Torquato tem que dar nome aos bandidos
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net Por Jorge
Serrão - serrao@alertatotal.net
Torquato Jardim se transformou em um dos maiores cabos
eleitorais da candidatura presidencial de Jair Bolsonaro. O sincericídio do
Ministro da Justiça reforçou a tese de que o Crime Institucionalizado precisa
ser banido do Brasil, justamente porque roubalheira e a violência são promovidas
por agentes estatais que deveriam garantir a Segurança e impedir a impunidade.
O momento brasileiro exige tolerância zero com a corrupção generalizada e
sistêmica.
Depois que promoveu uma completa desmoralização retórica
do governo do Estado do Rio de Janeiro, Torquato tem o dever moral e funcional
de dar nomes aos bandidos a quem tem feito, insistentemente, referência.
Além de ajudar a legitimar o discurso do Bolsonaro,
Torquato ainda corre o risco de incorrer em crime ao não revelar tudo que sabe
sobre os corruptos fluminenses. Se ele fala com tanta propriedade, é que porque
a Polícia Federal, sua subordinada, lhe contou. Torquato tem que denunciar tudo
ao Ministério Público e cobrar que o judiciário puna os canalhas.
Lamentavelmente, parece que o ministro da Justiça não
está contando tudo que sabe. A importância e dever funcional de seu cargo não
permitem, legalmente, que cometa o crime de omissão. É inaceitável que ele
continue fazendo críticas genéricas, sem apontar o dedo para os bandidos na
máquina publicado desgoverno do Estado do Rio de Janeiro.
O ministro desafia as autoridades fluminenses a provarem
que ele está errado sobre as conexões entre comandantes da Polícia Militar e (o
que ele chama, incorretamente) de “Crime Organizado” (na verdade o narcotráfico,
agora comandado também por milícias chefiadas por policiais).
A desculpa de Torquato Jardim em uma entrevista ao jornal
O Globo é
esfarrapada: “Não é questão de apontar nomes. Isso é
secundário. No mapa eleitoral do Rio de Janeiro, você tem cerca de 840 zonas
mais perigosas onde moram um milhão de cariocas. Pelos dados oficiais, você
sabe quem são os mais bem votados. E isto está sendo estudado pelo TSE, com a
participação do Ministério da Justiça, do Gabinete de Segurança Institucional,
da Defesa, da Agência Brasileira de Inteligência e da Polícia Federal”.
Resumindo: Não é só Torquato quem deve esplicações.
Outras autoridades por ele citadas também não podem ficar em silêncio ou, pior
ainda, não agirem com eficácia e prontidão contra o Crime Institucionalizado.
Se Torquato continuar causando tanta confusão, terminará colaborando para
eleger Jair Bolsonaro no primeiro turno. Será que o chefe dele, Michel Temer,
está querendo isto?
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