As cenas dramáticas transmitidas pelos jornais
televisivos, com inundações devastando bairros inteiros de tantas cidades
brasileiras, ou, ainda pior, o rompimento da barragem da Samarco, parecem
alegorias trágicas da situação geral do país. Dia após dia, pioram os indicadores
econômicos e mais pessimistas se tornam as expectativas, enquanto cresce
desemprego e as evidências da virtual falência dos serviços e da infraestrutura
pública em geral.
Diante desse quadro, muitos analistas vêm identificando a
crise que abala as nossas instituições como o epicentro da “tempestade
perfeita” que se abateu sobre o Brasil. Porque não conseguem enxergar como uma
problemática tão complexa poderá ser sequer equacionada— e muito menos
solucionada – sem que se restabeleçam a respeitabilidade e a harmonia dos
poderes da República e o mínimo entendimento das correntes políticas, dentro e
fora de um governo federal desnorteado, perplexo e desesperadamente gastador.
A história recente nos ensina que situações de gravidade
semelhante (ainda que, talvez, não tão complicadas) levaram a acontecimentos
dramáticos, como o suicídio de Getúlio, a renúncia de Jânio, a derrubada de
Jango ou o impeachment de Collor. Quer dizer, sempre envolveram o maior
mandatário da Nação, por sua própria iniciativa ou contra ele. Por que seria
diferente desta vez?
Conclui-se que, de uma forma ou outra, os caminhos para a
superação da crise atual envolverão a presidente Dilma. Preferirá ela continuar
lutando contra o impeachment, para conservar um mandato que já não pode exercer
com mínima governabilidade? Quer arriscar-se a registrar na história o rotundo
fracasso da primeira mulher na presidência do Brasil?
Ou optará por dar a volta por cima, propondo-se a uma
solução de compromisso envolvendo os titulares dos demais poderes, em todos os
níveis federativos, e todas as correntes políticas do país, em termos de
umarenúncia digna e até heroica, condicionada à imediata aprovação das reformas
institucionais há tanto tempo reclamadas, as mesmas cuja falta nos trouxe à
beira do abismo. Seria um gesto que livraria a presidente as enormes aflições
que certamente ela vive e, ao mesmo tempo, libertaria os brasileiros da
angústia de se sentirem em um beco sem saída. Uma dupla redenção.
Grande sugestão. Que Dilma saia de vida para entrar para a história.
ResponderExcluirÉ ilusão que poderia haver uma imediata aprovação das reformas institucionais. Isto não foi feito nas vacas gordas, não será nas vésperas das eleições e nas vacas magras. Outra, certamente o que Dagoberto Lima Godoy não é a que o povo quer ouvir falar. Basta constatar que para candidato a prefeito de Porto Alegre correm na frente a gastadora desenfreada Manoela D’Ávila e a filha de Tarso, }Luciana Genro. Na Presidência como o povo enxerga o governador do melhor estado do Brasil, são Paulo? Líder em rejeição de intenção de votos.
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