Estão sendo cumpridos, nesta terça feira, 22 de março,
mandados de prisão, de busca e apreensão e de condução coercitiva para
aprofundar a investigação de possíveis crimes de organização criminosa,
corrupção e lavagem de ativos oriundos de desvios da Petrobras, cometidos por
empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao Grupo Odebrecht.
Em decorrência das buscas e apreensões e de outras diligências realizadas após
a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, colheram-se indícios de que
foi instalado dentro da estrutura do Grupo Odebrecht um setor profissionalmente
organizado que era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a
servidores públicos emrazão de contratos firmados pela Odebrecht, chamado
'setor de operações estruturadas'. Apurou-se que as tratativas acerca dos
pagamentos de vantagens indevidas se estenderam até, pelo menos, novembro de
2015, conforme comprovado por troca de e-mails entre os investigados.
De acordo com as evidências surgidas, este setor tinha
dentre suas missões viabilizar, mediante 'pagamentos paralelos', atividades
ilícitas realizadas em favor da empresa. Para operacionalizar o esquema
ilícito, foi instalado dentro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht
um sistema informatizado próprio, utilizado para armazenar os dados referentes
ao processamento de pagamentos ilícitos e para permitir a comunicação reservada
entre os executivos e funcionários envolvidos nas tarefas ilícitas. Além disso,
para viabilizar a comunicação secreta entre executivos, funcionários da
Odebrecht e doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios,
utilizava-se outro programa, em que todos se comunicavam por meio de codinomes.
A partir da análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se que pelo
menos 14 executivos de outros setores do Grupo Odebrecht, que demandavam
“pagamentos paralelos”, encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações
de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos
valores espúrios ficassem centralizados nesta estrutura específica. Essas
evidências abrem toda uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em
função de variadas obras públicas.
Além disso, a partir das planilhas obtidas e das
anotações contidas no celular de Marcelo Odebrecht, obtiveram-se mais
evidências contundentes de que este, então presidente da Organização Odebrecht,
não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos,mas também comandava
diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as
vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica
Moura e João Santana".
avante operação lava a jato
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