Moinhos de Vento testa cirurgia feita por robôs

       O Hospital Moinhos de Vento anunciou nesta quinta-feira (23) a adoção da cirurgia robótica na instituição. A imprensa teve contato com a demonstração do simulador do robô Da Vinci. A novidade entrará em funcionamento na primeira quinzena de janeiro. A iniciativa faz parte do planejamento estratégico, que ao longo de cinco anos investirá em projetos com foco na comprovação da excelência, medição dos desfechos clínicos e inovação.
     
        “Existe uma demanda pela ausência desta técnica em hospitais privados do Rio Grande do Sul. Atualmente, muitas pessoas precisam sair do estado e até mesmo do país para ter acesso a esta tecnologia. O que queremos é oferecer para a sociedade gaúcha mais esta opção de tratamento aqui mesmo, em Porto Alegre, seguindo os mesmos padrões do Johns Hopkins Medicine, nos Estados Unidos”, ressaltou o superintendente Executivo, Mohamed Parrini.
     
       A consolidação do projeto se dará em três etapas. A primeira, que ocorre neste mês de novembro, envolve a capacitação dos cirurgiões com o simulador do robô. A segunda vai ser um evento científico, no próximo dia 4 de dezembro, com o lançamento oficial do projeto. A etapa final será o início dos procedimentos, na primeira quinzena de janeiro de 2018. O Moinhos de Vento é a primeira instituição privada do Rio Grande do Sul a oferecer a tecnologia.
   
         A expectativa é realizar mais de 100 procedimentos só no primeiro ano, ampliando esta curva ao longo dos anos. O investimento de cerca de R$ 9 milhões também integra uma parceria com a fabricante do equipamento, a Intuitive Surgical, permitindo a realização de projetos na área da educação e pesquisa.
     
        “A cirurgia robótica permite movimentos que a mão humana não teria capacidade de fazer, como em 360 graus, por exemplo. Também reduz as complicações cirúrgicas, o tempo de recuperação e de internação, consequentemente. Isto tudo se traduz em maior segurança e precisão”, ressaltou o superintendente Médico, Luiz Antonio Nasi. Neste primeiro momento, a utilização será voltada para as áreas com maior prevalência (urologia, coloproctologia, ginecologia, digestiva, torácica e cirurgia geral).
     
       O chefe do Serviço de Cirurgia Geral, Artur Seabra, explicou que a maior indicação é para cirurgia da próstata, onde é possível ressecar o tumor com o mínimo de lesão aos tecidos saudáveis. Neste primeiro momento, dez médicos de diferentes especialidades foram treinados, mas a expectativa é ampliar este quadro para 100. A instituição vai oferecer treinamento para todos os cirurgiões interessados em se habilitar para trabalhar com a tecnologia.
     
       Como funciona
     
       A cirurgia robótica é a realização de procedimentos cirúrgicos com o auxílio de uma unidade de comando. O DaVinci, como é chamado o robô, reúne três componentes principais: um console ergonômico do cirurgião, um totem de quatro braços cirúrgicos interativos junto ao paciente e uma torre de vídeo de alta definição com 24 polegadas.
     
       O cirurgião manipula, com seus dedos, controles que transferem remotamente todos os comandos às pinças, filtrando pequenos tremores ou movimentos muito bruscos. A visão se dá a partir de dois sistemas ópticos de alta qualidade que proporcionam uma visão em três dimensões com imagem em altíssima definição. Os detalhes dos tecidos podem ser ampliados com aumento digital, sem perder a definição. A imagem fica ampliada sem a perda de espaço de trabalho para o cirurgião e mantendo a compreensão da anatomia.
     

       As pinças permitem liberdade de movimentos de 360º (ou até 720°, dependendo de configuração), muito mais amplos e precisos do que os realizados pela mão humana. Cada movimento é guiado diretamente pelo cirurgião com níveis elevados de segurança, impedindo movimentos autônomos do braço robótico, sendo esse um ponto importante da nova tecnologia.

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