Findo o Carnaval, quando o mercado ainda imaginava ouvir
de Brasília alguma medida de contenção da despesa pública, eis que a presidente
surpreendeu os mais crentes ao anunciar novo adiamento de qualquer ação
concreta na seara dos gastos. Medidas teriam ficado “para março”. O governo
afirma querer estudar melhor um “regime de bandas” para o chamado superávit
primário, que consistiria em pedir ao Congresso aprovação antecipada para fazer
menos economia fiscal (ou até incorrer em algum déficit primário, ou seja,
nenhuma economia para pagar juros) caso a arrecadação não se comporte conforme
uma expectativa preestabelecida. O ministro anterior, Joaquim Levy, se insurgia
contra esta proposta, então vinda da área do “planejamento” no ano passado, por
considerar um mau recado ao mercado a tal banda flexível para uma meta fiscal
tão relevante. No momento, a meta do superávit está fixada na LDO de 2016 em
apenas 0,5% do PIB (R$30 bilhões), para fazer frente a um gasto estimado com
juros em torno de R$530 bilhões. A diferença entre a economia prevista e a
necessidade de recursos para cobrir os juros de 2016 é um
oceano.. Dai as previsões do mercado de que a dívida bruta seguirá
crescendo explosivamente na direção de 80% do PIB. Juros não pagos com economia
viram mais dívida.
O regime de bandas não faz sentido quando o déficit
nominal é brutal (cerca de 10% do PIB) com juros cavalares a serem pagos. Nessa
situação extrema, o remédio é uma contenção linear de todas as
rubricas de despesas, exigindo-se o fim do conceito de reajuste obrigatório de
gastos e, menos ainda, de atrelamento à inflação passada. O governo, pelo
contrário, enviou ao Congresso e este se curvou , aprovando, um orçamento, para
este ano, de cerca de 11% acima do valor executado em 2015. Portanto, não há
sequer um centavo de corte e, sim, avanço generalizado de despesas,
especialmente as rotineiras, que compõem os 60 milhões de cheques mensais de
proventos e benefícios emitidos por Brasília. Embora o governo ainda fale de um
contingenciamento mínimo, de R$18 bilhões, este valor nem arranha a necessidade
de reestruturação da despesa pública no País. A disciplina fiscal federal virou
uma miragem. Vige a irresponsabilidade total.
Atenciosamente,
Equipe do Movimento Brasil Eficiente
Paulo Rabello de Castro , como sempre , falou tudo.
ResponderExcluirDilma e o PT quebraram o Brasil.