Análise - Melhoria da produção industrial não vai alterar projeções para contração do PIB
Apesar da estabilidade de produção industrial em
junho, mantemos expectativa de contração
do PIB no segundo trimestre
O resultado da produção industrial superou as
expectativas do mercado, ao registrar estabilidade em junho. Esse resultado, em
conjunto com o desempenho positivo verificado nos meses anteriores, indica uma
estabilização da indústria. No entanto, mantemos nossa expectativa de contração
do PIB no segundo trimestre, refletindo o desempenho dos demais setores da
economia.
A produção industrial ficou estável entre maio para
junho, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada hoje pelo
IBGE. O resultado mostrou expansão acima da variação esperada pelo mercado
(-0,3%, segundo coleta da Bloomberg). Na comparação interanual, a produção
industrial subiu 0,5%, mesma expansão acumulada no primeiro semestre deste ano.
Entretanto, nos últimos doze meses, a queda acumulada chegou a 1,9%.
A estabilidade da produção refletiu o resultado
heterogêneo dos setores da indústria. Na comparação com o mês anterior, 12 dos
24 setores pesquisados registraram queda da produção. Na abertura por
categorias de uso, destacamos o crescimento de bens de capitais e
intermediários, de 0,3% e 0,1%, respectivamente. Já a produção de bens de
consumo caiu 1,1%, puxada pela queda de 6,0% em duráveis, refletindo a retração
da produção de automóveis, enquanto os semi e não-duráveis registraram recuo
menos intenso, de 0,5%.
A produção da indústria extrativa cresceu 1,3% em junho,
acumulando alta de 6,0% no primeiro semestre na comparação com o mesmo período
de 2016. No entanto, a produção do setor ainda permanece abaixo dos níveis
registrados antes do acidente em Mariana-MG, no final de 2015.
Para 2017, projetamos uma melhora gradual da produção
industrial, impulsionada pela retomada do consumo das famílias e pela redução
da taxa de juros. De todo modo, a despeito das melhores perspectivas para a
segunda metade do ano, continuamos projetando uma contração do PIB no segundo
trimestre, de 0,3%.
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