Artigo, Flávio Tavares, Zero Hora - No reino dos impunes

Há muito, porém, o delito reina impune no Rio Grande.

Nosso maior assalto ao dinheiro público dorme desde 1996 nas gavetas da 2ª Vara da Fazenda Pública, em "segredo de Justiça". Ocorreu em 1987 (no governo Pedro Simon, do PMDB) numa organizada roubalheira que lesou a CEEE em mais de R$ 850 milhões, em valores atuais, superior até ao "mensalão" de Lula em Brasília.

Nunca houve julgamento ou sentença. Estão envolvidas 12 grandes empresas (várias da Lava-Jato) e 23 pessoas físicas, algumas mortas, como o principal acusado, Lindomar Rigotto, assassinado anos atrás.

Em 1º de junho de 2014, dei aqui detalhes do crime. Depois, os repeti em 2015 e 2016. Nada foi adiante. Nem a oposição mencionou o assunto, como se todos se autoprotegessem. Só o ex-governador Germano Rigotto me escreveu para explicar que (mesmo sendo, na época, líder do governo Simon na Assembleia) não havia indicado o irmão Lindomar para a diretoria da CEEE.

Que segredos esconde essa podridão para que Ministério Público e juízes se calem e os políticos nem sequer simulem indignação?


Ou, no reino impune, tudo leva a esquecer?

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