O ICF atingiu 62,0 pontos em jan/17. Frente ao mesmo mês do ano passado o indicador diminuiu 15,4%, enquanto em relação ao mês anterior registrou variação de -4,4%.
A média em 12 meses do indicador alcançou 62,2 pontos, frente a 63,2 pontos verificados em dez/16.
Os resultados de jan/17 mostraram, mais uma vez, nova aceleração no ritmo de queda na comparação com o mesmo período do ano anterior. Assim, os indicadores do ICF tem comportamento muito semelhante ao verificado no mês anterior.
Apesar de se esperar melhora na economia em 2017, o mercado de trabalho continua deprimido, com diminuição líquida de postos de trabalho. Assim, é razoável esperar que o índice de intenção de consumo das famílias permaneça desaquecido. Além disso, continua existindo redução da renda real, e os juros, apesar de em queda, permanecem elevados, o que somado à atual dinâmica do mercado de trabalho constitui um cenário desfavorável para o consumo.
Mercado de trabalho:
O indicador que mede a segurança com relação à situação do emprego registrou 99,3 pontos em jan/17. Em relação ao mesmo período de 2016 houve queda de 12,1%, e de 4,2% comparativamente ao mês anterior.
A média em 12 meses do indicador recuou para 94,7 pontos, ante 95,8 pontos no mês de dezembro.
O indicador apresentou novamente queda interanual, revelando que a baixa confiança dos indivíduos na manutenção do emprego.
A avaliação quanto à situação de renda atual chegou a 49,7 pontos, com diminuição de 33,6% em relação
a jan/16 e de 17,6% em comparação a dez/16.
Na média em 12 meses, o indicador passou de 71,4 pontos em dez/16 para 69,3 pontos em jan/17.
A renda atual apresentou nova queda interanual, de intensidade ainda maior do que a verificada em
meses anteriores.
Consumo:
O indicador referente ao nível de consumo atual registrou 35,8 pontos em jan/17. Frente ao mês anterior, houve decréscimo de 20,7%, enquanto em relação a jan/16 foi apurada queda de 28,2%.
Na média de 12 meses, o indicador registrou 41,0 pontos, frente à pontuação de 42,2 pontos em dez/16.
A conjuntura de queda da renda real, juros altos e deterioração do mercado de trabalho explicam o
patamar deprimido do indicador.
O indicador referente à facilidade de acesso a crédito atingiu 52,5 pontos, com queda de 26,1% em
relação a jan/16 e de 9,5% na comparação com o mês passado.
Na média dos últimos 12 meses, o indicador passou de 55,9 pontos em dez/16 para 54,3 pontos em
jan/17.
Como tem-se comentado em análises anteriores, a Selic tenha apresentado redução nos últimos meses, a inflação também tem caído, o que acaba por manter a taxa de juros real em patamar elevado,
mantendo o crédito caro. Além disso, as instituições financeiras têm sido mais restritivas na concessão de crédito, o que torna o acesso ao crédito mais limitado.
No que se refere ao momento para consumo de bens duráveis, o indicador registrou 35,5 pontos em
jan/17, com recuo de 20,8% frente ao mesmo período de 2016. Em relação ao mês anterior, houve variação de -2,8%.
Nos últimos 12 meses, o índice registra média de 31,7 pontos, frente a 32,4 pontos no mês de dez/16.
Como se afirmou em análises anteriores, o consumo de bens duráveis sofre de forma especial com a situação econômica pois, além de serem impactados pelo cenário restritivo de renda e crédito
diretamente, em geral podem ter sua compra adiada em momentos de crise.
Expectativas:
O indicador de perspectiva profissional alcançou os 73,4 pontos em jan/17, com alta de 1,5% em relação ao mesmo período de 2016. Em relação ao mês anterior, houve elevação de 2,2%.
Na média dos últimos 12 meses, o indicador registra 84,3 pontos, permanecendo estável em relação ao mês de dezembro.
O indicador voltou a crescer na comparação interanual, porém tem apresentado um comportamento
errático ao longo dos últimos meses devido às incertezas na conjuntura política.
O indicador de perspectiva de consumo apurou 87,9 pontos, apresentando variação de 1,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Frente ao mês de dez/16, houve alta de 12,1%.
A média dos últimos 12 meses do indicador permaneceu em 60,3 pontos em jan/17.
Como o cenário perspectivo para o consumo ainda é bastante limitado, o patamar do indicador segue baixo e pessimista, apesar da melhora recente.
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