A segurança e a responsabilidade de todos
Em 1988,
com o advento da Constituição da República – a cidadã – foi introduzido um
capítulo específico para a Segurança Pública, iniciando-se pelo seu artigo 144:
“A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio [...]”.
Pois bem!
O legislador constituinte sabendo do tamanho e envergadura do tema – Segurança
Pública – introduziu o texto “direito e responsabilidade de todos”, ou seja,
“todos” passaram a ser corresponsáveis pela nossa “segurança” do dia-a-dia.
Parece-me, que ali, no “todos”, vislumbrou-se a possibilidade de melhorar a
segurança da população ou quem sabe de “tirar” a responsabilidade do Estado.
Mas vamos
em frente, o que “todos” fizeram neste tempo? Por necessidade de sobrevivência
efetivaram grades, cercas elétricas, alarmes, cães de guarda, segurança
particular, seguros e, por aí, vai. E, na rua, orientados a portar seus
pertences grudados no corpo, evitar os “lugares e horários impróprios”, os
carros agora com Global Positioning System (GPS) e também com seguros e, por
aí, continua.
E o Estado
o que fez? Reduziu os orçamentos e efetivos da área de Segurança Pública. Lá se
vão três décadas, desarmou a população e a insegurança por consequência se
generalizou.
Agora,
“todos” não sabem mais o que fazer, estão perdido e cada vez mais inseguro. O
Estado, sem orçamento, através de suas autoridades, continua a chamar “todos”
para a solução do problema.
Mas e daí!
“Todos”, cada vez mais vitimados pela bandidagem, o que mais podem fazer?
Assistir a criminalidade avançar, manifestar indignação [...]? O certo é que a
insegurança continua cada vez mais intensa.
Aliás, no
ponto, Crime Index 2016 Mid Year posicionou Porto Alegre como a 9ª cidade mais
violenta do mundo, atingindo 23,33 pontos no índice de segurança, sendo que a
cidade melhor ranqueada, com menor violência, atingiu 86,33 pontos.
Penso,
como sugestão, que as autoridades, em todos os níveis, devem por primeiro modificar
o discurso, ou seja, chega de falar no “todos” e assumam o seu dever que é do
Estado. A população quer proatividade do Estado. Assim, almejamos ao Secretário
Schirmer, recém-empossado, com sua equipe, que fortaleça e direcione a
Segurança a outro patamar, de forma que a tão desejada paz social seja enfim
alcançada.
Paulo Roberto Mendes Rodrigues
Coronel – Ex-Comandante da BM
Concordo, em parte. Faltou dizer que temos um conjunto de leis que beneficiam o infrator das regras sociais. Como exemplo cito um traficante penalizado com 5 anos de detenção, sendo beneficiado com regime semi-aberto. Quase certeza da impunidade e quando punido, no semi-aberto ou ainda progressão da pena? Aonde vamos chegar? No caos social! Eis aí a conjuntura. Que o estado assuma suas responsabilidades, que os cidadãos exijam o direito de usar armas (com o regramento adequado), que os legisladores aprovem mudanças que a sociedade clama, que os direitos dos homens de bem sejam preponderantes aos "direitos humanos", que revejamos os valores e ideologias que ensinamos aos nossos jovens, e teremos daqui a uma geração um novo quadro de civilidade, ordem e progresso. Pedro Mass
ResponderExcluirMuito lúcido o artigo do Coronel BM Paulo Roberto Mendes R odrigues.Excelente o comentário do Unknoun das 6:24. Mario Helvio Miotto
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