Segundo líderes sindicais, a maioria dos juízes
trabalhistas e procuradores do Ministério Público doTrabalho, os empregados
são a parte fraca das relações de trabalho, e por isso precisam ser protegidos.
Protegidos de quem? Dos seus empregadores, os patrões abomináveis, cujo prazer
é infernizar a vida dos seus empregados, com exigências absurdas, salários vis
e uma lista completa de vilanias e maldades.
Não deixa de ser uma forma bastante confortável de ver o
mundo do trabalho: uma luta entre o bem (os trabalhadores) e o mal (os
patrões). O dualismo dispensa qualquer raciocínio e resolve desde logo todos os
conflitos. Como todos sabemos, raciocinar exige método, persistência, leitura e
tudo isso é muito cansativo.
O que explica as relações do trabalho, portanto, em tal
visão, é uma irrefreável propensão dos patrões para esfolar os seus empregados,
fazendo-os trabalhar o máximo, pagando o mínimo. Não deixa de ser verdade. Tão
verdadeiro (e legítimo) quanto os trabalhadores também querem trabalhar o
mínimo e mais confortavelmente e ganhar o máximo.
Ao explorar os seus empregados, os patrões ganham mais,
desfrutam de certos confortos, adquirem o carro do ano, moram em boas
residências, pagam planos privados de saúde, matriculam os filhos nas melhores
escolas, fazem viagens inesquecíveis. Vivem melhor, certo?
Mas se é simples assim, porque os empregados continuam
empregados, porque persistem na vida de sofrimento e exploração? Porque não se
tornam eles mesmos patrões e passam a usufruir das vantagens do patronato? Não
sei que resposta dirigentes sindicais, juízes trabalhistas e procuradores do
MPT costumam dar para a questão elementar.
Ignoram aqueles protagonistas que abrir um negócio
próprio não é para qualquer um. É preciso constituir capital, cumprir as
exaustivas regulações, contratar funcionários, instalar a empresa, fazê-la
funcionar. Em 30 dias o novo empresário começa a cair na real: terá de pagar
salários, tributos, encargos sociais, trabalhistas e previdenciários, Terá de
vender produtos ou serviços, enfrentar a concorrência, tantas vezes predatória
e desleal.
Não sabem aqueles protagonistas - e nem querem saber -
que uma parcela enorme de todos os empresários trabalha comumente de 12 a 14
horas por dia, mais do que o dobro que qualquer servidor público, muitas vezes
sem férias, sem descanso semanal em sábados, domingos e feriados.
Em breve o novo patrão baterá de frente com a dura
realidade: nem tudo depende do seu esforço pessoal e capacidade de trabalho. Há
as crises cíclicas, os maus governos, os calotes. Há a Justiça trabalhista que
lhe consumirá, em ações dos seus empregados, uma parcela valiosa do seu suor,
esforço e conta bancária.
Não é por outra razão que após quatro anos só metade das
empresas brasileiras sobrevive. Mas dirigentes sindicais, juízes trabalhistas
(a maioria) e procuradores do Ministério Público do Trabalho, não estão nem aí
para as dificuldades das empresas e dos empresários. Talvez um dia venham a
descobrir que sem patrões e empregadores não há trabalhadores para proteger.
titoguarniere@terra.com.br
Se você duvida do que este artigo mostra, faça o seguinte, abra uma empresa com, por exemplo, trinta postos de trabalho.Você verá!
ResponderExcluirSe você duvida do que este artigo mostra, faça o seguinte, abra uma empresa com, por exemplo, trinta postos de trabalho.Você verá!
ResponderExcluir