- O autor é deputado federal do PTB do RS, ex-ministro do Trabalho e atual presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da
Câmara dos Deputados.
Parte dos manuais políticos, de Maquiavel à Mazzarino,
diz que a política é a arte da dissimulação. Ou seja: o político de sucesso
seria aquele que diz uma coisa, mas faz outra. Nada mais antiquado!
Na era digital, das redes sociais e da democracia 2.0, a população
está participando ativamente do processo político, o qual se tornou
transparente pela democratização dos meios de informação. Por isso mesmo não
será mais enganada por velhas estratégias. Nesse sentido foram as grandes
jornadas de 2013, onde o povo saiu às ruas exigindo três atributos dos agentes
políticos: probidade, eficiência e coerência.
O Rio Grande do Sul e o Brasil não podem esperar. É
preciso continuar avançando no processo de reformas!
Pois bem. É estupefato que tenho assistido o verdadeiro
contorcionismo argumentativo de pessoas que rechaçam a ideia de se realizar,
simultaneamente às eleições de outubro, um plebiscito para viabilizar a venda
de empresas estatais deficitárias, que sugam o povo gaúcho. De fato,
contrariamente à ideologia de seus próprios partidos (que defendem as
privatizações), vemos alguns afastarem a ideia da realização da consulta, pois
avaliam que tal discussão traria benefícios eleitorais a adversários
políticos.
Sob argumentos pitorescos, que vão desde um suposto número
excessivo de operações a serem realizadas na urna eletrônica, até uma
hipotética inoportunidade pela mistura de assuntos, as desculpas para não
realização do plebiscito são diversas. Tais argumentos são falsos, e mascaram
uma concepção antiquada de política, onde o futuro das novas gerações é
alienado por interesses eleitoreiros. Afinal, existe momento mais oportuno para
se debater as privatizações do que em uma eleição?
Novo na política é não dissimular. Novo na política é ser
coerente. Novo na política é enfrentar os problemas como eles são. Novo na
política é não deixar para depois o que se pode fazer agora. Novo na política é
modernizar o Brasil e o Rio Grande, realizando as reformas estruturais de que
tanto precisamos, como fizemos com a modernização das leis trabalhistas.
O Rio Grande do Sul e o Brasil não podem esperar. É
preciso continuar avançando no processo de reformas! Mais do que novas caras,
precisamos de novas práticas. O resto é mais do mesmo.
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