Quando se tinha a impressão de tudo ter visto, eis que
surge algo inusitado sucessão interminável da ladroagem partidária. Eis que o
PT aparece novamente como protagonista n prisão do ex-ministro Paulo Bernardo,
de ex-tesoureiro do partido, além de ex-ministro e líderes partidários.
O esquema desvendado, se isto vier a ser confirmado, é
simbolicamente aterrador. O partido teria roubado de funcionários públicos, da
ativa e aposentados, por meio de desvio de recursos do crédito consignado.
Teria roubado dos mais necessitados, daqueles que recorrem a empréstimos na ausência
de outro meio para o pagamento de suas contas.
Não é nem mais a história de Robin Hood, daquele que
rouba dos ricos para distribuir para os pobres. É a nova história do PT, a de
roubar dos pobres em proveito próprio ou para o partido. O escândalo do ponto
de vista moral salta aos olhos.
Parece não haver nem mais traços do partido de antanho,
que vendia a imagem de ser veículo partidário da ética na política. A traição
às suas próprias bandeiras exigiria, pelo menos, um ato público de contrição,
de desculpas por toda a sua série de crimes. Há no entanto, crimes que são
imperdoáveis.
Inclusive a sede nacional do PT foi objeto de um mandado
de busca e apreensão. O próprio partido está sendo investigado. O alvo foi
claro a sala do tesoureiro. Pudera, dois ex-tesoureiros estão presos, outro foi
condenado e preso, além de vários líderes partidários estarem atrás das grades,
outros sendo investigados e denunciados. Para um partido político, é a pior das
imagens.
Isso significa que o próprio partido é visto como
responsável pelos crimes cometidos. Não se trata do desvio de conduta de um
militante ou outro, mas de um comportamento que seguia uma orientação
partidária.
Fala-se, inclusive, de uma suposta “leniência partidária”
sendo cogitada por iniciativa de petistas presos e sem perspectiva de saída. Do
ponto de vista individual, querem safar-se, Contudo, o que chama atenção é um
esboço, mesmo enviesado, de reconhecimento coletivo de culpa.
A “leniência partidária”, enquanto instituto jurídico, é
hoje inexistente. Foi acolhida, porém, com simpatia por outros partidos que
procuram safar-se, por sua vez, de condenação semelhante. Ela é, contudo,
reveladora não somente da decrepitude do sistema partidário em sua maior parte,
mas, sobretudo, daquele partido que se apresentou como a redenção nacional.
A sua queda é livre! Até os seus símbolos e bandeiras
foram para o espaço.
Tudo isto talvez explique a chegada ao poder do populismo na América Latina. Tudo subsidiado com dinheiro dos brasileiros. Fora os benefícios indiretos tais como a encampação de instalações da Petrobrás e reajuste nos contratos de ITaipú. Tem ainda o dinheiro do BNDES que financiou portos, estradas e metrôs no exterior. É um partido multinacional. Desemprego e pobreza no Brasil? Este partido gosta pois, quanto mais tiver, mais massa de manobra.
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