O
que temos visto e acompanhado nos poderes da República não nos deixa esquecer a
máxima: “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.
A
fantástica e interminável hipocrisia mostra exatamente isso nas declarações das
autoridades que não conseguem evitar os holofotes da mídia.
Senão,
vejamos:
1) Quando
se propôs o impeachment da então presidente Dilma, muitos políticos “ultra
coerentes” berraram que se tratava de golpe;
2) Mas,
quando o assunto era dirigido para a “renúncia do presidente Temer”, exatamente
os mesmos “ultra coerentes” achavam normal.
Aí
não era GOLPE?
3) Quando
a ex-presidente Dilma foi flagrada oferecendo uma providencial guarida ao Lula
da Silva, a gravação foi extremamente condenada;
4) Mas,
quando um gangster da estirpe do Joesley Batista grava o presidente Temer, a
gravação vale.
Afinal,
que tipo de gravação é considerada legal?
5) Quando
se divulga que um ministro do STF é alvo de investigação, logo saltam muitos
para criticar, dizendo que tal ato “cheira a ditadura”;
6) Mas,
quando o investigado é o Presidente da República, o próprio STF dá autorização
para os investigadores ir a fundo.
Afinal,
pode ou não pode investigar uma autoridade?
7) Quando
a OAB vem a público para criticar abertamente a fórmula de indicação dos
ministros para as Cortes Superiores;
8) Mas,
se a “fórmula” é exatamente a mesma há muitos anos, e nunca antes a nossa OAB
moveu um dedo para criticá-la, cabe perguntar (sem ofender):
Por
que, somente agora, o modo “ficou ruim”?
Eu
poderia citar aqui mais uma dúzia de fatos semelhantes, todos recentes, e que
demonstram que para “os nossos” nada, enquanto que para “os outros”, tudo.
Ou,
para ser mais claro: Aos amigos, a lei; aos inimigos, os rigores da lei.
É um
tal de “dois pesos e duas medidas” que dá nojo a todos aqueles que gostam de
igualdade.
Até
porque, falar em igualdade e democracia, sem – no entanto – exercê-las, é muito
bonito num discurso demagógico, feito exclusivamente com a intenção única de
enganar bobos.
Estamos
há menos de 400 dias de uma eleição histórica, e – pelo andar da carruagem –
tudo aponta no sentido da reeleição das mesmas desgastadas figurinhas,
representando os mesmos partidos que hoje são tão caluniados como “é tudo
farinha do mesmo saco”, ou, “só muda o endereço” (isto para ser educado...)
Então,
em 2018 vamos caprichar para eleger colírios em lugar de pimentas. Se não, vai
arder nos olhos.
NOS
NOSSOS OLHOS!
Marcelo
Aiquel – advogado (11/06/2017)
Não se defende ideias, se defendem políticos. Deixo aqui como sugestão outro artigo, sobre o mesmo assunto.
ResponderExcluirAbraços.
http://mises.org.br/BlogPost.aspx?id=2620