escreve a Marcelo Odebrecht sobre "um possível sobrepreço em contratação de sondas".

Os procuradores dizem que também que há conversas em que Marcelo Odebrecht faz referências a obras da Petrobras, demonstrando - segundo os investigadores - o conhecimento e o envolvimento dele nos assuntos e negócios em relação a ela.

Um dos e-mails é de 2011 e Marcelo diz: “quanto à Petrobras, precisamos ver quem é que decide este assunto e a estratégia para influenciá-lo”.

Com base nesses documentos, os procuradores também dizem que "sob as ordens de Marcelo Odebrecht, o ex-gestor da Braskem, empresa na qual a Odebrecht tem sociedade com a Petrobras, o ex-executivo Alexandrino de Alencar se reunia com o doleiro Alberto Youssef e o ex-deputado do PP José Janene para negociar o pagamento de propina dirigida ao grupo político que se beneficiava dos contratos firmados pela Braskem com a Petrobras, efetuando então depósitos nas contas indicadas por Alberto Youssef".

José Janene morreu em 2010 e foi um dos deputados investigados no caso do mensalão do PT.

Esse caso específico de transferências de propina da empreiteira e da Braskem para o exterior foi citado na delação de um funcionário do doleiro Alberto Youssef.  

Os procuradores pedem a suspensão do processo para Alberto Youssef, para o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e para o ex-gerente Pedro Barusco, um benefício previsto nos acordos de deleção deles.

Os procuradores da Lava Jato dizem que o suposto caso de corrupção envolvendo o grupo Odebrecht é dos maiores já revelados no país. Eles pedem que os réus devolvam aos cofres da Petrobras mais de R$ 6 bilhões.

A defesa de Marcelo Odebrecht negou a participação dele em qualquer desvio de dinheiro.

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