PT, PSDB e PMDB fora da sucessão de 2018
Ricardo Noblat
O primeiro alvo da Lava Jato foi o PT, e natural que
fosse. O partido estava no poder desde 2002 quando Lula se elegeu pela primeira
vez. E os fatos inicialmente apurados pela operação tinham a ver diretamente
com denúncias de grossa roubalheira na Petrobras.
O PT gritou até ficar rouco que era o único partido
investigado e que tudo não passava de perseguição política. Ainda grita, embora
menos. Até que o avanço da Lava Jato começou a alcançar os demais partidos.
Natural também que chegasse a hora do PSDB e do PMDB.
Sobrou para todos os partidos na lista de Janot,
especialmente para os três maiores que ditam os rumos do país desde o fim da
ditadura militar de 64, lá se vão 32 anos. A menos de 20 meses da eleição do
próximo presidente, PT, PSDB e PMDB correm o risco de colher uma desagradável
surpresa.
O PT só terá um candidato para chamar de seu se Lula
escapar do destino que lhe parece reservado pela Lava Jato. É réu em cinco
processos até aqui. Se condenado em primeira e segunda instância da Justiça,
será preso e impedido de disputar a sucessão de Temer.
Na hipótese improvável de ser inocentado e concorrer,
enfrentará a eleição mais dura de sua vida. As pesquisas indicam que ele, hoje,
é o campeão das intenções de voto. Mas indicam que ele é também o candidato
mais rejeitado. Dificilmente seria eleito num segundo turno.
Dois dos três aspirantes do PSDB a presidente da
República estão na lista de Janot – os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra
(SP). O terceiro aspirante, Geraldo Alckmin, ainda poderá ser atingido por futuras
delações. João Dória sequer esquentou a cadeira de prefeito de São Paulo.
O PMDB não tem e nunca teve um nome com condições de
disputar a presidência da República e de vencer desde a morte em abril de 1985
do mineiro Tancredo Neves. Mesmo que o país esteja melhor às vésperas da
próxima eleição, as chances de Temer se reeleger são poucas.
O caminho está aberto para um nome que ainda não
despontou.
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