Hospitais de campanha de Canoas


Os dois Hospitais de Campanha montados pela Prefeitura de Canoas para atendimento exclusivo de pacientes com sintomas ou confirmação do novo coronavírus, ao lado das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Boqueirão e Rio Branco, superaram a marca de 11 mil atendimentos. A construção dos hospitais possibilitou a flexibilização, assim, a cidade teve capacidade de ampliar os atendimentos casos suspeitos. Caso não existissem, seria impossível a reabertura de lojas e indústrias, já que o sistema de saúde não teria capacidade de atender os pacientes, sem superlotar os hospitais. 


Somadas, as duas unidades contam 20 leitos de internação clínica e 4 em UTI. Os locais atendem 24 horas, sete dias por semana e são referências para casos suspeitos e complicações de pacientes já diagnosticados. Eles também contam com leitos isolados, médicos e enfermeiros sempre prontos para receber os pacientes que procuram as unidades.  

Segundo o prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, a iniciativa da gestão para implantar os hospitais de campanha foi primordial para evitar o colapso da rede de saúde de Canoas, até o momento. “Se mantivéssemos somente a rede convencional disponível na cidade, não seria possível atender com qualidade a alta demanda de pacientes de coronavírus em Canoas sem que ocorresse o colapso do sistema. As ações de isolamento social determinadas pela Prefeitura, junto da expansão significativa dos serviços de assistência, como a vacinação em casa, têm garantido, até o momento, a qualidade dos atendimentos aos pacientes”, destacou Busato. 

 Além da implantação dos hospitais de campanha, a Prefeitura de Canoas dobrou o número de leitos em UTI na cidade, que, hoje, conta com 104 leitos. Além disso, a Prefeitura também inaugurou 200 leitos clínicos no Hospital Universitário, em dois andares que estavam desativados desde 2015 e ficarão de legado para a cidade. 

Artigo, Renato Sant'Ana - O conselho que dribla a crítica

O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, CRPRS, no dia do psicólogo, para fazer a cabeça dos profissionais, distribuiu um MSN com a dicção do politicamente correto nos exatos termos seguintes:
"Em 27 de agosto, dia da/o psicologa/o, o CRPRS reforca: 'A Psicologia escolhe a vida: Nao ao genocidio!' Parabens, Psicologa/o, pelo seu dia!"
O que importa é o subtexto, o que é dito sem estar explícito. É aquilo que não é textual, mas, nesse caso, dito de modo sub-reptício, trazendo a posição político-partidária dos diretores do CRPRS.
Não há por que fazer rodeios. Está na cara que o pano de fundo é a pandemia de covid-19; e que os diretores aproveitam-no para, sem mencioná-lo, projetar a mais negativa imagem de Jair Bolsonaro.
E daí? É proibido criticar Bolsonaro? Não! Pelo contrário, não há democracia sem a crítica que oxigena o poder político. Mas estarão os diretores do CRPRS fazendo propriamente crítica ou será outra coisa?
Há um dado de realidade que joga luz sobre o fato: a disputa pelo poder realiza-se menos pela força e mais pelo embate ideológico, forjando narrativas, espalhando versões e, no fim, infundindo crenças, tudo para granjear a adesão das massas e manobrá-las.
Aliás, até porque as pessoas são ideologicamente influenciáveis é que se despendem milhões com marketing nas campanhas eleitorais.
Pois bem, o discurso do CRPRS está num concerto de narrativas em que uma dá a deixa para outra. Já viram o "diretório do pânico"? A extrema imprensa pega um assunto grave (a pandemia) e manipula números, imagens, informações, metendo pavor na população: só falta a música do Ayrton Senna para anunciar o número de mortos.
É nesse panorama que surge uma armadilha cognitiva, isto é, o falso dilema entre "salvar vidas" e "salvar a economia", como se a subsistência humana fosse possível sem a economia (chegam a chamar de ganancioso a quem aponta urgência em salvar a economia).
Em pânico, a cabeça de uns quantos vira uma esponja que absorve qualquer explicação para seu sofrimento, aceitando facilmente a ideia de que o governo é o maior (e até exclusivo) culpado pelas mortes da pandemia.
Na Revista Piauí (agosto, 2020), Martim Vasques da Cunha diz: "Sem dúvida, um dos principais responsáveis pelas mortes no Brasil é o presidente Jair Bolsonaro (...)".
Por que seria ele responsável pelas mortes? Cunha não explicita, mas ajuda a criar a cortina de fumaça que tira visibilidade dos bilhões desviados da saúde por prefeitos e governadores corruptos. Sem dizer que Bolsonaro, nessa crise, teve as mãos amarradas pelo STF.
"Ah, mas nem ministro da saúde ele tem!", dizem. Tem, sim! Mas com status de interino, o que lhe tem sido útil: é que, meio esquecido pela oposição, o ministro acaba conseguindo trabalhar em paz.
Alguém aponta quantos óbitos o governo poderia ter evitado? Nalgum país foi possível evitar mortes? Nada! Mas, que importam os fatos?
Aí, na série das narrativas, vem uma que acusa Bolsonaro de genocídio. Até Gilmar Mendes (ministro do STF) insinuou essa patacoada.
É a deixa para o CRPRS falar "Não ao genocídio!", mirando na mente esponjosa dos que absorveram a narrativa. A finalidade é óbvia!
Mas tem o CRPRS legitimidade para fazê-lo? É claro que não!
Ocorre que os conselhos de fiscalização profissional (como o CRP), dotados de personalidade jurídica de direito público, têm natureza jurídica de autarquia e exercem atividade tipicamente pública. Logo, eles não podem tomar partido contra nem a favor de governo algum.
Portanto, os diretores do CRPRS usaram meio ilegal para, em tom mais debochado que irônico, insinuar a existência de um crime que não houve.
Por mais críticas que haja à atuação de Bolsonaro frente à pandemia - e no Brasil, hoje, há liberdade para criticar -, imputar-lhe crime de genocídio é um ato tremendamente irresponsável, para dizer o mínimo.
Não gostar do presidente é do jogo democrático. Já aceitar que se lhe faça oposição de maneira truculenta é imaturidade ou coisa pior. Mais vale, pois, que psicólogos tenham olhos críticos para a atuação do CRP.

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail sentinela.rs@uol.com.br

Dica de literatura - Cortina de rolhas, Vitor Bertini

Seu Willy, Dr. Wilhelm, era catedrático de filosofia do direito, usava ternos de corte inglês, lia Kelsen em alemão, palestrava como poucos e, sempre que possível, falava de estranhamentos.
Homem metódico, cauteloso, o ritual de negociação dos convites para eventos, notadamente os que envolviam viagens terrestres, era sempre o mesmo: dificuldades iniciais, o aceno com uma pequena possibilidade, um enervante tempo de silêncio e, na última hora, o sim, eu vou. Tudo sob a intermediação de dona Elvira, sua eterna secretária.
– Reclama, mas sempre vai – dizia a assessora.
Paulão, motorista e “pau pra toda obra”, tão eterno quanto dona Elvira, compunha o restante da equipe.
Entre suas diversas atividades, Paulão gostava mesmo era quando tinha que contar uma história. Aprendera que o chefe as chamava histórias de espanto - e que depois dele, em tom descontraído, o professor seguia falando sobre o assunto.
– Paulão, por favor, venha contar o que aconteceu hoje.
Paulão não se fez de rogado:
– Na metade da viagem paramos em um restaurante. As mesas estavam vazias, mas o chefe não gostou das toalhas de plástico. Então fomos para o balcão, que estava lotado. Ficamos ali em pé mesmo, atrás da fileira dos sentados. Com sacrifício consegui pedir duas águas com gás e dois copos limpos, sem gelo e sem limão. O balconista ouviu o pedido e sumiu atrás de uma cortina de rolhas, todas emendadas. Demorou. Depois o rapaz colocou a cabeça pra fora da cortina nos procurando. Olhou para todos os lados, e gritou: “para quem são os copos limpos?”.


Caixa paga nesta 3ª feira abono salarial para nascidos em setembro

A Caixa Econômica Federal inicia nesta 3ª feira (15.set.2020) o pagamento do abono salarial para os trabalhadores nascidos em setembro que ainda não receberam por meio de crédito em conta.

Para trabalhadores da iniciativa privada, os valores podem ser sacados com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas e nos correspondentes Caixa Aqui, além das agências. Segundo a Caixa, mais de 734 mil trabalhadores nascidos em setembro têm direito ao saque do benefício, totalizando R$ 567 milhões em recursos disponibilizados neste lote.

Já para os funcionários públicos, vale o dígito final do número de inscrição do Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). O benefício fica disponível o crédito para inscritos com final 2.

Os trabalhadores que nasceram entre julho e dezembro recebem o abono salarial do PIS ainda neste ano. Os nascidos entre janeiro e junho terão o recurso disponível para saque em 2021.

Os servidores públicos com o final de inscrição do Pasep de 0 a 4 também recebem neste ano. Já as inscrições com final de 5 a 9, em 2021. O fechamento do calendário de pagamento do exercício 2020/2021 será no dia 30 de junho de 2021.

QUEM TEM DIREITO
Tem direito ao abono salarial 2020/2021 o trabalhador inscrito no PIS (Programa de Integração Social) há pelo menos 5 anos e que tenha trabalhado formalmente por pelo menos 30 dias em 2019, com remuneração mensal média de até 2 salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais ) ou eSocial, conforme categoria da empresa.

Recebem o benefício na Caixa os trabalhadores vinculados a entidades e empresas privadas. Em todo o calendário 2020/2021, a Caixa deve disponibilizar R$ 15,8 bilhões para 20,5 milhões trabalhadores.

As pessoas que trabalham no setor público têm inscrição no Pasep e recebem o benefício no Banco do Brasil. Nesse caso, o beneficiário pode optar por realizar transferência (TED) para conta de mesma titularidade em outras instituições financeiras nos terminais de autoatendimento do BB ou no site, ou ainda efetuar o saque nos caixas das agências.

Para o exercício atual, o BB identificou abono salarial para 2,7 milhões trabalhadores vinculados ao Pasep, totalizando R$ 2,57 bilhões. Desse montante, aproximadamente 1,2 milhão são correntistas ou poupadores do BB, e aqueles com final de inscrição de 0 a 4 receberam seus créditos em conta antecipadamente no dia 30 de junho, no total de R$ 580 milhões, segundo a instituição financeira.

ABONO SALARIAL ANTERIOR
Cerca de 2 milhões de trabalhadores que não sacaram o abono salarial do calendário anterior (2019/2020), finalizado em 29 de maio deste ano, ainda podem retirar os valores. O prazo vai até 30 de junho de 2021. O saque pode se feito nos canais de atendimento com cartão e senha Cidadão, ou nas agências da Caixa.

A consulta do direito ao benefício, bem como do valor disponibilizado, pode ser realizada por meio do aplicativo Caixa Trabalhador, pelo atendimento Caixa ao Cidadão (0800 726 0207) e no site.

No caso do Pasep, cerca de 360 mil trabalhadores não sacaram o abono referente ao exercício 2019/2020, pago até 29 de maio deste ano. De acordo com resolução do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), esses recursos ficam disponíveis para saque por 5 anos, contados do encerramento do exercício.  Os abonos não sacados são disponibilizados automaticamente para o próximo exercício, sem necessidade de solicitação do trabalhador.