Artigo, Marcelo Aiquel - O repetitivo "plágio"

         Ontem, o país foi sacudido pela delação da Odebrecht.
         E, sem nenhum espanto ou surpresa, todos (eu disse todos) os acusados – que não são poucos – alegaram, unânimes, a mesma cantilena repetida invariavelmente pelo Lula ou o pelo seu Instituto: “que as doações recebidas foram legais e devidamente declaradas”.
         Ora, ora, quanta falta de originalidade!
         Tá certo que nem o maior abestalhado do mundo irá confessar-se culpado, mesmo sob pressão de evidências fortes.
         Mas, daí a ficar repetindo as velhas e esfarrapadas desculpas de sempre significa uma quase assunção de culpa.
         Ou será que alguém pode imaginar que o “delator” iria colocar sua vida a prêmio para inventar tantas mentiras? Só se fosse um louco de pedra, um masoquista suicida do tipo que enfia a mão num covil de cobras venenosíssimas na vã esperança de não ser mordido ou picado.
         A maior prova do poder daquele que agora acusa está no fato de que – antes – era bajulado ao extremo por toda a classe política do país; era visto como o grande abastecedor das contas de campanha, ou o salvador das dívidas, a esperança de receber grana fácil.
         Hoje ele é tratado como canalha, mentiroso, etc... Que grande mudança para quem, antes, era tido como o grande amigo, a pessoa a quem os verdadeiros canalhas corriam para pedir favores pecuniários.
         E o pior de tudo se situa numa atitude hipócrita, digna daqueles sem nenhum caráter, que agora pulula nas entrevistas: Se o acusado de receber propina é da direita, ouvimos o delírio das esquerdas. E vice e versa!
         A verdade é que faltando poucos dias para o carnaval, as máscaras caíram. Máscaras de tucanos, de coxinhas, de mortadelas; de comunistas e conservadores, além de uma dúzia de vestais da honra e da moral. Sim, de aproveitadores de todos os partidos e ideologias.
         O que é muito óbvio, pois a ganância, o deslumbre com o dinheiro fácil, e o espírito de levar vantagem, é um atributo comum aos políticos de todas as correntes que, ao galgarem o cargo, se consideram semideuses.
           Ah, e vemos dezenas de canalhas se declarando vítimas. Ou se dizendo injustiçados. São flagrados com as mãos sujas e tem o despeito e a coragem de alegarem honestidade.
         Igualzinho àquele que agora plagiam descaradamente.

         Não é, Lula da Silva?

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