Duvido que haja um estudante de comunicação capaz de
discorrer por 15 minutos sobre o conteúdo dos seus estudos sem deixar quem o
ouve estarrecido. Se articula algo similar a um raciocínio, é só sobre alguma
porcaria qualquer. Lecionei semiótica e filosofia da linguagem na PUCRS, UCS e
UFGRS durante anos. O que mais encontrava era aluno que não queria estudar
nada, apenas brincar de jornalista na frente de um computador. Abominavam
qualquer aproximação teórica dos problemas ou autores densos. Saiam da
faculdade sem formação alguma e alguns se candidatavam aos cursos de
pós-graduação, onde a enganação continuava até a obtenção por eles de títulos
de mestres e doutores. É um processo que consagra a mais pura mistificação
acadêmica. Desafio qualquer pessoa a me
apontar uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado produzidas em escolas
de comunicação no país que possuam valor acadêmico-científico. Esse setor da
Universidade é de uma nulidade intelectual devastadora e só serve para divulgar
ideias mascadas de franceses esquerdistas de quinta categoria, todos
pós-modernos, o que, por si só, já é um lixo, Aliás, sobre a influência do
pensamento francês e seus desdobramentos desde a revolução de 1789, comparados
com a influência e a maturação das concepções da revolução americana, sugiro a
leitura do excelente livro “Sister Revolutions: French Lightning, American
Light”, da historiadora americana Susan Dunn. Dá para entender, depois da
leitura, porque os farsantes Mafesolli, Foucault, Sartre, Derrida e Lacan
formam, com Marcuse e com um conspurcado Benjamin em versão adolescente, a
lista de autores apresentados a alunos de comunicação desfibrados de
inteligência, como figuras exemplares do pensamento contemporâneo. Tudo isto
temperado com a cartilha petista, com um pitaco de Marx, Trotsky e Rosa de
Luxemburgo, que é para os doutos, digamos assim, introduzirem de forma
beningna, nos alunos, ideias de comunismo generoso e, obviamente fraudulento,
especialmente sobre a relação da “mídia” com os interesses exploradores do
capitalismo. Sobre este império da mediocridade moral e intelectual nos cursos
de comunicação, devo fazer justiça a uma exceção que confirma a regra geral:
trata-se do professor Francisco Rudiger, que leciona na PUCRS e na UFRGS. Ele é
um intelectual de primeira grandeza. Há anos Rudiger desafia, com seu rigor
filosófico, capacidade de análise, coragem pessoal e grande capacidade de
produção intelectual, o universo de nulidade que se autodenomina o "campo
da comunicação".
A FABICO (UFRGS) e FAMECOS (PUCRS) são centros de
mediocridade e impostura e nada do que produzem serve para a área de ciências
humanas. Por isso, seriam fechadas se, por ventura, fossem submetidas, por
amostragem de sua produção, ao crivo analítico de comissões de avaliação
sérias. A CAPES e o CNPQ ,os órgãos estatais de fomento à pesquisa,
especificamente nesta área de comunicação, são dominadas por panelinhas de
doutores incapazes de discorrer sobre questões sérias de teoria da linguagem,
como semântica, sintaxe e pragmática, economia, sociologia, teoria literária ou
história. O tal estudo da mídia que exercitam só cria gerações de imbecis com
titulação acadêmica, que se substituem uns aos outros como professores membros
das comissões governamentais de apoio às pesquisas, que liberam verbas para a
produção de trabalhos de professores financiados pelo Estado e bolsas de
mestrado e doutorado para as escolas de comunicação. É o financiamento público
da idiotia.
O caso da ocorrência de plágios na pós-graduação é mais
degradante ainda. Os estudantes, na sua grande maioria, não tem ideia alguma
sobre o que fazer nas suas dissertações e teses, porque não há conteúdo
qualquer ensinado nos cursos de pós-graduação, seguem as orientações de seus
professores e optam por escreverem coisas como "o jornalismo na era da
informática", "as mídias sociais e as novas recepções", “a
análise do discurso em tal ou qual situação” ou ainda “O Conceito de aura em
Walter Benjamin” e por aí vai, tudo lixo que sequer pode ser usado como
material bruto sobre algum ponto de relevância para da elaboração de trabalhos
sobre estudos sérios, Este material todo forma um arquivo de bibliotecas que
ninguém consulta e deveria constituir um acervo para pesquisa daquilo do que é
mais degradante em instituições de ensino superior. E como as inteligências da
ECA,(USP) da FABICO e da PUCRS abrem a possibilidade de que, na comunicação,
sejam apresentados trabalhos de autores sérios de outras áreas, por absoluta
falta de referência intelectual nos estudos teóricos sobre a mídia, aí o plágio
domina tudo, porque os alunos e os professores orientadores não leem nada de
autores consagrados em filosofia ou ciências humanas. Resumindo: é um
chiqueirão intelectual, acompanhado de uma pompa vicária, caraterística daquilo
do que os coronéis deste emporcalhamento universitário chamam de "o campo
da comunicação", que, em verdade, deveria ser chamado de campo de abjetas
nulidades.
Perfeito! Simples assim.
ResponderExcluir