Até ascarel é encontrado nos armazéns em descontaminação no Cais Mauá


A segunda semana de trabalho no canteiro de obras do Cais Mauá começou tendo como foco as medidas de segurança que estão sendo tomadas para melhorar a circulação das pessoas e evitar o risco de acidentes. Entre as ações, estão a finalização do cercamento que divide a rua interna (localizada entre os armazéns e o muro da avenida Mauá) e a continuidade do processo de descontaminação dos armazéns. A principal preocupação dos gestores neste momento passa a ser o cuidado com operários e pessoas que por lá transitam, principalmente usuários do catamarã e funcionários da extinta Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), que atuam no local.
A partir desta segunda-feira (12), técnicos voltaram ao armazém B3 e começaram a retirar amostras do solo contaminado pelo diesel que havia vazado de um tanque de combustível subterrâneo que ficava no local. A equipe precisou cavar um buraco de até dois metros de profundidade por seis de diâmetro, com o objetivo de remover todo o terreno atingido pelo óleo. Uma pequena quantidade foi enviada para exames em laboratório, enquanto a maior parte foi descartada em uma área destinada para esta finalidade, fora do cais. Para concluir o processo, duas caçambas aterraram a cavidade com terra descontaminada.
Já no armazém A6, situado na outra extremidade do cais, na direção da Usina do Gasômetro, os técnicos começaram a remoção de peças de uma antiga subestação de energia elétrica que abastecia o porto. No local, foram retirados pedaços de ferro, alumínio e cobre que faziam parte da estrutura. Durante a movimentação do material, que iniciou na terça-feira (13), os técnicos notaram a presença da substância ascarel no piso do prédio. A identificação do produto tem relação com um antigo transformador que havia lá antes do início das obras. O ascarel é utilizado como isolante em transformadores e seu uso foi proibido no Brasil em 1981, pois ele pode causar sérios danos ambientais, incluindo a contaminação do solo e das águas. Além disso, o composto químico apresenta riscos ao ser humano por ser cancerígeno, afetando sobretudo órgãos como fígado, baço e rins.
A fim de evitar qualquer tipo de contaminação, a equipe seguirá procedimentos internacionais de segurança visando a retirada e transferência do material para o descarte correto. Pelas normas vigentes, será necessário depositar o solo contaminado por ascarel em tanques, lacrá-los e enviá-los de navio para a Noruega, único país com área apropriada para o armazenamento do produto.

Esta primeira fase da obra, que compreende a remoção do passivo ambiental, é importante para que o processo de revitalização dos armazéns tenha início. Os gestores do Cais Mauá zelam pela segurança e bom andamento dos trabalhos, evitando possíveis acidentes e proporcionando que a área de 3,2 km (1ª etapa) possa estar disponível para receber as melhorias necessárias. A previsão dos técnicos e engenheiros é de que o trabalho de descontaminação seja finalizado em 30 dias.

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