Artigo, Marcelo Aiquel - A montanha pariu um ratinho

          Este conhecido provérbio português teve origem há muitos séculos, na autoria de uma frase do grande poeta e filósofo romano Quinto Horácio Flaco (nasc. 65ac / falec. 8ac - Itália), que disse: “parturiunt montes, nascetur ridiculus mus” (a montanha pariu um ratinho).
         Tempos depois, o incomparável La Fontaine (Jean) explicou, no sua fábula “La montagne qui accouche” (A montanha que causa), dizendo: “Uma montanha em trabalho de parto fazia tão grande escarcéu, que todos, acudindo ao alarido, supunham que daria à luz uma cidade maior do que Paris. Ela deu à luz um rato”.
         Transcrevi um pouco da história deste ditado popular para comparar o alarido da velha montanha com os fatos que antecederam o julgamento do ser mais honesto do planeta, nesta semana em Porto Alegre.
         Aqui no Brasil de 2018, uma mídia dissimulada concedeu largos e amplos espaços para os falastrões “narizinho” Hoffmann, “lindinho” Farias, e “boquirroto” Stédile, entre outros.
         Nas tagarelices divulgadas, salientavam-se: (1) “a invasão de P. Alegre”, (2) “a intolerância com o TRF4”, (3) “a luta armada na defesa do Lula”, e, a mais preocupante ameaça (4) “de botar fogo na cidade”.
         Pois, o que realmente se viu foi um grupelho de vagabundos (sim, vagabundos, eis que acamparam  durante dias úteis, e não estavam de férias!) que vieram à Capital gaúcha – muitos movidos a um soldo – e, com raras exceções, literalmente “baixaram as calças” para as forças policiais que controlavam as manifestações.
         Todas aquelas bravatas gritadas para aterrorizar a população ficaram no imaginário delirante dos autores.
         Tudo correu como organizado pelos responsáveis da segurança pública.
         E a montanha pariu um ratinho!


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