Os debates da campanha para a prefeitura de Porto Alegre,
neste segundo turno, tem sido pontuados mais por agressões e ataques do que por
propostas claras e objetivas. O debate na Rádio Guaíba, nesta segunda de tarde,
foi uma continuação do ringue que já tínhamos visto no debate da Band, na noite
de sexta, entre o candidato da situação, o atual vice-prefeito Sebastião Melo e
o candidato de oposição, Nelson Marchezan Junior.
O primeiro bloco começou bem, com os dois candidatos
respondendo a pergunta feita pelo Sescon-RS, mas logo no segundo bloco a
artilharia veio forte. Cada candidato tentando colar no outro rótulos
negativos. Marchezan mostrando que Melo é o continuísmo do que temos hoje na
cidade - e que portanto, podia ter feito as mudanças que propõe mas não as fez
- e Melo querendo dizer que Marchezan esteve onze anos na coligação e está com
dois partidos que sempre foram a base da atual administração.
Em um momento Melo acusou gratuitamente Marchezan de não
gostar de pobres, de vila e nem do Lami. O comparou a Collor e disse que ele
não era o novo e nem a mudança, mas um representante da velha política. Disse
ainda que Marchezan era virulento, faltava com a verdade, não conhecia a cidade
e era contra os partidos. Mas logo a seguir Melo atacou o PP e o PTB que até
pouco tempo queria na coligação com ele. Cada frase era um ataque. No meio
disto tudo, infelizmente, as propostas assumiram lugar secundário no debate.
Este segundo turno é uma comparação de personalidades,
projetos e capacidades de executá-los. Mas também é de caracteres. Grande
parte do eleitorado acaba escolhendo a pessoas com quem mais simpatiza e
ataques constantes não constroem uma vitória. Os ataques pessoais, bastante
adjetivados, são totalmente desnecessários e doem aos ouvidos do eleitor, que
já desencantado com a política se esforça para conseguir acompanhar o debate e
escolher em quem votar. Ninguém se constitui tentando desconstituir o outro.
Ofensas gratuitas só tiram votos de quem as profere e as pesquisas estão aí
para provar
Muito bom, Fernanda. A impressão que se tem é que bateu o desespero no Melo e que ele tenta de todas as maneiras fazer com que o Marchezan perca a compustura, porém, quem está perdendo é ele. Perdendo eleitores e a linha. Lamentável, esperava mais deste cidadão.
ResponderExcluirMuito bom, Fernanda. A impressão que se tem é que bateu o desespero no Melo e que ele tenta de todas as maneiras fazer com que o Marchezan perca a compustura, porém, quem está perdendo é ele. Perdendo eleitores e a linha. Lamentável, esperava mais deste cidadão.
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