No desespero, Lula cospe fogo contra a Lava-Jato
11/11/2016 - 03h34
Ricardo Noblat
Quem ainda liga para Lula?
A imprensa, de quem ele se diz vítima, ainda liga, seja
por se achar obrigada a divulgar tudo o que possa interessar a parcelas dos
seus leitores, seja para driblar a acusação de que persegue Lula.
Os devotos de Lula ainda ligam para ele, mas tais devotos
escasseiam à medida que o tempo corre e que os fatos se sucedem. Condenado ou
não, Lula é carta fora do baralho. Como Dilma.
Tornou-se um fardo até mesmo para o PT. Parte do PT quer
mais é livrar-se dele, refundar o partido e ir em frente. Outra parte, a que de
fato manda, admite Lula por perto desde que ela siga mandando.
Quem tem mais votos para eleger uma nova direção do PT e
ditar os rumos do partido? Os que atualmente mandam nele. Lula não tem. Nem os
que advogam a refundação.
Ainda se empenham em ligar para Lula os que sempre
viveram à sua sombra e a custa de sinecuras. E também as figurinhas
carimbadas que comparecem a atos em
defesa dele.
Foi para tais figuras, as mesmas que subscreveram
manifestos denunciando o “golpe” que derrubou Dilma e se cansaram de gritar
“Fora, Temer”, que Lula falou, ontem à noite, em São Paulo.
O que Lula disse em sua defesa? Acusou o juiz Sérgio
Moro, os promotores das Lava-Jato e a imprensa de comprometimento político e
ideológico. Afirmou que é alvo de “um pacto diabólico”.
Para variar, bravateou. “Mexeram com a pessoa errada”,
disse em tom de ameaça. Para acrescentar:
- Não tenho problema em prestar quantos depoimentos forem
necessários. [...] Tenho preocupação é quando vejo um pacto quase diabólico
entre a mídia, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz que está
apurando todo esse processo.
Por fim, proclamou: “Não tenho que provar minha
inocência, eles é que tem que provar a inocência deles na acusação".
De fato, Lula não tem que provar que é inocente. Cabe aos
seus acusadores provar que ele é culpado. Mas, ao contrário do que Lula disse,
não cabe a eles provarem a própria inocência.
Somente Lula e sua reduzida turma acusam Moro e os
procuradores de “comprometimento político e ideológico”. E não se preocupam em
provar o que dizem. Simplesmente dão por provado.
Triste performance, essa, a de um líder decadente
derrotado por sua própria ambição.
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