As fórmulas culturais do comunismo, do conhecido marxismo
cultural, onipresentes no Ocidente na forma de explicações politicamente
corretas, dão curso à doutrina vulgar do ressentimento e da justificação para
os atos de terror islâmicos. Árabes
muçulmanos, no final das contas, têm razões de fundo para matarem europeus
e israelenses porque agem movidos por um
ressentimento arraigado em sua cultura, por uma revolta compreensível devido às décadas de colonialismo na África do Norte ou
na Ásia. Observem que, junto aos meios esquerdistas, esta é sempre a primeira explicação explícita
e, nos espaços da grande mídia capturada pelo esquerdismo , é a alusão ou o
subtexto embutido na alegada explanação dos
atentados na Europa, em Israel e nos EUA. Mesmo nossas crianças são ensinadas, nas escolas, a lançar um olhar na
perspectiva solidária do eterno colonizado,
do oprimido revoltado contra o opressor. Isto não é
novo. Basta lembrar que a própria ascensão
do nazismo foi muitas vezes justificada pela crise de 29, pelo
ressentimento devido à humilhação imposta à Alemanha pelo Tratado de Versailes,
pela hiperinflação e pelo desemprego pré-Hitler. Isto explicaria a opção dos
alemães pelo estado totalitário e pelas plataformas antissemiitas e
expansionistas dos nazistas.
É claro que
fenômenos políticos possuem muitas causas, mas o problema com as armações
explanatórias condescendentes e
expiatórias é que elas dão as costas para as
motivações internas de ideologias exclusivistas, sejam ultrachauvinistas, como
o nazismo, milenaristas seculares, como o
comunismo ou teopolíticas, como o próprio islamismo salafista (da
palavra “predecessor”, em árabe). Esta linha de
argumentação indulgente, que os meios de comunicação de massa seguem à risca, é
aplicada para explicar o crescente terrorismo islâmico. Há décadas os palestinos estão
justificados a cometerem atrocidades contra judeus porque são vítimas do
"neocolonialismo" israelense. Não há, do ponto de vista da narrativa do ressentimento,
motivação intrínseca para os atos de terror. A doutrina do Islã jamais é
escrutinada ou exposta. O supremacismo e a intolerância que caracterizam as
correntes salafistas são subestimadas e, na grande maioria das vezes,
simplesmente escondidas pelo noticiário sobre chacinas cometidas por islâmicos.
A rotina é que se toque no assunto de forma genérica, de modo a tipificar
cautelarmente o islamismo como uma religião benevolente, a exemplo das demais,
e como se todas tivessem lá seus radicais que não as representam. No máximo, o
que circula pelos jornalões, CNNs e Redes Globo da
vida, pautados por este subtexto, são expressões de perplexidade quando
defrontados com as carnificinas cometidas por muçulmanos, sempre acompanhadas
do justificacionismo que coloca a culpa na vítima.
Na verdade, o ressentimento, que a grande mídia vê latente no
que ela chama de "Islã radical" é um meio de pregação do ódio ao
Ocidente, à sua cultura e aos seus valores. Não há - e esta constatação é definitiva-
compatibilidade entre o modo de vida do islamismo maximalista e o mundo ocidental. Ao longo de 1400 anos, o islamismo,
seguindo o exemplo de seu profeta Maomé, expandiu-se pela violência, pelo
Ocidente e Oriente. Conquistou , na época dos califas árabes, a Pérsia e os
domínios bizantinos no Oriente Médio e África, impondo aos conquistados a opção
da conversão em massa ou a morte. Chegaram até a Espanha que, em grande parte,
permaneceu sob domínio árabe por 800 anos. Além disso, espalhou-se militarmente pelo subcontinente indiano,
sempre arrasando as civilizações que o precederam, promovendo matanças e propagando a escravidão de hinduístas e
budistas. Somente no início do século XX, em
1924, após a derrota do Império Turco, aliado da
Alemanha e da Rússia na 1ª Guerra Mundial, com a consequente criação dos
estados árabes modernos e a secularização da Turquia conduzida por
Atartuk. é que a expansão do islamismo foi
contida.
As potências europeias dividiram e passaram a dominar
politicamente o espaço vital, o Daar al Islã, muçulmano. Foi no final da
segunda década do século XX, no entanto, que surgiu, no Egito, a Irmandade
Muçulmana, movimento integrista de massas, que apregoa a restauração do
califado unificado e a implantação da lei islâmica, a sharia, em toda orbe
muçulmana, que não é nada menos que o mundo inteiro. Apesar da
divisão entre xiitas e sunitas, determinada pela disputa pela sucessão
do profeta, a doutrina totalitária da Irmandade
Muçulmana foi adotada pelo Irã e sua sucursal libanesa, o Hezbollah, pelo
Afeganistão dos talibãs, pelo Hamas, pelo
ISIS e Al Quaeda. Essa doutrina atrai muçulmanos de todos os cantos do
planeta para uma guerra sagrada contra os infiéis, representados pelas nações
ocidentais.
Os princípios de tolerância às diferenças e de convivência
plural vigentes na sociedade ocidental, a separação entre teologia e política,
devem ser banidos primeiramente dos estados muçulmanos e, em seguida, dos
territórios a serem conquistados mediante a jihad, a guerra santa, que é obrigatória para todo “submisso” ao Corão. No pensamento salafista da doutrina da Irmandade
Muçulmana vale apenas a lei islâmica derivada do Corão, dos ditos de Maomé e do
código civil e penal fundamentado na palavra do profeta, o homem perfeito, a
quem todo o muçulmano deve imitar. As leis ocidentais, importadas do
Ocidente, devem ser abolidas e substituídas pela sharia. Alusões profanas ao profeta são punidas com a morte. O
nível de intimidação cultural produzido no Ocidente pelas proibições dos
muçulmanos já é muito elevado. São raríssimos aqueles que ousam referir-se ao
Maomé histórico como sendo não apenas o fundador de uma religião, mas como um
líder guerreiro implacável e cruel. Da mesma forma, os guetos islâmicos, que se
multiplicam pela Europa, dão prova cotidiana da inadaptabilidade dos muçulmanos
ao ethos secular e à convivência com a diversidade, típicos dos princípios
culturais e jurídicos do Ocidente, pelo menos desde o século XIX. Mais do que
tudo, as matanças praticadas pelos salafistas, os propagadores do Islã
autêntico, demonstram ser necessário descartar a abordagem politicamente
correta e permissiva com respeito às causas efetivas do terror
islâmico, antes que nos perpetuemos como reféns de
nossa própria fraqueza.