Sem-votos querem o caosA depender das lideranças
carbonárias que comandam alguns dos chamados movimentos sociais, 2017 é um ano
que promete em termos de manifestações de protesto violentas contra o governo e
suas propostas para recuperar o equilíbrio das contas públicas e criar
condições para a retomada do crescimento econômico
A depender das lideranças carbonárias que comandam alguns
dos chamados movimentos sociais, 2017 é um ano que promete em termos de
manifestações de protesto violentas contra o governo e suas propostas para
recuperar o equilíbrio das contas públicas e criar condições para a retomada do
crescimento econômico. É o que revela levantamento feito pelo Estado e
publicado na terça-feira passada. Guilherme Boulos, o notório agitador que
lidera o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), faz, mais do que um
prognóstico, uma ameaça: “Haverá um agravamento da situação e vamos nos
aproximar de um estado de convulsão social”. Essa clara manifestação de
propósito traduz, em resumo, o pensamento de várias lideranças das entidades e
organizações sociais historicamente engajadas no chamado movimento de esquerda
no País.
Desalojados da órbita governamental com o impeachment de
Dilma Rousseff, movimentos e entidades dessa tendência, principalmente aqueles
tradicionalmente patrocinados por verbas públicas, dão-se conta de que só lhes
resta o confronto político com o poder central como meio de se manterem ativos
no cenário político. É uma opção radical que decorre da natureza autoritária
desses movimentos, que não lhes permite sequer cogitar da negociação de
propostas com o governo – aliás, com qualquer governo, enquanto eles próprios
não se instalarem no poder –, restando-lhes assim apenas o recurso da violência
para contestar a legitimidade de aparatos estatais que são apenas “instrumentos
de opressão das classes dominantes”.
Agarrados a essa política do “nós” contra “eles”, que
sempre foi a marca registrada de Lula et caterva, essas entidades e movimentos
sociais sabem que já não podem contar com a via eleitoral para voltar ao poder.
Isso ficou dramaticamente demonstrado nas eleições municipais do ano passado,
em que PT & Cia. foram massacrados nas urnas. Por exemplo, a atual
presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, disputou pelo
PCdoB a prefeitura de Santos. Teve menos de 15 mil votos, o equivalente a 6,6%
do eleitorado santista.
A jovem Carina dispõe-se então a obter nas manifestações
o sucesso que não conseguiu nas urnas: “Nós vamos para as ruas contra a reforma
da Previdência e, principalmente, contra a PEC dos gastos públicos, que acaba
com os investimentos em educação e condena o futuro do País”. Pretende
incendiar as cidades com a versão mentirosa – mas capaz de sensibilizar
corações sensíveis porém mal informados – de que nos próximos 20 anos não
haverá investimentos em educação.
Numa linha politicamente mais ambiciosa pretende atuar o
presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT,
Vagner Freitas: “A pauta que vai puxar protestos contra o governo é o combate à
reforma da Previdência. Vamos partir dessa proposta absurda de reforma e, no
fim, chegaremos ao grito de ‘Diretas Já’”.
A completa irresponsabilidade política desses movimentos
que planejam incendiar o País em nome, para começar, do revanchismo
consubstanciado na palavra de ordem “Fora Temer”, escancara-se quando essas
lideranças “populares” admitem, com todas as letras, que antes de qualquer
outro objetivo a intenção é lutar “contra o governo”. Quer dizer: não importa
quais sejam as propostas apresentadas pelo presidente Temer e sua equipe. O que
importa no momento é ser “contra o governo”, se possível derrubá-lo. Depois que
esse objetivo for atingido, mais cedo ou mais tarde, o País poderá começar a
pensar na solução da grave crise econômica, política e social em que está
mergulhado.
Até lá, prometem os incansáveis salvadores da Pátria, os
movimentos “populares” continuarão nas ruas agitando bandeiras “progressistas”,
com o apoio dos vibrantes black blocs, responsáveis pelos melhores momentos da
coreografia de horrores que traduz o sentimento de indignação dos brasileiros
contra tudo e contra todos, segundo cândida interpretação sociológica de
Guilherme Boulos, amplamente disponível nas mídias sociais.
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