O Partido dos
Trabalhadores nasceu e cresceu sob expressiva influência e participação
sindical, azeitada e substanciada com a participação de intelectuais. Com um
discurso ético, moralizante e socialmente comprometido.
No decorrer
das diversas eleições conquistou postos parlamentares e executivos em todo o
Brasil. E, finalmente, a presidência da república. Então, começou seu calvário.
Afinal, a realidade e a matemática se sobrepuseram ao discurso fácil e
populista.
Humildade e
democracia nunca foram suas virtudes, apesar do insistente discurso neste
sentido. Ética e honestidade, repetiam refrões como um mantra. Pura
retórica.
Alguns meses
de exercício no poder federal sinalizaram o suficiente para que os principais
fundadores e intelectuais abandonassem o “barco”. Afinal, corrupção e malfeitos
superavam a esperança e o otimismo originais.
Hoje, face o julgamento do ex-presidente Lula
- réu em outros processos, as pessoas se surpreendem com o discurso e a
desenvoltura dos lulopetistas, que desafiam a realidade e fatos incontestáveis.
Qual a novidade?
Relembremos o
passado. Todos os presidentes e governadores de outros partidos sofreram forte
oposição. A frase mais comum: Fora, Sarney. Fora, Collor. Fora, Itamar. Fora,
FHC. Fora, Yeda. Fora, Sartori. Fora, todos!
O PT foi
contra o texto final das constituições estaduais (1990) e federal (1988). Nos
parlamentos estaduais e federais raras são as iniciativas de governos, partidos
e parlamentares (de outros partidos) que mereçam apoio do PT.
Salvo seus
“satélites”, quem se aliou formalmente ao PT em alguma eleição não o repete na
eleição seguinte. Resumindo: o PT é um partido hegemônico. Não tolera
divergências. Pretende a dominação total.
Sua
influência sistêmica nos sindicatos, nas ONG’s, na igreja católica e nas
universidades é um retrato e confirmação das teorias do filósofo italiano
Antonio Gramsci (1891-1937) acerca do conceito de hegemonia cultural.
Então, o que
significa o acampamento em Porto Alegre? O que pretendem ao intimidar e ofender
juízes, procuradores e policiais federais, as leis e a constituição? Lula está
acima da lei? Por quê?
Indiretamente, sugerem que o fato de tantos históricos ladrões soltos
não justificaria um líder popular preso, que dirá um ex-presidente. Os fatos e
as provas não importam. O que se sobrepõe neste momento é seu conceito de
hegemonia.
Não à toa que
há inúmeros depoimentos entre petistas acerca dos seus próprios erros. Erros?
Sim, para intensificar e radicalizar a permanência do poder importa dominar
também a imprensa, as forças armadas e o poder judiciário. Mas, estas falhas
não se repetirão quando voltar ao poder. Isto se chama hegemonia ideológica!
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