A Olimpíada do Rio encerra também a maratona de Lula
correndo da polícia. Daí em diante, a prova é de 100 metros rasos
Dilma e Lula não vão à Olimpíada. Foram pegos no
antidoping.
O laboratório da Lava-Jato descobriu que a campanha da
presidente afastada derramava milhões de reais numa empresa de fachada do setor
de informática, entre outros anabolizantes criminosos. No caso do
ex-presidente, uma nova substância ilegal foi atestada em laudo da Polícia
Federal — constatando que as reformas no sítio de Lula que não é de Lula foram
orientadas pelo próprio. Só a repaginação da cozinha custou 252 mil reais.
O ex-presidente já avisou que não vai deixar barato. De
fato, nada que envolva Lula é barato. Perguntem aos laranjas da Odebrecht que
compraram um prédio para o Instituto Lula. E lá foi o maior palestrante do
mundo para Genebra, com sua comitiva, denunciar à ONU a perseguição que está
sofrendo no Brasil.
A elite vermelha está rica, pode rodar o mundo se quiser,
alardeando o seu sofrimento, protegida por seus advogados milionários. Há de
conseguir uma rede internacional de solidariedade, para que todos tenham
direito de matar a fome em cozinhas de luxo, e não falte a ninguém uma empreiteira
de estimação.
A ONU é a instância perfeita para o apelo de Lula. É uma
entidade recheada de burocratas bem pagos para fomentar a indústria do alarme e
da vitimização. Mas a ONU não é perfeita como Lula: parte de suas ações tem
efetividade, manchando o ideal do proselitismo 100% parasitário. Deve ter sido
um frisson em Genebra a chegada do ídolo brasileiro — que passou 13 anos
liderando um governo oprimido, sugando um país inteiro sem perder a ternura, e
permanecendo livre, leve e solto, voando por aí. Um mago.
É justamente para continuar livre e solto que Lula foi à
ONU. Ele sabe que será condenado por Sérgio Moro. Acaba de virar réu por
obstrução de Justiça, no caso Delcídio-Cerveró. Nessas horas é melhor mesmo
recorrer aos gigolôs da bondade internacional. É uma turma capaz de ignorar
numa boa as obras completas do mensalão e do petrolão, e tratar Lula como um
pobre coitado, perseguido por um juiz fascista. A lenda do filho do Brasil cola
muito mais fácil do que a do filho adotivo da Odebrecht.
Os plantonistas da solidariedade cenográfica já bateram
um bolão na resistência ao golpe contra Dilma. Claro que toda a picaretagem
revelada por João Santana não comove essa gente. Nem as confissões da Andrade
Gutierrez sobre a rota da propina montada com um assessor direto da companheira
afastada, injustiçada e perseguida. Muito menos o buraco em que esses heróis
progressistas jogaram o Brasil, escondendo déficits graças à arte da
prostituição contábil. Nada disso é crime para os simpáticos jardineiros da
fraude.
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro representam um
momento histórico. Marcarão a demissão definitiva da mulher sapiens, e a
devolução ao povo da frota federal que serve sua filha. Ainda tem gente
escolarizada defendendo esse escárnio — contando ninguém acredita —, mas são
cada vez menos. Até a vocação para o vexame tem seus limites. A Olimpíada do
Rio encerra também a maratona de Lula correndo da polícia. Daí em diante, a
prova é de 100 metros rasos. Se a democracia ultrapassar a demagogia, o
ex-presidente vai ter que pagar pela ação entre amigos que depenou o Brasil.
A opinião pública segue, como sempre, em sua viagem na
maionese. Segundo dois grandes institutos de pesquisa, a maioria quer eleições
presidenciais antecipadas.
Ou a maioria não conhece a lei, ou não está interessada
em cumpri-la. É a renovação da esperança para a escola de malandragem que o
país, a tanto custo, está enxotando do poder. Os heróis providenciais estão
todos aí, excitadíssimos, para herdar o rebanho petista. São os que, de forma mais
ou menos envergonhada, combateram o impeachment da mulher honrada — aí
incluídos os puritanos da Rede, PSOL e demais genéricos do PT. Prestem atenção:
estarão todos nas eleições municipais atacando o governo de homens velhos,
brancos, bobos e feios de Michel Temer.
Esse governo careta, recatado e do lar, que não tem
mulher sapiens para divertir a plateia, está arrumando a casa. Não porque Temer
seja um iluminado. Ele só percebeu — como Itamar duas décadas antes — que sua
única chance era botar os melhores para tomar conta do dinheiro. E botou. Saiu
a delinquência fisiológica, entrou a eficiência. É assustador para os parasitas
das lendas humanitárias ver a máquina nas mãos de profissionais.
O vento já virou, o Brasil vai melhorar, e isso é
terrível. Como na época do Plano Real, os solidários de butique correm o risco
de voltar a pregar no deserto, enquanto a vida da população desgraçadamente
progride. Quem vai comprar ideologia vagabunda num cenário desses?
Só pedindo socorro à ONU. Mas se apressem, porque depois
da Rio 2016 será a hora do xadrez
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