Rogério Mendelski
ATÉ QUE AGUENTOU MUITO
A palavra Estado, grafada com inicial maiúscula, é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política. É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada – esta é uma definição simples que pode ser acrescentada por suas funções constitucionais: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.
Pois, acreditem, esse Estado quebrou. Foi dilapidado de tal maneira por leis inescrupulosas que jamais atenderam reivindicações populares e sim aprovaram propostas corporativas, algumas indecentes se comparadas ao atual momento da maioria qualificada dos trabalhadores e empresários brasileiros.
O primo pobre dos três poderes é o Executivo, mas na sua órbita, por exemplo, estão as empresas estatais cujos salários de suas diretorias superam até mesmo os das grandes corporações, incluindo-se aí os vencimentos e as vantagens de seus servidores.
Até bem pouco tempo, uma estatal brasileira pagava 15 salários para seus colaboradores, assim explicados: 13 salários, um salário de férias e um salário-farmácia. O funcionário entrava de férias, recebia os adiantamentos legais e no fim do mês lá estava na conta bancária, mais um salário integral. Já o salário-farmácia correspondia aos valores de um vencimento normal que poderia ser sacado durante o ano, por escolha do trabalhador.
Tudo era legal, de acordo com convenção coletiva de trabalho entre o sindicato da categoria e o controlador, o Estado, isto é, os contribuintes brasileiros. Essa cultura corporativa se espalhou de maneira incontrolável como se os recursos dessas empresas fossem intermináveis.
Hoje os absurdos são chocantes em quase todas as esferas do poder público. Ou o senhor leitor acredita que é justo um operador de copiadora da Câmara dos Deputados e um garçom do Senado ter salários mais altos do que os vencimentos de um piloto de F-5 da FAB? Ou que uma ministra de Michel Temer considere sua situação “semelhante ao trabalho escravo” por receber apenas R$ 30.471,10 como desembargadora aposentada e mais R$ 3,3 mil como integrante do primeiro escalão federal? O Estado brasileiro quebrou e até que aguentou muito.
RIO DE JANEIRO
Um exemplo bem atual da situação de muitos estados brasileiros está no Rio de Janeiro. Ali uma demagogia de fundo de quintal se encarregou de criar benefícios absurdos para os servidores públicos e agora faltou dinheiro. Simples assim: o Rio quebrou.
RIO GRANDE DO SUL
Estamos no mesmo caminho trágico do Rio de Janeiro. Vantagens irresponsáveis criadas por leis que só atendiam às corporações funcionais levaram nosso Estado à falência. Não há imposto que chegue para tanta folha de pagamento.
ELITE FUNCIONAL
Entre as dez categorias profissionais mais bem remuneradas do país, seis fazem parte da chamada elite do funcionalismo público – como promotores, procuradores e juízes – e uma tem concessão pública, o dono de cartório.
O RANKING É OFICIAL
O ranking foi elaborado pelo pesquisador José Roberto Afonso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). A sua base de dados é oficial: o relatório “Grandes Números”, divulgado recentemente pela própria Receita Federal a partir de declarações de imposto de renda pessoa física de 2015, com valores de 2014.
OS CARTÓRIOS
A categoria recordista em ganhos é o titular de cartório, atividade híbrida entre o público e o privado. Na média, o rendimento anual apresentado na declaração do imposto de renda do dono de cartório fica em 1,1 milhão de reais. Os dados foram publicados pela revista Veja, em 10/outubro/2016.
ATÉ QUE AGUENTOU MUITO
A palavra Estado, grafada com inicial maiúscula, é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política. É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada – esta é uma definição simples que pode ser acrescentada por suas funções constitucionais: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.
Pois, acreditem, esse Estado quebrou. Foi dilapidado de tal maneira por leis inescrupulosas que jamais atenderam reivindicações populares e sim aprovaram propostas corporativas, algumas indecentes se comparadas ao atual momento da maioria qualificada dos trabalhadores e empresários brasileiros.
O primo pobre dos três poderes é o Executivo, mas na sua órbita, por exemplo, estão as empresas estatais cujos salários de suas diretorias superam até mesmo os das grandes corporações, incluindo-se aí os vencimentos e as vantagens de seus servidores.
Até bem pouco tempo, uma estatal brasileira pagava 15 salários para seus colaboradores, assim explicados: 13 salários, um salário de férias e um salário-farmácia. O funcionário entrava de férias, recebia os adiantamentos legais e no fim do mês lá estava na conta bancária, mais um salário integral. Já o salário-farmácia correspondia aos valores de um vencimento normal que poderia ser sacado durante o ano, por escolha do trabalhador.
Tudo era legal, de acordo com convenção coletiva de trabalho entre o sindicato da categoria e o controlador, o Estado, isto é, os contribuintes brasileiros. Essa cultura corporativa se espalhou de maneira incontrolável como se os recursos dessas empresas fossem intermináveis.
Hoje os absurdos são chocantes em quase todas as esferas do poder público. Ou o senhor leitor acredita que é justo um operador de copiadora da Câmara dos Deputados e um garçom do Senado ter salários mais altos do que os vencimentos de um piloto de F-5 da FAB? Ou que uma ministra de Michel Temer considere sua situação “semelhante ao trabalho escravo” por receber apenas R$ 30.471,10 como desembargadora aposentada e mais R$ 3,3 mil como integrante do primeiro escalão federal? O Estado brasileiro quebrou e até que aguentou muito.
RIO DE JANEIRO
Um exemplo bem atual da situação de muitos estados brasileiros está no Rio de Janeiro. Ali uma demagogia de fundo de quintal se encarregou de criar benefícios absurdos para os servidores públicos e agora faltou dinheiro. Simples assim: o Rio quebrou.
RIO GRANDE DO SUL
Estamos no mesmo caminho trágico do Rio de Janeiro. Vantagens irresponsáveis criadas por leis que só atendiam às corporações funcionais levaram nosso Estado à falência. Não há imposto que chegue para tanta folha de pagamento.
ELITE FUNCIONAL
Entre as dez categorias profissionais mais bem remuneradas do país, seis fazem parte da chamada elite do funcionalismo público – como promotores, procuradores e juízes – e uma tem concessão pública, o dono de cartório.
O RANKING É OFICIAL
O ranking foi elaborado pelo pesquisador José Roberto Afonso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). A sua base de dados é oficial: o relatório “Grandes Números”, divulgado recentemente pela própria Receita Federal a partir de declarações de imposto de renda pessoa física de 2015, com valores de 2014.
OS CARTÓRIOS
A categoria recordista em ganhos é o titular de cartório, atividade híbrida entre o público e o privado. Na média, o rendimento anual apresentado na declaração do imposto de renda do dono de cartório fica em 1,1 milhão de reais. Os dados foram publicados pela revista Veja, em 10/outubro/2016.
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