Taxa de desemprego deverá seguir em alta até o terceiro
trimestre deste ano, reagindo de forma defasada à melhora da economia
A taxa de desemprego chegou a 12,0% no quarto trimestre
do ano passado, de acordo com a Pnad Contínua divulgada ontem pelo IBGE. Descontados
os efeitos sazonais, o ritmo de elevação da desocupação foi intensificado, ao
subir de 12,6% para 13,0% entre novembro e dezembro. Na comparação com igual
período de 2015, houve elevação de 3,0 pontos percentuais. Assim, diante do
enfraquecimento do mercado de trabalho ao longo do ano passado, a taxa de
desemprego média chegou a 11,5% em 2016, com queda de 1,8% da população ocupada
e alta de 1,4% da População Economicamente Ativa (PEA). Vale lembrar que em
2015, a média tinha sido de 8,4%. O fraco desempenho da ocupação foi
responsável pela piora da taxa de desemprego no período, ao passar de uma
elevação de 0,2% na margem em novembro para um recuo de 0,1% no último mês do
ano passado, também excetuada a sazonalidade. Na comparação interanual, a população
ocupada caiu 2,1% no quarto trimestre. Mantendo a tendência dos últimos meses,
a PEA voltou a crescer mais fortemente, ao passar de uma alta interanual de
1,1% para outra de 1,3% entre novembro e dezembro. O rendimento médio nominal
mostrou modesta aceleração, na comparação interanual, ao passar de uma alta de
7,4% para outra de 7,5%, entre novembro e dezembro. Embora a série seja
bastante volátil, a média móvel dos últimos três meses aponta para um ganho de
7,3%. Nos próximos meses, acreditamos que os ganhos de rendimento seguirão
moderados, colaborando para o processo desinflacionário em curso. Acreditamos
que os ajustes do mercado de trabalho, considerando o número de pessoas
ocupadas e a descompressão dos ganhos salariais, deverão persistir ao longo dos
próximos meses. Com isso, a taxa de desemprego média alcançará 12,9% em 2017,
devendo seguir em alta até o terceiro trimestre deste ano, reagindo de forma
defasada à melhora da economia, que já deve mostrar discreta expansão neste
primeiro trimestre. Com isso, a população ocupada deverá registrar
estabilização em meados do ano. Já os rendimentos reais, após terem recuado
2,4% em 2016, deverão mostrar alta de 1,0% neste ano, beneficiados pela
desaceleração da inflação.
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