Como fez e faz no caso das enchentes do RS, o presidente nomeado Luiz Inácio Lula da Silva faz mujitas caras e bocas, promete muito e entrega pouco no caso das queimadas da Amazônia, da Floresta Nacional e do Pantanal, que seu governo não consegue controlar e que já são as maiores da história.

Ele viajou para o Amazonas, ontem, com um grupo expressivo de ministros e políticos.

Segundo Lula, um novo plano nacional para enfrentar desastres ambientais causados pela mudança do clima, no caso uma Autoridade Climática Nacional para atuar no enfrentamento dos eventos naturais extremos. Lula já fala até em antecipar o horário de verão.

É tudo papo furado de um governo nomeado, ilegítimo, incompente, incapaz, que nem deveria estar onde está, tudo porque depois do Mensalão e da Lava Jato, o Partido que o legitima, o PT, não foi devidamente proscrito e seu líder não permaneceu expurgado da vida política do Brasil.

É desgraça em cima de desgraça, mas este mal não vai durar para sempre, como mostraram as manifestações do 7 de Setembro.

A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre emitiu uma série de recomendações para que a população enfrente melhor a fuligem que cobre a Capital e também a possibilidade de chuva preta, prevista para as próximas horas:

Para toda a população:

Se tiver sintomas respiratórios, busque atendimento médico o mais rápido possível/ Beber mais água e líquidos para manter o aparelho respiratório úmido e mais protegido;/ Se possível, ficar menos tempo em ambiente aberto, durante o dia ou à noite/ Manter portas e janelas fechadas, para diminuir a entrada da poluição externa no ambiente/ Evitar atividades em ambiente aberto enquanto durar o período critico de contaminação do ar pela fumaça.

A MetSul recomenda o uso de máscaras, como recomendou hoje o governo de São Paulo.

O RS é de novo castigado por deteriorações dramáticas do meio ambiente

De acordo com a empresa suíça IQ Air, a qualidade do ar em Porto Alegre nessa terça-feira (10/9) era insalubre. A classificação varia entre “bom”, “moderado”, “insalubre para grupos sensíveis”, “insalubre”, “muito insalubre” e “perigoso”.A concentração de partículas de até 2,5 micrômetros (PM2.5) na capital está quase 12 vezes acima do índice recomendado pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). O diâmetro dessas partículas é algo muito menor que um fio de cabelo, por exemplo.Por causa desse tamanho reduzido, elas são capazes de ser inaladas e penetrar profundamente nos pulmões.

Recomendações

  A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre emitiu uma série de recomendações para que a população enfrente melhor a fuligem que cobre a Capital e também a possibilidade de chuva preta, prevista para as próximas horas:

Para toda a população:

Se tiver sintomas respiratórios, busque atendimento médico o mais rápido possível/ Beber mais água e líquidos para manter o aparelho respiratório úmido e mais protegido;/ Se possível, ficar menos tempo em ambiente aberto, durante o dia ou à noite/ Manter portas e janelas fechadas, para diminuir a entrada da poluição externa no ambiente/ Evitar atividades em ambiente aberto enquanto durar o período critico de contaminação do ar pela fumaça

Para pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos:

Manter ao alcance os medicamentos indicados pelo médico, para uso em crises agudas/ Buscar imediatamente atendimento médico se apresentar sinais ou sintomas de piora das condições de saúde após exposição à fumaça/ Consultar o médico sobre a necessidade de mudar o seu tratamento.

O fenômeno “chuva preta” surpreendeu os moradores do Sul do país, na terça-feira (10/9). Nesta quarta-feira (11/9) e nos próximos dias, é previsto que outras partes do estado apresentem a mesma ocorrência, com o deslocamento de uma frente fria.

Segundo o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPelotas) o fenômeno da chuva preta  foi observado em cidades do RS e do norte do Uruguai, na fronteira com o RS. A previsão de chuva para os próximos dias pode provocar o fenômeno em outras partes do estado, como Porto Alegre, Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte.

Sol alaranjado

A meteorologista da Climatempo Andrea Ramos explicou para a CNN que, além da “chuva preta”, a fumaça  dos incêndios também gera o fenômeno conhecido como “sol alaranjado”. 

De acordo com a empresa suíça IQ Air, a qualidade do ar em Porto Alegre nessa terça-feira (10/9) era insalubre. A classificação varia entre “bom”, “moderado”, “insalubre para grupos sensíveis”, “insalubre”, “muito insalubre” e “perigoso”.

A concentração de partículas de até 2,5 micrômetros (PM2.5) na capital está quase 12 vezes acima do índice recomendado pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). O diâmetro dessas partículas é algo muito menor que um fio de cabelo, por exemplo.

Por causa desse tamanho reduzido, elas são capazes de ser inaladas e penetrar profundamente nos pulmões.

Livro 11/9/24

Capítulo I
(examinar outro título mais impactante) 


Promotor Luciano Vaccaro
Gabriel, o que o senhor sabe sobre esses fatos que estão sendo imputados ao Jornalista Polibio Braga.

Gabriel Galli Arévalo, funcionário do gabinete da Deputada Federal do PSOL, Fernanda Melchionna, e representante da ONG Somos, testemunha do Promotor e um dos autores do Boletim de Ocorrência registrado na Polícia.
Olha, eu sei que no dia 18 de maio de 2021, o jornalista Políbio Braga fez uma publicação no blog dele registrando a iluminação que o Palácio, que o Governo do Estado realizou no palácio Piratini, né, em relação à alusão a um dia de combate à LGBTfobia. Essa é uma data bastante importante para o movimento LGBT porque marca a saída da caracterização da homossexualidade como uma doença dos registros da Organização Mundial da Saúde. E, nesse texto opinativo que o senhor Políbio realizou nesse blog, ele utilizou uma serie de termos que, na minha compreensão e da organização a que eu faço parte, ONG Somos, que trabalha há 20 anos na defesa e na luta por direitos humanos, tem uma conotação LGBTfóbica. E essas conotações, elas aparecem de forma, na nossa interpretação, propositalmente camufladas, mas que ficam evidentes o teor homofóbico quando faz uma serie de brincadeiras de certa forma com a própria homossexualidade do governador do Estado de cunho vexatório e também quando relaciona a homossexualidade com outras práticas sexuais ou outras, até questões que vão para um cunho de patologia ou doença mental como a zoofilia, pedofilia, né. Fazendo uma associação que é bem clássica e bem conhecida do movimento LGBT, quando tentam nos caracterizar como pessoas sujas e perversas, né (A conceituação que ele concede ao termo “homossexualismo” é própria, pessoal, e não tem nada a ver com o sentido etimológico e legal do termo – veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade). Então esse texto ele passa dessa forma e, na nossa compreensão, enquanto jornalista o senhor Políbio Braga assume a posição de disseminar conteúdo discriminatório quando ele faz esse texto. Não é a primeira vez que ele se comporta dessa forma né, por isso também que eu me motivei a prestar essa denúncia, porque nós acreditamos que é de interesse público que esse tipo de comportamento seja pausado. Hoje mesmo houve comentários no blog dele a respeito de como mulheres trans tiram o lugar de pessoas, de outras mulheres no esporte, enfim, sei que não é o conteúdo, não é o caso aqui do que está sendo analisado por essa Vara. Mas eu cito aqui que é uma pessoa que é conhecida por disseminar conteúdos que, na nossa compreensão, podem ser entendidos enquanto discriminatórios e nós entendemos que a partir do momento que o STF define que a homofobia é um crime, nós entendemos que isso deveria ser classificado dessa forma então. 

Promotor Luciano Vaccaro
Só, desculpa te interromper, mas desculpa, eu posso ser ignorante, mas eu também uso a expressão homossexualismo. Eu não sabia que isso não é admitido pela associação de vocês. Me desculpa. Então é uma interpretação sua de que ele agiu dessa forma? Como é que o senhor pode dizer que o fato dele ter usado homossexualismo é de cunho discriminatório homofóbico? Porque eu mesmo uso essa expressão e confesso aqui minha total ignorância, eu estou surpreso. Desculpa.


                                                 ******************

Na época, 2021, este então servidor (CC ou Cargo em Comissão) do gabinete da Deputada Federal Fernanda Melchionna, Psol, no caso Gabriel Galli Arévalo, Diretor Operacional da ONG Somos, que é também Jornalista, foi a única testemunha arrolada pela Promotora Ivana Machado Moraes Battaglia ao acolher indiciamento pedido pela Delegada Andrea Matos e denunciar-me perante a 11a., Vara Criminal do Foro de Porto Alegre por crime de homofobia. 

Mais tarde,  Jornalista e Mestre em Comunicação, Galli Arévalo foi ouvido em audiência no dia 20 de junho de 2022 pela juíza Quelen Van Caneghan, que não só acolheu as acusações feitas no inquérito policial conduzido em tempo recorde pela Delegada Andrea Mattos, como ampliou os ataques e condenou o editor a 2 anos de cadeia, mais multa exorbitante.

Galli Arévalo e seu companheiro da ONG Somos, Carlos Cesar Klein, registraram BO, Boletim de Ocorrência, no dia 18 de maio de 2021, dois dias depois Mattos instaurou o inquérito, 5 dias mais tarde ouviu Carlos Klein e a mim mesmo e um mês depois, concluiu sua tarefa com meu indiciamento, acolhido em seguida pelo Ministério Público Estadual, que sequer quis me ouvir.

A partir daí, o Ministério Público Estadual e o aparato oficial e oficioso do PSOL, com ênfase para as Deputadas Luciana Genro e Fernanda Melchionna, abriram um campanha pública de calúnias, injúrias e difamações, usando todo o arsenal conhecido de assassinatos de reputação que a esquerda costuma empunhar contra seus desafetos, inclusive com campanha direta e bem sucedida de intimidação de anunciante do blog www.polibiobraga.com.br, levando a cancelamentos de contratos de publicidade, com ênfase para o cliente Assembleia do RS, causando-me graves prejuízos financeiros.

As duas representantes do PSOL, do mesmo Partido ao qual pertenceu Adélio Bispo antes de tentar assassinar o Presidente Jair Bolsonaro, não conseguiram e nem conseguem arranhar a reputação de ninguém, embora tentem isto de forma recorrente.

Desde a redemocratização, líderes e liderados de Governos e Partidos de corte ideológico comunista, como PT, PCdoB e PSOL, tentam sem sucesso na maioria esmagadora dos casos, mas com sucesso em outras situações de menor impacto, não apenas me meter na cadeia, como, sobretudo, retirar minhas condições de trabalho, meu patrimônio e minha reputação.

Esta é a escalada que as lideranças lulopetistas empreendem há 40 anos contra mim:

1) Tirar meus empregos, o que conseguiram com sucesso em empresas como RBS, Band e Caldas Júnior.

2) Meter-me na cadeia, o que não conseguiram, apesar das inúmeras ações criminais movidas ao longo dos anos da redemocratização.

3) Tomar minha renda e meu patrimônio, o que conseguiram.

Tentaram isto, por exemplo, os ex-Governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, o ex-Prefeito Raul Pont e Deputados como a própria Luciana Genro e Manuela D'Ávila, o ex-Presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, sem contar a arraia miúda ideologicamente comprometida com a vanguarda do atraso. Ajudei a contar parte desta história no livro "Vanguarda do Atraso", no qual 22 Jornalistas narraram as perseguições políticas que sofreram durante os Governos do PT.

No caso da ação movida pela Promotora Ivana Battaglia, meus advogados tentaram obter Direito de Respostas às  acusações públicas do Ministério Público Estadual, todas publicadas no site da própria instituição, mas foi tudo em vão, porque o pedido foi interditado administrativa e judicialmente, prevalecendo o discurso único oficial. Nos demais casos, a busca por direito de resposta foi considerada irrelevante, mas foram disparadas interpelações judiciais, com ênfase para os Deputados Luciana Genro e Gabriel Souza.

Personagens que atuam nas sombras dos Deputados, que rechearam as redes sociais para repercutir as falsas acusações, foram emparedados também por interpelações judiciais e cessaram os ataques.

Depois de condenado a 2 anos de cadeia por sentença da Juíza da 11a. Vara Criminal de Porto Alegre, Quelen Van Caneghan, dia 16 de agosto de 2022, os advogados Rafael Nunes Leal, Taís Comasseto e Isabela Muller Rocha apelaram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul no dia 3 de abril de 2023. No dia 23 de setembro, a 8a. Câmara Criminal  do Tribunal de Justiça concluiu inédito acórdão, anulando todo o processo e remetendo-o para a Justiça Federal, sob o básico entendimento de que o suposto crime de homofobia ocorreu no âmbito da internet, rede mundial de computadores regulada por tratados internacionais dos quais o governo federal brasileiro é signatário. 

Mas não só.

No dia 26 de março de 2024, o Procurador Federal Felipe Souza, acionado pelo Juiz fFederal Guilherme Beltrami, que recebeu o caso, ignorou a discussão sobre o foro adequado, considerando fato vencido, e foi diretamente ao ponto, fulminando os termos do inquérito, da denúncia e da sentença. 

Souza pediu o arquivamento da ação. 

O Juiz Federal Guilherme Beltrami, no mesmo dia, arquivou o processo, que transitou em julgado.

Todos os atores que participaram da orquestração ilegal pagarão pelo que fizeram, menos a Delegada Andrea Mattos, que morreu antes de responder em juízo e fora dele pelas acusações infundadas.

Ao fim e ao cabo, prevaleceu esta manifestação inequívoca a favor da liberdade de expressão, portanto também de imprensa, traduzida em letra de forma pelo Procurador Federal Felipe Souza, tudo no dia 26 de março de 2024:

- Ouso divergir do MP-RS e não vislumbrar no texto indução ao pensamento discriminatório, tampouco incitação ao preconceito e discurso de ódio (....) O trecho não contém nenhum tipo de argumentação encadeada (...) Não me parece adequado, quando da formulação da denúncia, pretender emprestar a quaisquer manifestações públicas a pior interpretação possível, capaz de vislumbrar nelas intento criminoso (...) Pelo contrário, a liberdade de expressão é direito fundamental e deve ser ao máximo prestigiada (...) Sendo compatível com a Gramática e a Lógica, mais consentâneo com a dita liberdade afigura-se-me tentar ler qualquer postagem pública de forma daqr ao tgexto interpretação que não o leve a ser criminializado (...) Tendo sido feita in bonam partem, afasta o caráter criminoso que lhe irrogou o MP-RS).

Fundamentos legais

A acusação

A longo dos 3 anos de tramitação da ação criminal, a Delegada Andrea Matos, a Promotora Ivana Battaglia e a Juíza Quelen Van Caneghan, todas mulheres e operando na primeira instância da Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, esgrimiram reduzidíssimo arsenal de disposições legais, todo ele fulminado pelo juízo competente, que não era o delas, na fase final, pela Justiça Federal:

- ADO 26, nos termos do artigo 20, parágrafo 2o da lei 7.716/89.

Trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, que tornou efetiva a criminalização específica de todas as formas de homofobia e transfobia, como poderia tornar efetiva a criminalização de qualquer outro objeto, conforme o que bem entendesse a Corte, que, aliás, tem feito isto a partir de abril de abril de 2019, quando censurou a revista eletrônica Crusoé, primeira vítima do escabroso inquérito das fake news. O objeto direto da ação movida no STF foi declarar a inconstitucionalidade na falta de lei que punisse a ação discriminatória contra pessoas LGBTQIA+. A Corte acolheu a ação, desconsiderando o fato de que o constituinte de 1988 não incluiu a questão na Carta Magna porque não quis fazê-lo, por não considerar a existência de crime, o que também não quiseram fazer os legisladores federais a partir dali. O constituinte e o legislador ordinário, entenderam e entendem que ofensas de gênero estão suficientemente tipificadas no Código Penal, quando ele trata dos casos de calúnia, injúria e difamação.

A defesa

Os Advogados de Defesa invocaram proteção constitucional, inclusive jurisprudência e dispositivo do Código de Processo Penal, todos garantidores do livre direito de expressão:

- Artigo 220 da Constituição Federal  e tudo que se vincula ao art. 5o, IV, V, X,XIII E XIV, ADPF 1287 sobre livre pensamento, Artigos 395 e  396 e  do Código de Processo Penal.

Tudo começou a mudar quando os Advogados de Defesa Taís Comasseto e Rafael Nunes Leal apelaram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que decidiu por unanimidade fulminar todo o processo judicial, mantendo apenas os termos do inquérito policial, já que o caso teria que ser remetido para a Justiça Federal, tudo com base no artigo109, V, da Constituição Federal.

O Juiz Federal Guilherme Beltrami mandou ouvir o Ministério Público Federal, que repeliu as acusações, defendeu a aplicação do Artigo 5o da Constituição Federal, já que foi caracterizada a garantia constitucional do princípio da liberdade de expressão, portanto também de imprensa. Além disto, o Procurador Federal Felipe de Souza não quis sequer levar o caso a julgamento, pedindo o arquivamento de tudo.

Na decisão final de aceitar o pedido de arquivamento, o Juiz Federal considerou que não teria outra alternativa senão basear a sentença final no acolhimento do disposto na Lei 13.964/19e  nos Artigo 18 e  28 do Código de Processo Penal, considerando que o Ministério Público Federal é o titular da ação penal em curso, reforçando assim o perfil acusatório do processo penal brasileiro.


CAPÍTULO II

A defesa da liberdade de expressão, mais especificamente a liberdade de imprensa, é uma das principais batalhas destes tenebrosos anos do Século XXI, como já foi antes, nos séculos anteriores, desde que Gutenberg, 1439, inventou sua galáxia de tipos móveis que deu início à revolução da imprensa, fundamental no desenvolvimento da Renascença, da Reforma e da Revolução Científica, tudo que lançou as bases materiais para a moderna civilização, baseada no conhecimento e na disseminação em massa da informação, o que inclui a aprendizagem em larga escala.

No século XXI, como no Século XV, os poderosos de plantão operam de modo sutil ou descaradamente para impor mordaças aos meios, às mensagens e até a eliminação dos mensageiros que os desagradam.

Foi em tudo que isto que pensei ao me dirigir ao interrogatório exigido pela jovem e bela Delegada Andreia Mattos, a primeira ocupante da novíssima Delegacia de Combate à Intolerância, inaugurada com grande pompa e circunstância pelo Governador Eduardo Leite, logo no início do seu primeiro mandato. A nova Delegacia e Andreia foram imediatamente paparicados pela mídia tradicional e também por toda a vanguarda do atraso. Uma romaria de políticos comunistas foi prestigiar pessoalmente a Delegada. Dou ênfase para a visita da Deputada do PSOL, Luciana Genro. Ambas, sorridentes, tiraram foto na porta da Delegacia. 

O Advogado Pedro Lagomarcino foi quem me acompanhou até o acanhado prédio da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, instalada em enxutas, espartanas e novíssimas instalações no bairro Floresta, a poucos minutos do Centro Histórico de Porto Alegre.

Chegamos no horário, 14h.

A Delegada Andrea Mattos chegou mais tarde. Ela se desculpou. Na época, eu ainda não sabia que a Delegada já lutava contra um câncer que poucos anos depois a mataria.

Não houve troca de gentilezas, porque o escrivão de plantão já anotava os primeiros dados preparatórios ao interrogatório.

Na parede onde eu e o Advogado respondia ao questionamento da Delegada, anotamos uma placa ilegal e  canalha colocada como aviso na parede:

- Seu silêncio pode ser interpretado como culpa.

O silêncio nesta fase de interrogatório policial é garantido por qualquer legislação penal de países civilizados, inclusive Brasil, e nem de longe pode ser tomado como confissão de culpa.

Mais tarde, representamos contra a ilegalidade.

Aquele início da tarde do dia 25 de março de 2021 era tão sombrio quanto os dias que o antecederam e sucederam, tudo porque Porto Alegre, o Rio Grande do Sul, o Brasil e o mundo todo estavam assombrados pela pandemia da Covid-15.

Não chovia na Capital, naquele momento, 14h, segundo o Inmet, faziam 12,4o e a pressão atmosférica era de 1.015,7



O imbroglio todo começou com uma curta nota publicada no blog www.polibiobraga.com.br:

O governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como opção da vontade sexual das pessoas e não como uma patologia, pelo menos do ponto de vista da polêmica OMS. Ontem foi o Dia Internacional do Universo LGTBQIA+, que engloba nao apenas o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia, fenômeno que ocorre com pouca frequência em barrancos de coxilhas do Rio Grande.No RS, a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População LGBTQIA+, implantada com decisão por Eduardo Leite, visa laborar, estimular, apoiar, participar e promover eventos, estudos, pesquisas, debates e ações que envolvam discussões de saúde da população LGBTQIA+.  O relatório mais recente do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgado no início de 2019, registrou que em 2018 ocorreram 420 mortes de LGBTs no Brasil - entre 320 homicídios e 100 suicídios.




.....


INTERROGATÓRIO

De acordo com arts. 187, paragrafo 2o, 188, 189 e 190 do CPP


INQUÉRITO POLICIAL 134/2021, decorrente de BO  de Caio Cesar Klein e que gerou este inquérito

Em 2019 STF tornou homofobia, bifobia e transfobia equivalente a racismo, de acordo com resultado da ADO 26, nos termos das lei 7.716/89. 3 páginas.


Me indiciou como incurso no art. 20, p. 2o da lei 7.716/89.


No inquérito policial, falou Gabriel Galli Arevalo. FOI DISPENSADO DE COMPROMISSO PELO ART. 201 DO CPP.


AÇÃO MOVIDA PELO MPE

Incurso no art. 20, parágrafo 2o, lei 7716/89

6 páginaS


DEFESA DE POLIBIO BRAGA

Invoca art. 220 da CF e que se vincula ao art. 5o, IV, V, X,XIII E XIV


ADPF 1287 sobre livre penamento


VERIFICAR MAGISTRADA DIVERSA DA TITULAR QUE ACEITOU A DENÚNCIA


A decisão da magistrada violou art. 5o CF e 396 do CPP


PEDE REJEIÇÃO DE ACORDO COM ART. 395, INCISO III DO CPP


....


ALEGAÇÕES FINAIS


53 páginas


....


ALEGAÇÕES FINAIS PB


Absolvição pelo asrt. 386, III dlo CPP


;;;;


SENTENÇA


Condena pelo art. 20, parágrafo 2o da lei 7.716/89


;;;;


ACÓRDÃO


Base para enviar para a JF é artigo 109, V, da Constituição Federal




;;;;;;;


JUIZ FEDERAL


Lei 13.964/19

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13964.htm


Art. 28 do CPP


O juiz não quis aplicar esta lei, considerando que o |MPF é o titular da ação penal, até porque a lei 13.l964 reforçou o perfil acusatório do processo penal brasileiro.


Ressalvfados disposto no art. 18 do CPP.


Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Art.

Artigo, Renato Sant'Ana - Cinema: diferenças na tela, contradições na vida

A arte presta-se tanto a adoçar-nos a alma quanto a torná-la amarga. E tem, aliás, servido nos dois sentidos. Quem produz arte pode escolher o efeito que quer causar com ela. Só que nós não temos que aceitar o que polui o coração: ninguém é obrigado a consumir lixo.

Talvez o cinema (a sétima arte) seja o que tem conexão mais direta com o público. Ainda mais quando o filme é visto na tela grande, numa sala em penumbra e com poltronas confortáveis. É aí que, livre de estímulos externos, relaxando o corpo e soltando a imaginação, a pessoa entra numa história fictícia e vive a fantasia como se fosse realidade.

Registre-se que o velho cinema agora tem a competição feroz de serviços de streaming que permitem ver filmes em um dispositivo conectado à internet sem sair de casa. Mas o assunto aqui é outro.

Foi na Netflix (portal de streaming) que assisti a "Goyo", um filme argentino daqueles! Goyo é um homem jovem, com boa condição social e formação sofisticada (tem até um doutorado na Espanha). Apesar disso, ele é mero guia no Museu Nacional de Belas Artes em Buenos Aires. E tudo vai bem até que Goyo se enamora de Eva (mais velha do que ele), que trabalha como vigilante no museu.

O mote do filme é a síndrome de Asperger, entre cujos aspectos está a inaptidão para captar no convívio social sinais que às vezes falam mais do que as palavras, como ironia, sarcasmo, alterações do tom da voz ou expressões faciais. A pessoa capta só a literalidade do que se diz. Goyo tem Asperger: entende precariamente os outros, além de lidar mal com as próprias emoções. Uma mente brilhante e uma alma delicada, mas um homem aprisionado na solidão de um quadro mental implacável.

Em contrapartida, ele não tem sequer aquela pequena dose de cinismo das conveniências sociais nem pratica a arte da simulação. Na visão de uma Eva encantada, ele é "um cara que não sabe mentir, que te diz o que pensa, que é educado, inteligentíssimo, que é incapaz de fazer qualquer mal e que, além de tudo, é lindo!"

Goyo é estranho. Desestabiliza as relações sociais com sua "diferença". E nos deixa com o coração apertado com sua profunda solidão, que ele enfrenta com toda dignidade. Ele não tem o vício da moda: o vitimismo.

É curioso, mas enquanto torcemos pela felicidade de Goyo, nasce em nós o desejo de aceitar as pessoas como elas são, isto é, com suas diferenças. É um filme apto a enternecer o coração do público. Nada a ver com as patetices que inundam as redes sociais repetindo e banalizando palavras como "diferenças", "empatia" e outras que, pelo uso impróprio (e tantas vezes mal-intencionado) já pouco ou nada dizem.

É com arte que Marcos Carnevale (diretor e roteirista do filme) põe em tela a questão das diferenças. E lança luzes sobre o humanismo "fake" dos movimentos identitários, que, no que se refere a diferenças, querem falar sozinhos e constranger os demais. Enquanto "Goyo" sensibiliza e desperta amorosidade no público, os movimentos identitários fomentam a revolta, o ressentimento e o revanchismo.

Aliás, a história ensina. Mas quem aprende? Não foi com ressentimento, foi na chave da não violência e do não revanchismo que Nelson Mandela, Martin Luther King e o Mahatma Gandhi lideraram mudanças profundas em seus respectivos países.

Tem exemplo mais eloquente? Em 15/09/1963, facínoras da Ku Klux Klan explodiram uma bomba numa igreja de Birmingham, no Alabama, EUA, matando quatro meninas (negras) e deixando 20 feridos. No funeral das garotas, Luther King - líder negro e apóstolo da paz - falou a uma multidão consternada. Mas, em vez de incitar o ressentimento, ele disse: "Apesar desta hora sombria, não devemos perder a fé em nossos irmãos brancos."

Detalhe, Mandela, Luther King e Gandhi são solenemente ignorados pelos movimentos identitários.

Volto à arte. Quem lê o conto "Aqueles dois", de Caio Fernando Abreu, chega a sentir um certo estranhamento ante o absurdo que é segregar as pessoas por sua afetividade ou, se preferirem, sua sexualidade. Trata-se de arte, de literatura, não de um panfleto para agredir.

Já os movimentos identitários, embora partindo de um pressuposto correto de busca de igualdade perante a lei, cometem o erro de radicalizar as diferenças. Não querem mudar percepções, mas fazer "enfrentamento" e constranger quem não é parte do grupo que eles dizem representar. O resultado é jogar mulher contra homem, negro contra branco, homo contra hetero, deficiente contra "normal", sendo que, a cada tanto, inventam uma nova identidade para uma nova rivalidade.

Não há como não lembrar aqui um assunto que a maioria já esqueceu. Na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, militantes da "Teoria Queer" fizeram uma grosseira paródia da Santa Ceia, ridicularizando um símbolo magno dos cristãos - só mais um ato na guerra para exterminar valores da cultura ocidental (poupo o leitor dos pormenores). O mundo reagiu. E as explicações escapistas de Thomas Jolly (responsável artístico pela cerimônia) e de Anne Descamps (porta-voz do evento) acabaram muito mais confirmando que negando o intuito funesto daquela pantomima

Thomas Jolly disse: "Acima de tudo, eu queria enviar uma mensagem de amor; de inclusão e não de divisão." Se o propósito foi esse, então ele é burro, porque só dividiu. E Anne Descamps declarou: "(...) acho que tentamos celebrar a comunidade e a tolerância." Ela "acha que tentaram"? Não tem certeza? Por que é que não assumem o que de fato fizeram?

A pronta reação da falange do politicamente correto foi espalhar nas redes sociais que aquilo se inspirou na obra "Le Festin des Dieux", quadro do holandês Jan Van Bijlert. Porém, é tolice tapar o sol com a peneira. Valem aqui as palavras cautelosas de Sasha Grishin, historiador de arte e professor emérito da Universidade Nacional da Austrália: "A ideia da figura central com uma auréola e um grupo de seguidores de cada lado é tão típica da iconografia de 'A Última Ceia' que interpretá-la de outra forma pode ser um pouco imprudente".

"Será que o deboche a partir da Última Ceia não reproduzirá e reforçará os preconceitos que se querem combater?", questiona Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo de São Paulo. O bispo alemão Stefan Oster chamou a paródia de "Última Ceia queer", para ele "um ponto baixo e supérfluo na encenação". E o sacerdote colombiano Nelson Medina (doutor em teologia) foi certeiro: "Eles são covardes: eles não mexeriam com Maomé."

A arte verdadeira vem do espírito, fala ao espírito e instiga a consciência: tudo mais é impostura ou ignorância. Carnevale não tenta fazer a cabeça de ninguém com sua arte. No entanto, "Goyo" mexe com o coração do público. Não dá para dizer que igual efeito produziu aquela performance queer, que, segundo nota oficial dos Jogos Olímpicos, pretendeu conscientizar "as pessoas sobre a violência entre seres humanos": pretensão autoritária que nada de bom poderia trazer.

Manipular a opinião pública por meio de armadilhas cognitivas é uma das facetas mais perversas do autoritarismo. Este é o nó: embora partindo de causas justas, as políticas identitárias sequestram consciências e suscitam rivalidade e revanchismo, em vez de promover o respeito às diferenças.

A Europa, como cultura, caminha acelerada para o desaparecimento. E a França talvez seja o caso mais grave dessa degradação. E qual será a causa? Ora, em nome do respeito à liberdade, à livre manifestação e ao livre pensar (traço distintivo da cultura ocidental), toda sorte de violência moral e de militância pelo extermínio dessa cultura é mais do que tolerada: é garantida. O autoritarismo da militância queer é só um exemplo. E tudo isso com a patética negligência inclusive de sedizentes cristãos, curiosamente incapazes de defender seus próprios valores.

Mas, a vida é feita de escolhas, sejam elas genuínas ou manipuladas, conscientes ou inconscientes. Enquanto pessoas de boa índole seguirem dando mais atenção ao bizarro que ao sublime e mais crédito à ideologia do vitimismo que a exemplos de pró-homens como Mandela, Luther King e Gandhi, nossa civilização continuará, como de fato está, em marcha à ré.

 

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.

E-mail: sentinela.rs@outlook.com