Este artigo é do Observatório Brasil Soberano
Foi deflagrada mais uma operação da Polícia Federal sobre os desvios no INSS. Desta vez, os alvos incluem o senador Weverton Rocha, aliado próximo do presidente Lula, e Adroaldo Portal, número 2 do Ministério da Previdência, além do filho de Antônio Car los Camilo Antunes, o famoso Careca do INSS. No total, foram cumpridos 52 manda dos de busca e apreensão e expedidas 16 prisões temporárias e preventivas na nova fase da Operação Sem Desconto. Os desvios bilionários com descontos consignados irregulares em aposentadorias se intensificaram a partir da volta de Lula ao Planalto, no início de 2023. Quando o es cândalo veio à tona e a CPMI do INSS foi aprovada, o Planalto já saiu na frente com o antídoto pronto: defendeu uma "investigação correta", sem ataques à família do presi dente nem ao seu governo. Inicialmente, associou-se isso à atuação do irmão de Lula, Frei Chico, após revelações de documentos mostrando que ele pressionou o ministro Carlos Lupi para flexibilizar os controles antifraude instituídos no governo Bolsonaro. Os desdobramentos recentes sugerem que a preocupação do Planalto poderia ser bem mais profunda. No início de novembro, surgiram rumores de que o filho de Lula, Lulinha, teria uma grande proximidade com o "Careca do INSS", figura central no esquema de fraudes. Um suposto depoimento de um ex-funcionário do Careca do INSS teria revelado essa proximidade, com pagamento de uma mesada, trocas frequentes de mensagens no WhatsApp e uma viagem dos dois a Portugal, em primeira classe. O timing não po deria ser mais conveniente: tudo coincidiu com o pico dos desvios no final de 2024, quando a roubalheira explodiu. Curiosamente, Lulinha afastou-se das redes sociais e mudou-se para a Espanha logo após o estouro do escândalo. A CPMI do INSS tentou convocar o filho do presidente para prestar esclarecimentos, mas os aliados do governo fizeram de tudo para barrá-lo. A convocação foi rejeitada sob a alegação uníssona de "perseguição política" e "politização da investigação". O discurso é o mesmo do escândalo do mensalão e da roubalheira da Petrobrás. O depoimento de Edson Claro, ex-auxiliar direto do "Careca do INSS", realmente foi prestado à PF no final de outubro. E os detalhes prometem tirar o sono de muita gente, incluindo Lula: segundo o depoente, Lulinha recebia do Careca uma mesada de R$ 300 mil com os repasses podendo chegar a R$ 25 milhões, além das conver sas frequentes e de mais viagens, não apenas a Portugal. O diretor-geral da Polícia Federal de Lula comentou em um tom quase resignado: "Infelizmente surgiu essa possibilidade". Essa declaração destaca como as evidências se acumularam a ponto de tornar impossível seguir as orientações iniciais do Planalto. Os desvios no INSS expõem uma rede complexa e ramificada que o Planalto buscou delimitar desde o princípio, priorizando a proteção familiar e governamental sobre a elucidação completa dos fatos. A rejeição sistemática da tropa de choque de Lula nas tentativas de convocações na CPMI, somada ao lamento do diretor da PF, reforçam a necessidade de ir a fundo, sem exceções. Será que Lula, além do repetido discurso de perseguição política, mais uma vez terá de recorrer ao famoso “eu não sabia” do mensalão e do petrolão? O ministro André Mendonça retirou o sigilo da investigação e ficamos sabendo que o Careca enviou R$ 1, 5 milhão para uma amiga de Lulinha. Grandes emoções à vista. Os aposentados roubados esperam respostas. E justiça. Resta saber se ela ainda existe e se é para todos.
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