- A crise entre o Ministério Público e o Supremo alcançou
um novo patamar nesta terça (23). A água que esquentava desde o fim de semana
atingiu o ponto de ebulição. Coube ao ministro Gilmar Mendes soprar o apito.
Ele atacou os procuradores da Lava Jato, a quem acusou de vazar uma pré-delação
para constranger o tribunal.
Gilmar abriu o verbo depois de a operação esbarrar na
proximidade entre o empreiteiro Léo Pinheiro e o ministro Dias Toffoli. Ele
sugeriu à colunista Mônica Bergamo que os procuradores seriam movidos a
"delírios totalitários". "Me parece que [eles] estão possuídos
de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer preço",
afirmou.
Mais tarde, ao jornal "O Estado de S. Paulo", o
ministro disse que "é preciso colocar freios" nos investigadores, que
se sentiriam "onipotentes". Sem apresentar provas, ele disse que os
procuradores "decidiram vazar a delação" para fazer um "acerto
de contas" com seu colega.
O procurador Rodrigo Janot aderiu ao bate-boca. Depois de
suspender a delação sem explicar suas razões, ele disse que a menção a Toffoli
teria sido inventada. Em seguida, num recado a Gilmar, questionou: "A Lava
Jato está incomodando tanto? A quem e por quê?"
O ministro tem certa razão ao pedir que os procuradores
calcem as "sandálias da humildade", embora ele nunca tenha encontrado
um par do seu número. Desde o início da Lava Jato, é comum ver investigadores
exagerando na autopromoção e no ativismo político. No entanto, chama a atenção
que Gilmar tenha resolvido protestar quando a operação ameaça atingir um de
seus colegas.
Os ministros do Supremo merecem respeito, mas não podem
ser tratados como indivíduos acima da lei. Em março, quando a Lava Jato divulgou
gravação de Lula e Dilma Rousseff, Gilmar não manifestou a mesma indignação com
o vazamento. Na época, o que importava para ele era discutir "o
conteúdo" do grampo.
Este texto é ambíguo e tendencioso,o Ministro Gilmar Mendes tem razão e critica a atitude de Janot que suspendeu a delação do empresário Léo Pinheiro,por causa do vazamento que só o Ministério Público tinha conhecimento. Quem ganha e quem perde com essa atitude intempestiva do PGR?
ResponderExcluirLilico, só o ministério público tinha conhecimento??? Essa é boa...
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