Em linha com a expectativa e abaixo do esperado
pelo mercado, a produção industrial apresentou ligeira alta em fevereiro. A
continuidade da melhora da confiança e os indicadores coincidentes conhecidos
até agora sugerem que a atividade industrial já apresenta sinais de
estabilização, bastante influenciada pela recuperação da produção extrativa. A
produção industrial subiu 0,1% entre janeiro e fevereiro, em termos
dessazonalizados, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada ontem
pelo IBGE. Na comparação interanual, houve queda de 0,8%, acumulando retração
de 4,8% nos últimos doze meses. Apesar do desempenho negativo em relação ao
mesmo período do ano passado, o resultado não reverteu completamente a elevação
interanual observada em janeiro, fazendo com que a atividade industrial acumule
expansão de 0,3% nos dois primeiros meses deste ano. Treze dos vinte e quatro
segmentos pesquisados contribuíram de forma positiva para a ligeira alta da
produção industrial no período. Em relação às categorias de uso, apenas os bens
de consumo semiduráveis e não duráveis (-1,6%) decresceram na margem, sendo que
se destacam as elevações de bens de consumo duráveis (7,1%) e de capital
(6,5%). Apesar disso, ressaltamos que a expansão dos bens de capital em
fevereiro compensou apenas parcialmente o recuo acumulado desde meados do ano
passado. No mesmo sentido, os bens intermediários subiram 0,5% na margem. Na
comparação interanual, com exceção dos bens intermediários, todas as categorias
de uso apresentaram variações positivas, sinalizando alguma estabilização e
posterior retomada da produção industrial. Assim, para 2017 projetamos
crescimento de 1,0% da produção industrial, contribuindo positivamente para a
recuperação gradual da atividade econômica. De todo modo, é importante
ressaltar que a forte expansão do setor agropecuário será o principal
determinante para o resultado do PIB deste ano, especialmente para o do
primeiro trimestre, para o qual esperamos alta de 0,3%.
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