A despeito do crescimento da produção industrial em maio,
os primeiros indicadores já conhecidos para junho sugerem devolução quase que
integral dessa alta. Os índices de confiança, na mesma direção, apontam para
queda da produção e elevação dos estoques, na passagem de maio para junho. A
produção industrial avançou 0,8% entre abril para maio, segundo os dados da
Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada ontem pelo IBGE. Na comparação
interanual, a produção industrial subiu 4,0%, com expansão de 0,5% no ano.
Entretanto, nos últimos doze meses, a queda acumulada chegou a 2,4%. O
crescimento em maio se deu de forma disseminada, com 17 dos 24 setores
pesquisados contribuindo positivamente no período, enquanto as três categorias
de uso registraram aumento da produção. A produção de bens de capital cresceu
3,5%, enquanto a produção de bens de consumo avançou 1,3% entre abril e maio.
Destacamos que o crescimento de 6,7% dos bens de consumo duráveis, refletindo o
aumento da produção de veículos no mês, de 12,9%. Acreditamos, por outro lado,
que a produção de automóveis em junho deve ter devolvido quase que totalmente
essa expansão. A fabricação de bens semiduráveis e não duráveis também
registrou alta no período, de 0,7%. Para 2017, projetamos uma melhora gradual da
produção industrial. Para tanto, a retomada do consumo das famílias e a redução
da taxa de juros deverão favorecer o desempenho da atividade industrial ao
longo do ano. Por fim, apesar do desempenho positivo da produção industrial em
maio, continuamos projetando uma contração do PIB no segundo trimestre, de
0,3%.
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