Sergio Moro condena Eduardo Cunha a 15 anos de cadeia

O juiz Sergio Moro condenou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha a 15 anos e quatro meses de prisão na ação penal que investiga o pagamento de propina na compra de um campo de petróleo na República de Benin, na África, pela Petrobras em 2011. Segundo a ação, Cunha cobrou “pedágio” na operação conduzida pela diretoria internacional da petroleira em troca de apoio ao Governo da ex-presidenta Dilma Rousseff. “Há elementos probatórios de que o caso transcende a corrupção e lavagem decorrente de agentes da Petrobras, servido o esquema criminoso para também corromper agentes políticos e financiar, com recursos provenientes do crime, partidos políticos”, descreve a sentença de 109 páginas.

O txto todo é do site do El País.

O ex-deputado, que está preso preventivamente desde outubro em Curitiba, é acusado de lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas e “concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a quinze anos e quatro meses de reclusão”, diz a sentença de Moro.

Em 2011, a Petrobras anunciou a compra de 50% de um bloco de um campo de petróleo da Compagnie Beninoise des Hydrocarbures Sarl ­ (CBH) por 34,5 milhões de dólares. Em maio daquele ano a Petrobras transferiu esse valor para a CBH. As investigações da Lava Jato identificaram que poucos dias depois de receber o dinheiro da Petrobras, a companhia africana fez uma transferência de 10 milhões de dólares para uma conta na Suíça em nome de João Augusto Rezende Henriques, identificado como lobista do PMDB. Na sequência, Henriques transferiu o equivalente a 1,5 milhão de dólares à offshore suíça Orion, que pertenceria a Cunha, em cinco transferências diferentes.

Esses recursos no exterior nunca constaram nas declarações de renda do ex-deputado, o que justifica a condenação por lavagem de dinheiro. Para obter as provas das movimentações financeiras de Cunha, a força tarefa contou com a colaboração das autoridades suíças. Dos 10 milhões que a CBH transferiu inicialmente para Henriques, há ainda 7,86 milhões dólares, que foram distribuídos em diversas contas no exterior “cujos titulares não foram ainda identificados.”

Ao longo do processo, Cunha argumentou que o 1,5 milhão que recebeu pela Orion eram relativos a “devolução de empréstimo que havia concedido a Fernando Alberto Diniz”, em referência a um deputado que faleceu em 2009. Mas ele nunca conseguiu provar o que afirmava. “Não só não há prova documental, como também não há prova oral, uma única testemunha que confirme a existência deste empréstimo”, diz Moro. Agora, a condenação anunciada nesta quinta vira um elemento de pressão para que o ex-deputado avalie a possibilidade de fechar um acordo de delação premiada que venha a atenuar a sua pena.

Mau negócio

A compra do bloco de petróleo na República de Benin mostrou-se um péssimo negócio para a Petrobras. Embora atraídos pela promessa de exploração de novos poços, a companhia nunca extraiu uma gota de petróleo. Uma auditoria da companhia concluiu, em 2015, que a CBH tinha capacidade financeira ignorada na época da transação, “fato este conhecido pela Área Internacional, e o que tornava a associação temerária, e que os custos de exploração dos poços foram subdimensionados”, relata Moro na sentença.


Em maio de 2015, ou seja, depois que a operação Lava Jato estava em curso, a Petrobras aprovou a saída do negócio.

Discurso de Júlio Marceloi

Conhecemos as propostas de criação de um Conselho Nacional dos Tribunais de Contas, muito competentemente defendida pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (ATRICON), aqui tão bem representada por seu Presidente, Valdecir Pascoal.

Embora nela vislumbremos alguns possíveis avanços relevantes para o controle externo, pensamos que os mesmos avanços poderão ser obtidos com maior segurança e menor custo para o país com a fiscalização dos Tribunais de Contas e de seus membros pelo Conselho Nacional de Justiça, que evidentemente teria de ser adaptado para albergar essa nova missão. Quanto aos procuradores de contas, nada mais natural que sejam fiscalizados pelo Conselho Nacional do Ministério Público. O debate está posto. Deus permita que avance. O Brasil quer mudanças e nós queremos ajudar a construí-las.

Por fim, permitam-me um agradecimento a todos que me ajudaram e ajudam nessa caminhada. Ã minha família que me deu e me dá a base e o esteio moral e emocional para enfrentar os desafios da jornada, aqui representada por minha esposa, minha mãe e minha irmã; aos queridos e sempre reverenciados professores de todos os tempos, aqui representados pelos Ministros Carlos Ayres Britto, de quem muito pretensiosamente me considero discípulo; aos meus colegas de carreira que tanto me honraram com sua confiança, aqui tão bem representados por Cláudia Fernanda e Diogo, aos tantos amigos feitos no TCU e no Senado Federal em minha caminhada, com quem tanto aprendo sempre e tanto (Benjamin, Múcio, Carreiro, Sherman, Bemquerer, Caribé, Rodrigo, Luiz Henrique, Astrogildo, Shirley...) e muito especialmente aos que comigo trabalham em meu gabinete, sempre tão pacientes, solidários e generosos comigo, Márcia, Fátima, Sérgio, Janaína, Carol, Fernando, André, Victória e Cláudio.

Muito obrigado a todos.


ESTÁ DIFÍCIL ACOMPANHAR

Relatório de sindicância do Badesul confirma pressão de dirigentes para empréstimos sem garantias reais

Relatório de sindicância do Badesul confirma pressão de dirigentes para empréstimos sem garantias reais

Esta reportagem é do jornal Zero Hora.

Financiamentos concedidos à Wind Power Energy, Iesa Óleo e Gás e D'Itália Móveis resultaram em rombo de R$ 157 milhões. Apuração da Procuradoria-Geral do Estado responsabiliza 23 pessoas por erros
Por: Carlos Rollsing

As 112 páginas do relatório final da sindicância do Badesul afirmam que pressões feitas por dirigentes da agência entre 2011 e 2014 levaram à concessão de empréstimos sem análise de risco consistente e sem a obtenção de garantias reais. Para acelerar e flexibilizar critérios de financiamentos, funcionários seriam pressionados e ameaçados de demissão para obedecer determinações da diretoria e inflar artificialmente as notas de clientes nas avaliações de risco.
De acordo com o relatório, documentos sumiram e foram preenchidos de forma irregular. Uma operação rejeitada em votação de diretoria chegou a ser aprovada por "decisão monocrática" da então diretora de Operações, Lindamir Verbiski. Ela era o braço direito do presidente do banco à época, Marcelo Lopes. Os dois são apontados pela sindicância, coordenada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), como os principais responsáveis pelos calotes de R$ 157 milhões — em valores atualizados — sofridos pela instituição nos empréstimos feitos às empresas Wind Power Energy, Iesa Óleo e Gás e D'Itália Móveis. Como o Badesul é controlado pelo governo estadual, os seus prejuízos significam rombos nos cofres públicos do Rio Grande do Sul.
A sindicância, liderada pela procuradora do Estado Adriana Krieger, acabou responsabilizando 23 pessoas pelos erros nas três operações investigadas. Parte delas, sobretudo ex-dirigentes, será alvo de ação de improbidade administrativa na Justiça, com pedido de bloqueio de bens. A abertura dos processos na Justiça Estadual deverá ocorrer ainda no primeiro semestre de 2017, após autorização do Conselho de Administração do Badesul. Os servidores de carreira sofrerão processo por "falta grave", que pode redundar em demissão.
A página 9 do relatório descreve como teria atuado Lindamir enquanto perseguia o objetivo de transformar o Badesul no maior repassador de créditos do BNDES no Estado.
"Assinalava a aplicação de punições/demissão àqueles que não se engajassem às suas determinações. Encaminhava e-mails pressionando a que as contratações fossem efetivadas com a máxima velocidade pela equipe de advogados do banco (...). Flexibilizava através de ordens veiculadas verbalmente ou por e-mail os procedimentos voltados a garantir a segurança da operação", diz trecho do documento.
Regras bancárias foram afrouxadas por meio de resoluções — uma reduziu a necessidade de garantias bancárias — e setores responsáveis por análises mais rigorosas, como o Comitê de Crédito e a Superintendência Jurídica, foram desmontados. Os procedimentos decisórios ficaram sob controle da Diretoria de Operações, que, segundo o relatório, atuava em "ritmo frenético" para elevar o volume de empréstimos do Badesul durante o governo Tarso Genro (PT).
"Com a extinção da Gerência Contratual e, posteriormente, da Superintendência Jurídica, o sistema de controle, orientação e análise jurídica dos processos de contratação e deferimento de linhas de crédito foi desmantelado", descreve o documento. Um advogado novato no banco, em depoimento à sindicância, afirmou que teve de pedir ajuda a estagiários para preencher os contratos porque não havia mais corpo jurídico capacitado para distribuir orientações corretas e seguras.
A Superintendência de Risco, que costuma ser mais cautelosa, foi retirada da composição do Comitê de Crédito, uma das últimas instâncias para opinar sobre a liberação de empréstimo. Uma das 28 testemunhas ouvidas pela sindicância afirmou, conforme a página 15 do relatório, que o comitê foi desequilibrado com a exclusão dos perfis mais rigorosos, deixando sua formatação afeita à aprovação de operações, inclusive as temerárias.
AS OPERAÇÕES
Confira abaixo detalhes das falhas, descritas pela sindicância, nos três empréstimos que geraram calotes ao Badesul.
Wind Power Energy (2012/2013)
— A empresa tomou R$ 50 milhões de crédito junto ao Badesul. O objetivo seria instalar uma fábrica de aerogeradores em Guaíba, o que nunca aconteceu.
— O relatório destaca que a operação foi formatada a partir de duas visitas do então diretor Administrativo do banco, Luiz Alberto Bairros, à controladora da Wind Power, a indústria argentina IMPSA, com sede em Mendoza. Na segunda viagem, Bairros integrou comitiva liderada pelo então vice-governador Beto Grill, ambos do PSB.
— Diz o relatório: "Observa-se aqui um completo conflito de interesses desde a captação do projeto, comprometendo a independência (...), pois a Diretoria Administrativa, que participou da captação do projeto, integrou todas as etapas de aprovação da concessão do crédito". Essa conduta contraria o procedimento bancário da "segregação de funções", ou seja, quem capta o projeto não está isento para avaliar tecnicamente a sua aprovação.
— A operação foi concluída em "tempo recorde".
— Wind Power não apresentou garantias necessárias, detinha elevado grau de endividamento, graves restrições cadastrais, capacidade limitada de liquidar suas obrigações. A nota da empresa — grau atribuído pela área técnica do banco para a definição de liberação de empréstimo — foi inflada artificialmente, diz o relatório.
— A direção do Badesul sabia que a concretização da fábrica de aerogeradores em Guaíba dependia da liberação de três linhas de financiamento. Duas delas seriam trancadas no BNDES devido às restrições já existentes contra a IMPSA, mas, ainda assim, diretores do Badesul "assumiram o risco da realização da operação". Dessa forma, o banco gaúcho liberou uma das três linhas necessárias para tirar a fábrica do papel.
— Na avaliação do Badesul, a Wind Power teve conceito "bom". A sindicância concluiu que ela deveria ter recebido a definição "sofrível/ruim".
— "Não se sabe o paradeiro do numerário", diz o relatório sobre os R$ 50 milhões emprestados à Wind Power.
— A empresa entrou em recuperação judicial e o banco ficou com o prejuízo.
— "Não se vislumbra qualquer viabilidade de recuperação integral do débito", analisa a sindicância.
— Além de Bairros, Marcelo Lopes e Lindamir Verbiski também foram imputados como responsáveis por este acordo, entre outros nomes.
Iesa Óleo e Gás (2012/2013)
— A empresa tomou R$ 40 milhões em empréstimo no Badesul para instalação de planta no polo naval de Charqueadas. O objetivo era a produção de módulos para a Petrobras.
— Como o Grupo Inepar, controlador da Iesa, estava impedido de pedir dinheiro no BNDES, o Badesul resolveu emprestar o montante com recursos próprios. Conforme a apuração, a operação foi concluída em "tempo recorde": bastaram seis dias de tramitação, algo incomum em operações bancárias complexas. Chama a atenção que, antes mesmo de o projeto ser protocolado no Badesul, a área técnica do banco já estava tramitando o empréstimo da Iesa.
— A empresa não apresentou garantias necessárias, tinha graves restrições cadastrais, endividamento crescente e degradação de indicadores econômicos. A nota da empresa foi inflada artificialmente no Badesul.
— O imóvel dado pela empresa como garantia foi avaliado em R$ 3,9 milhões (acrescido de R$ 10 milhões em benfeitorias), mas, no processo de recuperação judicial, foi inscrito como se valesse R$ 75 milhões, o que a direção da época do Badesul aceitou. "A avaliação não resistia um bater de olhos, de tão desqualificada que era", disse, em depoimento à sindicância, um técnico do banco que vistoriou o local em 2014.
— Diz trecho do relatório: "Foi relatada uma pressão muito grande da diretoria, mais precisamente da Diretoria de Operações (Lindamir Verbiski), para que, de uma forma geral, houvesse eliminação da burocracia na elaboração dos contratos".
— "Não se vislumbra qualquer viabilidade de recuperação integral do débito", conclui o documento da sindicância.
D'Itália Móveis (2013)
— A empresa entrou com pedido de empréstimo em duas linhas de crédito diferentes, uma de R$ 10 milhões (Progeren) em outra de R$ 3 milhões (Finame).
— A empresa enfrentava contexto deficitário, com 86 pagamentos em atraso, diz o relatório. Mesmo assim, recebeu conceito "bom", quando deveria ter sido "sofrível/ruim".
— A equipe que fez o relatório de análise indicou pela aprovação da operação, desde que a D'Itália se capitalizasse em R$ 50 milhões e regularizasse seu FGTS. No fim, o empréstimo foi concedido sem o cumprimento dessas premissas.
— Alguns papéis da operação não trouxeram a identificação da empresa beneficiada.
— O manual bancário em vigência à época indicava que a linha de crédito Progeren (capital de giro) somente poderia ser acessada por clientes com nota B ou melhor (A). A D'Itália obteve nota C, mas, mesmo contrariando o manual, obteve o recurso. "Não houve quaisquer justificativa para excepcionalizar tais situações", diz o relatório.
— "O certificado de decisão da reunião de diretoria não foi localizado no dossiê", alerta o documento.
— A sindicância concluiu que a diretora de Operações, Lindamir Verbiski, "deu prosseguimento à contratação e liberação de recursos sem a aprovação do colegiado de diretoria, última instância decisória".
— Outro episódio inesperado: os diretores reprovaram a concessão da linha Progeren (R$ 10 milhões) à D'Itália e aprovaram a Finame (R$ 3 milhões). Segundo o relatório, por conta própria, a diretora Lindamir decidiu repassar os R$ 10 milhões do Progeren. A linha Finame acabou não sendo concedida, já que ela dependeria de aprovação do BNDES, onde teria maior probabilidade de ser trancada devido aos problemas financeiros da empresa.
— Questionada sobre o episódio pela sindicância, Lindamir respondeu em depoimento: "Nesse caso especificamente é inegável que houve falha processual".
CONTRAPONTOS
Marcelo Lopes, ex-presidente do Badesul
Diz o advogado Gabriel Fadel: "O relatório de sindicância conclui por improbidade administrativa sem relatar qualquer fato que possa apontar para essa prática. Eventuais irregularidades não se confundem com improbidade administrativa. Estamos aguardando que a Procuradoria-Geral do Estado instaure, ainda na esfera administrativa, o procedimento de controle de legalidade para fins de ser propiciado a nós o contraditório". A defesa ainda alega que não se pode falar em prejuízo ao Badesul, já que as empresas que tomaram empréstimos estão em recuperação judicial, existindo garantias a serem revertidas ao banco. Também é destacada a influência da queda na economia, em especial a derrocada da Petrobras, itens que teriam impedido o sucesso dessas operações do Badesul.
Lindamir Verbiski, ex-diretora de Operações
Diz, em nota, o advogado Aloísio Zimmer: "A defesa recebe com indignação e sem nenhuma surpresa o inteiro teor do relatório produzido pela comissão de sindicância do caso Badesul, especialmente pela constatação de que referido processo administrativo surgiu vocacionado, assim sendo orientado em sua tramitação, para a imputação sumária de irregularidades aos diretores da entidade financeira na gestão 2011/2014. Faz-se tal afirmação justamente em razão do sigilo imposto às partes investigadas, o que implicou em óbices no acesso aos autos e comparecimento a depoimentos pessoais sem qualquer ciência dos fatos investigados pelos depoentes. (...) Quanto ao mérito do relatório final da comissão de sindicância, cumpre destacar que nenhuma irregularidade foi praticada pela diretoria do Badesul relativa à Gestão de 2011/2014, seja sob a ótica de inexistência de qualquer violação às normativas administrativas e bancárias incidentes sobre a atividade da entidade financeira, seja sob o viés da completa isenção e blindagem dos diretores a qualquer tentativa de uso político do Badesul".
Luiz Alberto Bairros, ex-diretor Administrativo e ex-presidente do Conselho Fiscal
Diz o advogado Ricardo Giuliani: "Foram feitas visitas institucionais à empresa IMPSA na Argentina, representando o Estado, uma delas com o então vice-governador (Beto Grill, do PSB). Os investidores diziam que queriam apresentar projetos, e o Rio Grande do Sul tinha o interesse em atrair indústrias. No momento em que o projeto foi apresentado ao Badesul, entrou na área técnica operacional do banco. Ele (Bairros) não participou do processo de aprovação do crédito, não esteve em todas as fases".



Mérito Farroupilha

Abaixo segue uma lista com os agraciados nesta legislatura e os proponentes:


VALDEMIRO SANTIAGO DE OLIVEIRA / DEP. MISSIONÁRIO VOLNEI
ENRIQUE RICARDO LEWANDOWSKI / PRES. DEP. EDSON BRUM
GILBERTO ORIVALDO CHIERICE/ DEP. MARLON SANTOS
ELISEU LEMOS PADILHA / DEP. GABRIEL SOUZA
ALCEU DE DEU COLLARES / DEP.CIRO SIMONI
LEONIR ÂNGELO BALESTRERI / PRES. DEP. EDSON BRUM
DILAN CAMARGO / PRES. DEP EDSON BRUM
CAHO LOPES / DEP. PEDRO PEREIRA
EDUARDO DE LIMA VEIGA / DEP. FREDERICO ANTUNES
CARLOS ROBERTO LUPI / DEP. JULIANA BRIZOLA
DOM GÍLIO FELÍCIO / PRES. DEP. EDSON BRUM
MARIA DA PENHA MAIA FERNANDES / DEP. STELA FARIAS
PEDRO JOSÉ SCHWENGBER / DEP. GILMAR SOSSELLA
ARILDO BENNECH OLIVEIRA / PRES.DEP. SILVANA COVATTI
ROMILDO RIBEIRO SOARES / DEP. LIZIANE BAYER
NEREU ALBERTO TRAMONTINA / DEP. ALEXANDRE POSTAL
MARCELO PASQUALOTO CANELLAS / DEP. VALDECI OLIVEIRA
RINALDO DAL PIZZOL / DEP. SÉRGIO TURRA
ANTONIO VIVALDINO BONOTTO / DEP. BOMBEIRO BIANCHINI
JOÃO MONTEIRO DE BARROS FILHO / DEP. EDSON BRUM
SIMONE REGINA DIEFENTHALER LEITE / DEP. JORGE POZZOBOM
PAULO PAIM / DEP. NELSINHO METALÚRGICO
LUCIANO PALMA DE AZEVEDO/ DEP. JULIANO ROSO
ALEXANDRE GRENDENE BARTELLE / DEP. REGINA BECKER FORTUNATI
LUIZ EDUARDO BATALHA / DEP. LUIZ FERNANDO SCHMITD
JOSÉ AQUINO FLÔRES DE CAMARGO / DEP. RONALDO SANTINI
SADY JOSÉ ACADROLLI / PRES. DEP. SILVANA COVATTI
NELCI AFONSO BAKOF/ PRES.DEP. SILVANA COVATTI
JEAN WYLLYS DE MATOS SANTOS / DEP. MANUELA D'ÁVILA

ESTES ULTIMOS TRêS FORAM INDICADOS, MAS AINDA NÃO RECEBERAM A HONRARIA:


SÉRGIO FERNANDO MORO / DEP. MARCEL VAN HATTEM
MIGUEL ARRAES DE ALENCAR IN MEMORIAM / DEP. CATARINA PALADINI
PRESIDENTE DA BOLIVIA, EVO MORALES / DEP. EDEGAR PRETTO

José Casado: Compram-se leis e governos

José Casado: Compram-se leis e governos

Marcelo Odebrecht pagou R$ 50 milhões pelo ‘Refis da Crise’, obra de Lula. Quatro anos depois, repassou a propina à campanha da chapa Dilma-Teme

Publicado no Globo

Na manhã de segunda-feira 31 de março de 2014, o empresário Marcelo Odebrecht recebeu uma planilha financeira organizada por Hilberto da Silva, chefe do Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira.

Calvo, dono de um sorriso que lhe repuxa o olho direito, Hilberto era o terceiro a comandar um dos mais antigos núcleos operacionais da construtora, o de pagamento de propinas. Norberto, fundador e avô de Marcelo, tivera a assessoria de Benedito da Luz. Emílio, o pai, nomeara Antonio Ferreira. Marcelo, o herdeiro, assumiu em 2006, escolheu Hilberto e pôs a unidade no organograma do grupo, disfarçada como “Operações Estruturadas”. Conferiu a planilha: restavam R$ 50 milhões na conta, desde 2010. Só ele sabia a origem e o destino daquele dinheiro. Depois de quatro anos adormecido no caixa paralelo, chegara a hora de repassá-lo à campanha de reeleição da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.

“O que eu acho que contamina a campanha de 2014 é esse dinheiro do Refis”, ele disse em depoimento no Tribunal Superior Eleitoral, no último 1º de março. “Esse, sim, foi uma contrapartida específica”, acrescentou.

Por trás da propina de R$ 50 milhões à campanha Dilma-Temer, segundo Marcelo, está a história da compra de uma medida provisória (nº 470, ou “Refis da Crise”) no fim do governo Lula.

Era 2009. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negociava com empresas devedoras da Receita e da Previdência Social. “Eu sei que, no meio dessa discussão de 2009, aí, sim, nesse caso específico, o Guido me fez uma solicitação, de que tinha uma expectativa de 50 milhões para a campanha de 2010 dela, tá?” — relatou Marcelo, em juízo. “Foi o único pedido, digamos assim, de contrapartida específica que o Guido me fez, no contexto de uma negociação, tá?” A MP chegou ao Congresso com 61 artigos. De lá saiu com 140. O juiz quis saber se a expectativa fora atendida já na medida provisória ou, depois, no Congresso. Marcelo
explicou: “As coisas nunca são atendidas prontamente. Na verdade, uma parte se consegue via governo. Depois você tenta incluir algumas emendas, aí, a Fazenda acaba vetando algumas, então, é o que se consegue. A gente conseguiu algo que era pelo menos razoável para a gente”. Lula sancionou o “Refis da Crise” em janeiro de 2010. Reduziu em até 75% nas dívidas acumuladas com a Receita e o INSS, deu 15 anos para pagamento do saldo e anistiou as multas. Premiou os devedores, tradicionais financiadores de campanhas. Puniu quem pagava em dia seus tributos.

A “contrapartida específica” de R$ 50 milhões não foi usada na eleição de 2010. Ficou na “conta-corrente do governo” — definições do próprio Marcelo —, no setor de propinas. Em março de 2014, quando acabava o mensalão, e começava a Lava Jato, ele resolveu aumentar a aposta: aos R$ 50 milhões pelo “Refis da Crise”, acrescentou R$ 100 milhões.
Megalômano, passou a se achar “o inventor” da reeleição de Dilma-Temer, como disse em juízo.


Habituara-se a comprar leis e governantes, transferindo os custos aos contratos da Odebrecht com o setor público — os brasileiros pagaram várias vezes a mesma conta. Até hoje, ninguém se preocupou em construir mecanismos institucionais para impedir a captura do Executivo e do Legislativo pela iniciativa privada, como Marcelo e outros fizeram.

Artigo, Tuito Guarniere - O PT é mais igual do que os outros

TITO GUARNIERE
O PT É MAIS IGUAL DO QUE OS OUTROS
O patriarca da empreiteira Odebrecht, Emilio Odebrecht, em depoimento ao TSE, se referiu ao ex-ministro de Lula e Dilma, Antônio Palocci, como o “nosso Palocci”. Nada mais revelador. A expressão diz muito de como a Odebrecht via o governo e os seus interlocutores. “Nosso”, no caso, designava posse e propriedade.
As delações da Odebrecht demoliram a única narrativa que restou ao PT, de que os partidos são todos iguais na prática da corrupção. Ao dizer que são iguais, há uma certa modéstia do PT – e a modéstia nunca foi uma virtude petista. O PT é mais igual do que os outros. No quesito corrupção o partido é hors-concours, imbatível nos métodos, no tempo de serviço, no envolvimento direto dos seus maiores líderes, e sobretudo na escala industrial, no ritmo alucinante das bandalheiras.
Nos outros partidos os atos de corrupção são crimes de CPF, de pessoas físicas, cometidos na esfera individual. No PT os recursos da corrupção eram movimentados por dentro da estrutura partidária. A corrupção é da cultura partidária e da alçada da diretoria. É corrupção de pessoa jurídica, com registro e CNPJ. As delações da Odebrecht comprometem todo o alto comissariado do PT, como ex-presidentes (Lula e Dilma), ex-ministros da Fazenda (Palocci e Mantega).
A prova cabal de que no PT a corrupção é, por assim dizer, da casa, está no fato de que o cargo de tesoureiro do partido é de alto risco. Vaccari Neto está preso e condenado a mais de 30 anos. Delúbio Soares já cumpriu pena. Paulo Ferreira está solto porque pagou fiança. Você já ouviu falar de tesoureiro(s) de outro partido?
Marcelo Odebrecht, o principal executivo da companhia, preso há mais de um ano e meio, abre o livro e não deixa pedra sobre pedra. Segundo ele, de 2008 a 2014, a Odebrecht repassou ao PT a bagatela de R$ 300 milhões de reais, sendo que R$ 130 milhões pelas mãos de Palocci e depois mais R$ 170 milhões através de Guido Mantega.
As relações promíscuas entre a Odebrecht e o PT mostraram outra face escabrosa do partido. Nas eleições de 2014 o PT literalmente comprou as legendas de PP, PRB, PROS, PDT e PCdoB para apoiar Dilma. O valor da transação foi da ordem dos R$ 27 milhões de reais, só da Odebrecht. Com o apoio desses partidos – que só por isto deveriam ter o registro cassado - Dilma agregou mais 30% de tempo de rádio e televisão. Na maracutaia o PT agiu como polo ativo e passivo de corrupção, foi corrompido (recebendo dinheiro sujo) e corrompeu (comprando partidos aliados).
Na lambança geral, havia até uma conta-corrente de Lula com a empreiteira, que movimentou R$ 13 milhões de reais, e dos quais ninguém até agora sabe o destino.
As delações da Odebrecht derrubaram o mito da honestidade de Dilma Rousseff. Sob certo aspecto, a barra dela é mais pesada do que a de Lula. Ela tinha conhecimento pleno e ao nível de detalhe, dos rolos e ilegalidades das campanhas de 2010 e 2014. Dou de barato que ela não tenha recebido um só centavo em conta pessoal. Mas ela não seria presidente da República sem o mar de dinheiro (e de lama) que irrigou as suas campanhas.

titoguarniere@terra.com.br

Nota sobre a Operação Paralelo

"A investigação procura apurar a atuação de operadores no mercado financeiro em benefício de investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

A atuação teria se dado no âmbito de uma corretora de valores, que é suspeita de ter realizado a movimentação de recursos de origem ilícita para viabilizar pagamentos indevidos de funcionários e executivos da Petrobras.


A investigação ainda tem como objetivo apurar a responsabilidade criminal de um ex-executivo da Diretoria de Engenharia e Serviços da Petrobras, apontado como o beneficiário de diversos pagamentos em contas clandestinas no exterior, feitos por empreiteiras que contrataram com a empresa".

PECs que dificilmente passarão

Data de pagamento
A PEC 257/2016 revoga o artigo constitucional que estabelece o último dia do mês para pagamento dos servidores, bem como a data de 20 de dezembro para o 13º salário. A flexibilização é motivo de indignação entre os sindicatos de servidores do Estado e alvo de rejeição tanto da oposição quanto de um partido-chave para o governo conseguir a aprovação: o PDT, com sete deputados.

Plebiscito para privatizações

A PEC 259/2016 retira da Constituição Estadual a necessidade de plebiscito para os casos de alienação, transferência do controle acionário ou extinção da CEEE, da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e da Sulgás. A proposta enfrenta resistência na oposição e de parlamentares de dois partidos cujos votos são fundamentais para Sartori: PDT e PTB, que somam 12 deputados.

Eliane Cantanhêde: Gilmar, o Quixote

Eliane Cantanhêde: Gilmar, o Quixote

Em sua cruzada, o ministro enfrenta o senso comum nos vazamentos e no caso,

Publicado no Estadão

Os políticos estão no olho do furacão, mas o caso do ministro Gilmar Mendes é particularíssimo, neste momento que ele mesmo chama de “tempestade perfeita” e de “crise sem precedentes”: ninguém jogou Gilmar no olho do furacão, ele mesmo é que se jogou de corpo, alma, mente, com um espantoso desdém às críticas e alertas.

Ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar resolveu agir tal qual um Quixote, de armadura e lança em punho, lutando contra o senso comum e todos os moinhos de vento e de notícias. Se sopram para um lado, ele sopra para o outro, abrindo flancos na opinião pública, na Justiça, na PGR, na PF, na Receita e, agora, na sua própria casa, o Supremo. No cafezinho que antecedeu a posse do ministro Alexandre de Moraes, Gilmar circulava mais à vontade entre os políticos do que entre seus pares de toga.

O problema não são as ideias, porque muitos defendem o mesmo que
Gilmar: é preciso depurar as práticas políticas, combater a corrupção e preparar o País para novos tempos, mas sem explodir os três Poderes.
O problema é a forma. Antigamente, “juízes não falavam fora dos autos”. Atualmente, falam sobre tudo, o tempo todo, mas não devem tomar partido tão apaixonadamente.

Gilmar Mendes não precisava ir dormir com o ataque do procurador-geral Rodrigo Janot, condenando a “disenteria verbal”, a “decrepitude moral”
e o “cortejar desavergonhadamente o poder” (referência às frequentes visitas de Gilmar a Temer). Com sua coragem pessoal e autoridade jurídica, o ministro não deveria gastar sua energia no treino, correndo o risco de entrar em campo capenga, ou estropiado, para os julgamentos da Lava Jato. Precisa se preservar.

Em sua cruzada, Gilmar defende que o foro privilegiado não é sinônimo de impunidade e autoridades não podem nem devem ser jogadas para instâncias inferiores suscetíveis a paixões eleitorais e interesses locais. Faz sentido, é uma contribuição a um debate crescente, que pode chegar a um meio-termo: manter o foro, mas criando instâncias específicas para aliviar o atual peso no Supremo.

Ele também se irrita com os vazamentos. Já ameaçou “descartar” as delações da Lava Jato que foram divulgadas e mandou abrir sindicância sobre o vazamento dos depoimentos da Odebrecht ao TSE. Diz que quebra de sigilo é crime e não admite, sobretudo, a exposição de nomes sem que nem eles nem a sociedade saibam exatamente como, onde e por que entram na história. O ministro, porém, sabe que vazamentos sempre ocorreram e sempre ocorrerão. E, como diz o juiz Sérgio Moro, a imprensa está no seu papel de divulgar.

A polêmica mais complexa em que Gilmar Mendes se meteu, porém, é a do caixa 2. Ele não apenas defende uma anistia “no momento oportuno” como a compara à repatriação de valores enviados ao exterior e não declarados oficialmente. Na anistia ao caixa 2 de campanha, como na repatriação, seriam excluídos os recursos ilícitos na origem, obtidos por corrupção, por exemplo, e sujeitos a punição penal.

É exatamente isso o que a esquerda, o centro e a direita discutem freneticamente no Congresso, para separar o “joio” (os corruptos, os que desviaram dinheiro público) e o “trigo” (os que “só” receberam dinheiro de caixa 2, inclusive porque o doador não aceitava ser publicamente identificado).

Mas é preciso combinar com “os russos”: a opinião pública, que nem sempre leu, nem sempre viu, nem sempre ouviu, mas já tirou suas conclusões e quer sangue, torcendo o nariz para qualquer negociação.

Se ainda não está, logo essa mesma opinião pública ficará ressabiada com a valentia de um ministro tão particular do STF e do TSE, que pode até ter razão no conteúdo, mas é um contumaz descuidado com a forma.

Ciro Gomes mira em Moro e acerta a própria testa

Ciro Gomes mira em Moro e acerta a própria testa

Se fosse um dos alvos da Lava Jato, o colecionador de bravatas receberia a visita da PF empunhando não um tresoitão, mas a bandeja com o cafezinho

Por Augusto Nunes

Ciro Gomes nem precisa de adversários em campanhas eleitorais: ele sabe como ninguém perder sozinho. Na primeira disputa presidencial em que se meteu, a candidatura começou a derreter quando chamou de “burro” um eleitor com quem falava por telefone durante um programa radiofônico. O segundo naufrágio do gabola que primeiro fala e só depois pensa (se é que pensa) tornou-se inevitável com a definição do papel que a atriz Patrícia Pillar, com quem estava casado na época, desempenharia na campanha do marido: dormir com o candidato, resumiu.

O vídeo acima confirma que, quando se trata de gente, graves defeitos de fabricação não têm conserto. “Hoje esse… esse Moro resolveu prendê um… um bloguero?”, desandou no meio da entrevista o pistoleiro que faz mira só depois do disparo. “Ele que mande me prendê, que eu recebo a turma dele na bala”. Endereçado ao juiz que simboliza a Operação Lava Jato, o tiro ricocheteou na língua portuguesa antes de atingir, de novo, a testa do eterno candidato sem chances à Presidência da República.

Se fosse mais gentil com o idioma, Ciro receberia à bala, nunca “na bala”, os agentes da Polícia Federal que formam o que chama de turma do Moro. Se respeitasse a inteligência alheia, não diria que Sérgio Moro “resolveu prendê um bloguero”; apenas determinou que um blogueiro objeto de investigações prestasse depoimento. Se passasse menos tempo na cidade onde foi criado, governada pela família que se confunde com um bando de coronéis, teria descoberto que o país mudou. O Brasil não é uma imensa Sobral. E jamais será.


Já não existem figurões condenados à perpétua impunidade. A lei passou a valer para todos, aí incluídas todas as ramificações da tribo dos cirosgomes. O ex-governador do Ceará não acordou com batidas na porta às seis da manhã por uma razão singela: não existem (ainda) motivos para isso. Caso esteja enredado em alguma das patifarias atravessadas no caminho da operação, a usina ambulante de bravatas não tardará a receber a visita dos policiais. Ciro será aconselhado pela família a receber os visitantes empunhando não um tresoitão, mas uma bandeja com o bule e xícaras de café.

Depoimentos arranham ainda mais imagem de Dilma

Depoimentos arranham ainda mais imagem de Dilma
Testemunho de Marcelo Odebrecht ao TSE ajuda a acabar com a ideia de que a ex-presidente nunca soube dos subterrâneos do financiamento de sua campanha pela empreiteira

Nos testemunhos negociados pelo ainda senador Delcídio do Amaral com a Lava-Jato, a presidente Dilma já sofreu sérias avarias. Ela, que sempre procurou se manter distante dos subterrâneos de suas campanhas, em 2010 e 2014, e dos bastidores das falcatruas, depois comprovadas, na Petrobras, cujo Conselho Administrativo presidia. Pois Delcídio denunciou proposta de Dilma de nomear ministro do STJ em troca da concessão de habeas corpus a empreiteiros presos pela Lava-Jato.

Houve, ainda, testemunhos do ex-diretor Internacional da estatal, Nestor Cerveró, também à Lava-Jato, sobre responsabilidades reais de Dilma, como presidente do conselho, na compra desastrosa, e suspeita, da refinaria de Pasadena.

Depois, viria o grampo divulgado por Moro, em que Dilma negocia com Lula blindá-lo contra a Lava-Jato, com a nomeação dele para ministro da Casa Civil. Clara manobra de obstrução da Justiça. Dos dois.

A própria imagem de gerentona já havia sido danificada pela grande barbeiragem na intervenção no setor elétrico, para reduzir as tarifas em 20% e isso servir de peça de palanque em 2014. Esqueletos bilionários sobraram para o Tesouro e a população, que paga pelo erro na conta de luz de cada mês. Os efeitos deletérios da gestão de má-fé na Petrobras e o congelamento eleitoreiro dos combustíveis são também creditados a ela.

E agora vem o depoimento demolidor de Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no processo que julga as finanças da chapa Dilma-Temer em 2014. Marcelo, pelo que vazou do testemunho, sem desmentidos, disse nunca ter falado diretamente sobre contribuições por caixa 2 com a presidente, até por uma questão de liturgia. Mas que Dilma tinha conhecimento do que se passava. Por exemplo, dos recursos transferidos no exterior, de forma ilegal, para pagar o marqueteiro João Santana, por serviços prestados na campanha.

Na de 2010, em que ela, segundo Marcelo Odebrecht, não tratou de finanças, foi informada sobre o dinheiro por fora da empreiteira pelo “nosso amigo” — Lula.
O empreiteiro depôs, também, acerca dos contatos, primeiro com Antonio Palocci, para tratar de dinheiro, e, depois que este saiu da Casa Civil, no primeiro governo Dilma, com Guido Mantega, da Fazenda. Mantega transmitia a Marcelo orientações de Dilma.

E em pelo menos dois casos há sérias evidências de corrupção: transferências financeiras em troca de uma medida provisória de interesse do braço petroquímico da Odebrecht, a Basken; e, com a participação de Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, desembolsos, anteriores à eleição de 2010, para que fosse criada uma linha de crédito para a empreiteira.


Fatos como estes começam a aparecer no momento em que Dilma se mostra mais ativa, certamente voltada a 2018. Não é uma boa coincidência para ela. Falta, também, a liberação das delações de 78 executivos da empreiteira, encaminhadas ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo. Devem trazer mais dissabores para a ex-presidente e outros companheiros.

Novas regras

1. A partir de agora, a modalidade Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) chegará aos municípios com população inferior a 50 mil habitantes.

2. As melhorias também tratam da inserção urbana: quanto maior a proximidade de bairros já consolidados, melhor será a avaliação do empreendimento. Aqueles que apresentarem condições de contratação imediata terão prioridade, em função da possibilidade de geração de emprego e renda em curto prazo.

3. Estados e municípios que doarem o terreno para a construção do empreendimento também serão os primeiros da fila.

4. Serão 500 unidades por conjunto habitacional. É possível haver agrupamento de até quatro prédios. Antes, a quantidade de unidades por empreendimento era flexível e os conjuntos chegavam a ter mais 5 mil unidades.


5. A prioridade de atendimento para todas as modalidades será para famílias residentes em áreas de risco ou insalubres que tenham sido desabrigadas, além de mulheres responsáveis pela unidade familiar e pessoas com deficiência.

RESOLUÇÃO DE MESA Nº 937/2009

RESOLUÇÃO DE MESA Nº 937/2009 (atualizada até a Resolução de Mesa n.º 1.313, de 03 de março de 2015) 
Institui a Medalha do Mérito Farroupilha do Poder Legislativo do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.  
Art. 1.º Fica instituída a Medalha do Mérito Farroupilha do Poder Legislativo do Estado do Rio Grande do Sul, com o fim de homenagear cidadãos brasileiros ou estrangeiros que, por motivos relevantes, tenham se tornado merecedores do reconhecimento do Parlamento deste Estado. 
Art. 2.º A proposição para a homenagem, que poderá ser feita por qualquer deputado, deverá ser encaminhada à deliberação da Mesa, instruída com o nome do candidato, sua nacionalidade, cargo ou função, dados biográficos, bem como resumo dos serviços prestados ao Estado do Rio Grande do Sul, ou a seu povo, que motivaram a indicação. 
§ 1.º A proposição a que se refere o "caput" fica limitada a uma por deputado a cada Legislatura. 
§ 2.º A limitação prevista no § 1.º não se aplica às propostas de origem do Presidente. § 2.º A limitação prevista no § 1.º não se aplica às propostas de origem do Presidente, que poderá propor até 5 (cinco) homenagens durante o exercício do cargo. (Redação dada pela Resolução de Mesa n.º 1.313/15) 
§ 3.º O deputado membro da Mesa, excetuado o Presidente, terá direito a propor mais uma homenagem, limitada à Legislatura. (REVOGADO pela Resolução de Mesa n.º 1.313/15) 
§ 4.º Ao receber as propostas, a Mesa promoverá, de imediato, seu exame. 
§ 5.º Em casos especiais, mediante requerimento do Presidente, a Mesa poderá autorizar outras homenagens. (Incluído pela Resolução de Mesa n.º 1.313/15) 
Art. 3.º Preferencialmente, a entrega das medalhas será feita no Salão Júlio de Castilhos, em solenidade pública presidida pelo Presidente da Assembleia Legislativa, durante a Semana Farroupilha. 
Art. 4.º Juntamente com a medalha, serão entregues aos agraciados a Roseta e a Barreta do Mérito Farroupilha, conforme características e especificações constantes dos itens I, II e III do Anexo Único da Resolução de Mesa n.º 864, de 9 de setembro de 2008; e 01 (um) diploma, segundo modelo constante do Anexo Único, desta Resolução. 
Art. 5.º Cabe, privativamente, ao Presidente da Assembleia Legislativa efetuar a entrega das condecorações.

http://www.al.rs.gov.br/legiscomp 2
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa 
Parágrafo único. Em casos especiais, a entrega das insígnias poderá ser feita por autoridade designada pelo Presidente da Assembleia. 
Art. 6.º Após a concessão da homenagem, o respectivo ato será publicado no Diário Oficial da Assembleia Legislativa. 
Art. 7.º Esta Resolução de Mesa entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 8.º Revogam-se as disposições em contrário, em especial, as Resoluções de Mesa n.os 381, de 13 de dezembro de 1995, 534, de 4 de julho de 2003 e 550, de 23 de setembro de 2003. 
Sala de Reuniões, em 08 de setembro de 2009. 

Legislação compilada pelo Gabinete de Consultoria Legislativa

Artigo, Percival Pugginas - Falanges midiáticas, acadêmicas e pastorais

Artigo, Percival Pugginas - Falanges midiáticas, acadêmicas e pastorais

Os que empurraram as esquerdas para suas vitórias e o Brasil para o fracasso retomam as antigas práticas. Astutamente, tendo suas opiniões perdido credibilidade nas questões internas, usam e abusam da cena internacional para continuar ministrando "lições" à opinião pública.

Recordemos. Durante décadas, formadores de opinião, "trabalhadores em educação" e seguidores da Teologia da Libertação arrastaram o corpo social brasileiro para a valeta esquerdista. Era uma força irresistível a alavancar o PT para a condição de grande partido nacional, levar Lula à presidência da República e arrastar o Brasil para o caos. Nos microfones, as falanges midiáticas não poupavam sequer o público dos programas futebolísticos. Nas salas de aula, tornos e marretas ideológicas faziam cabeças em linha de produção. A CNBB e o clero dito progressista esmeravam-se em documentos e campanhas cujo cunho religioso se consumia em brevíssimas referências à Santíssima Virgem; tudo mais era perdição eufemística da mensagem cristã a serviço de determinada política. Certa feita, anos 90, designado pelo admirável arcebispo de Porto Alegre, D. Cláudio Colling, participei dos eventos que compunham o projeto da CNBB chamado "O Brasil que queremos". Nos bastidores de todos os eventos e mesas de trabalho, os assuntos mais abordados pelas pastorais presentes eram eleição vindoura e Lula-lá... A tudo testemunhei porque, como peixe fora d'água, lá estava.

Assim, ao longo de muitos anos, o povo brasileiro foi orientado pelos corregedores da opinião pública a pensar com critérios esquerdistas, estatistas, coletivistas. Toda a análise sociológica, histórica, política e econômica era promovida com lentes marxistas. Quando, nos anos 90, o Leste Europeu sacudia do próprio lombo sete décadas de opressão, ferrugem e lixo comunista, o Brasil da teologia da libertação, dos progressistas, dos movimentos sociais mantidos pelos inesgotáveis fundos petistas estava ávido de importar tudo para cá.

O que aconteceu após 13 anos do sucesso eleitoral de 2002 foi o inevitável fracasso operacional e moral de 2014, quando já não podia mais ser ocultado. E tudo fica bem resumido nestas estrofes narrativas e proféticas de Miguezin de Princesa em "Nunca recebi propina":


Prometeu melhores dias
Para um bocado de gente,
Vivia quase montado
No pescoço do vivente,
Mas, na hora de comer,
Só comeu quem foi parente.


Agora no xilindró,
Com saudade do faisão,
Come pão com margarina
E almoça rubacão
E diz: - Esse povo ingrato
Inda beija meu retrato
Nessa próxima eleição!



O poder petista, como tal, acabou. Junto com sua parceria, virou caso de polícia. A conexão publicitária entre esquerda e progresso, a ninguém mais convence. Com os foguetes queimados para levar o PT ao poder, torrou-se o prestígio de seus apoiadores. Por isso, leitor, você não ouve mais qualquer discurso esquerdista.

Que fazem, então, as falanges midiáticas, acadêmicas e pastorais?
Reconhecidas as próprias limitações, dedicam-se a: 1) combater quem esteja à sua direita no arco ideológico, jogando rótulos entre os quais os de "ultradireita" e "fascista" são os mais recorrentes; 2) atacar propostas que busquem desfazer os estragos promovidos por um quarto de século de governos de esquerda; 3) investir contra conservadores e liberais como sendo os vilões a serem evitados.


Observe, então e por fim, o quanto se valem para isso do cenário internacional. Ali está o campo de prova onde reiteram suas convicções e "ensinamentos", sem que o passado os condene. Não, as falanges não se penitenciam nem redimem. Apenas mudam de estratégia. Agora, pretendem nos ensinar a compreender o mundo com seus olhos.

Dos R$ 150 milhões dados para Dilma, R$ 50 milhões foram de propina, diz Marcelo Odebrecht ao TSE

CLIQUE AQUI para saber com,o Guido Mantega negociou propina em troca do Refis da Crise. A niota também é de O Antagonista.

CLIQUE AQUI para ler, também "Dilma sabia de tudo.

O blog O Antagonista começou pouco depois do meio dia a edição de pelo menos sete posts devastadores sobre o depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht no TSE, tudo por conta do  processo que pede a cassação da chapa liderada por Dilma Roussef.

Houve vazamento em favor de O Antagonista.

O que ele disse ao ministro Herman Benjamin, é parte do que ele e seus colegas diretores e controladores do grupo delataram na PGR, que está agora com o ministro Fachin para que autorize aberturas de investigações para punições.

O texto ao lado é do próprio depoimento.

No depoimento a Herman Benjamin, obtido com exclusividade por O Antagonista, Marcelo Odebrecht detalha o pagamento de R$ 150 milhões para a campanha de Dilma Rousseff.

Ele explica que, do valor, R$ 50 milhões eram uma "contrapartida específica", de um tema de 2009:

- Em 2009, houve, de fato, para esse caso, uma contrapartida específica para a aprovação de um projeto de lei que atendia a várias empresas. E esses cinquenta milhões vieram com um pedido para a campanha de dois mil e dez. Só que acabou não indo para a campanha de 2010, não sendo utilizado na campanha de 2010, e acabou sendo utilizando na campanha de dois mil e quatorze."

Dos R$ 150 milhões que a Odebrecht deu para Dilma, R$ 50 milhões foram por contrapartida, diz MO no TSE

CLIQUE AQUI para saber com,o Guido Mantega negociou propina em troca do Refis da Crise. A niota também é de O Antagonista.

CLIQUE AQUI para ler, também "Dilma sabia de tudo.

O blog O Antagonista começou pouco depois do meio dia a edição de pelo menos sete posts devastadores sobre o depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht no TSE, tudo por conta do  processo que pede a cassação da chapa liderada por Dilma Roussef.

Houve vazamento em favor de O Antagonista.

O que ele disse ao ministro Herman Benjamin, é parte do que ele e seus colegas diretores e controladores do grupo delataram na PGR, que está agora com o ministro Fachin para que autorize aberturas de investigações para punições.

O texto ao lado é do próprio depoimento.

No depoimento a Herman Benjamin, obtido com exclusividade por O Antagonista, Marcelo Odebrecht detalha o pagamento de R$ 150 milhões para a campanha de Dilma Rousseff.

Ele explica que, do valor, R$ 50 milhões eram uma "contrapartida específica", de um tema de 2009:

- Em 2009, houve, de fato, para esse caso, uma contrapartida específica para a aprovação de um projeto de lei que atendia a várias empresas. E esses cinquenta milhões vieram com um pedido para a campanha de dois mil e dez. Só que acabou não indo para a campanha de 2010, não sendo utilizado na campanha de 2010, e acabou sendo utilizando na campanha de dois mil e quatorze."

Artigo, Marcelo Aiquel - A carne ruim e o lucro fácil

Artigo, Marcelo Aiquel - A carne ruim e o lucro fácil
      Assistimos, nos últimos dias, uma pirotecnia absurda acompanharas notícias sobre os frigoríficos que desrespeitaram as regras quanto à comercialização de alimentos.
      O que não trouxe nenhuma novidade, pois há muito que se sabe do desleixo com a manufatura de produtos alimentícios.
      Num país corrupto por essência, confesso que me assombra a surpresa causada pelas notícias da “operação carne fraca”.
      O que esperavam os ingênuos consumidores?
      Num país onde corruptores e corruptos convivem alegremente a bordo de aviões privados e iates luxuosos, queriam o quê?
      Que empresas como a JBS (uma das maiores devedoras da Previdência, com mais de 1,5 BILHÕES de impostos em atraso) deixassem de visar lucro para cuidar da saúde dos seus clientes?
      Só quem acredita em Papai Noel engole esta.
      Igual a JBS, funciona a cabeça do empresariado corrupto, sempre disposto a obter uma vantagem pecuniária.
      Pior do que isso, só a cretinice de um frigorífico do Paraná que, aproveitando-se do rumoroso estardalhaço na imprensa, demitiu 300 funcionários sob o “argumento” de que a causa teria sido o impacto nas vendas.
      Ora, em apenas UM DIA tal impacto foi capaz de tamanho prejuízo?
      Contem outra, porque esta ficou difícil de acreditar...
      E, do outro lado deste “escarcéu” está a mídia, altamente comprometida com os altíssimos ganhos com a publicidade nos seus veículos. Como vou criticar a quem anuncia tanto na minha telinha, e me dá tanto dinheiro como cliente, não é “dona” Globo?
      Então basta apontar os canhões da culpa por tudo isso para a Polícia Federal.
      Assim como o marido traído que tira o sofá que serviu de alcova à infidelidade, para “resolver” a sua consciência, o Governo e a mídia atacam quem teve a coragem de desmascarar o escândalo.
      Como sempre, e apesar das provas, é mais fácil culpar o sofá da sala, pois se ele não estivesse ali, nada teria acontecido.

      Então tá!Artigo, Marcelo Aiquel -Ac

Como enfrentar a narrativa populista, William Waack, Brazil Journal

Como enfrentar a narrativa populista
William Waack

As pessoas hoje me conhecem mais como apresentador de telejornal e de um programa semanal de debates, mas minha carreira como jornalista foi sobretudo a de repórter. Meu coração bate repórter; apenas estou apresentador.

Isto é para dizer que não consigo, ao analisar a realidade em que vivemos, fugir à grande lição que aprendi como repórter: fatos não são fatos. Fatos são o que as pessoas fazem do que julgam enxergar e viver.

Pode parecer um contrassenso, mas fatos não ficam de pé por si mesmos (o que vem sendo objeto novamente de pesquisa acadêmica interessantíssima). O quadro é particularmente grave e deprimente para quem, como eu, não está disposto a viver resignadamente no que alguns já chamam “a era da pós-verdade”.

O rótulo pode ser novo e atraente, mas o fenômeno é tão antigo quanto a humanidade, ou seja, quanto a política – sim, porque qualquer tribo de primatas pratica a política, no sentido mesmo que aplicamos ao falar do Congresso: com chefões, suborno, violência, cooptação, alianças e objetivos.

Fatos não se impõem por si, ao contrário do que os economistas muitas vezes acreditam. Até os desastres – nem mesmo os naturais – não são percebidos da mesma maneira por pessoas diferentes em termos de suas causas, consequências e medidas para corrigir o estrago. Tudo isso é senso comum, que os psicólogos estudam há mais de sete décadas e que alguns descreveram (estou simplificando a tese) como “desfazendo” a realidade. Em outras palavras, nós seletivamente amplificamos o que nos convém, ignoramos o que nos é inconveniente, e reinterpretamos tudo à nossa volta.

Sendo minha biografia a de um repórter encarregado de explicar rapidamente para o público brasileiro realidades complexas em países distantes, meu cacoete ao analisar a situação atual vem da política, e não da sociologia ou psicologia. E na política, o fenômeno considerado “atual” faz parte dos clássicos há séculos, com abundante literatura a respeito escrita já bem antes de Cristo. O fenômeno do discurso populista atual obedece às mesmas linhas gerais de sempre: contar mentiras que possuem alguma verossimilhança com a “verdade”, repeti-las à exaustão, apelar ao medo e prometer soluções rápidas e fáceis.

Quem acabou descrevendo de forma muito contundente o que acontece na era da revolução da informação (nas “redes sociais”) foi Umberto Eco, ao dizer que se tratava em boa medida do “empoderamento de imbecis”. Não, não é arrogância elitista. É a ideia de que a velocidade e a amplitude da comunicação entre pessoas – em vez de torná-las mais curiosas ou ávidas por checar os fatos, procurar os fatos, confrontar-se com fatos desagradáveis – apenas reforçam preconceitos, pressupostos e aquilo que já se considera o “certo”.

É outro truísmo afirmar que discursos populistas dificilmente ganham projeção se não tiverem uma conexão mínima com o “zeitgeist”, com o espírito de uma época. Como o tema desta minha contribuição ao trabalho do Geraldo Samor é tentar responder à questão “como enfrentar a narrativa populista?”, minha resposta não é animadora.

Aquilo que nós, jornalistas profissionais com opiniões – mas desvinculados de orientações partidárias e afiliações a grupos de interesse – consideramos “fatos essenciais” que deveriam em mínima medida ser levados em consideração por agentes políticos, econômicos e eleitores, não são levados em conta sequer por boa parte do público.

Ao contrário: frequentemente, a tentativa de contra-atacar uma óbvia mentira (a de que Lula e Dilma não foram em larga escala responsáveis diretos pelo descalabro econômico, político e moral no qual nos encontramos, por exemplo) através de um bombardeio de fatos provoca em muitos casos a reação contrária. Em outras palavras, contrapor um mito à realidade dos fatos reforça o mito.

Infelizmente, é um bocado assim: dados importantes da realidade surgem na era da narrativa populista como coisa chata. É muito mais fácil e confortável agarrar-se defensivamente ao que cada um já considera sua visão de mundo estabelecida.

Mas como, então, enfrentar a narrativa populista na era da pós-verdade?

Tentando vencer a guerra cultural na qual estamos. Usando os fatos para descrever o mundo. Nunca abandonando o que considero o foco central da atividade do jornalista profissional: a preocupação em contar histórias de pessoas para pessoas, o respeito ao público, aos princípios universais dos direitos humanos, das liberdades, da tolerância e, na minha convicção pessoal, do lugar central do indivíduo – em oposição às narrativas de utopias sociais ou controle a partir de instâncias superiores sempre ocupadas por grupinhos que julgam saber o que é a História ou o que é melhor para a humanidade.

Acho que é uma tarefa ingrata nas circunstâncias atuais, mas a única moralmente aceitável.

Enfrentar a narrativa populista é descrevê-la incessantemente pelo que ela é, pelo que tem de prejudicial à própria vida dos que dela se tornam reféns, pelo que ofende a inteligência e os princípios universais aos quais me referi acima, pelo mal e dano que causa em prazo mais longo às sociedades humanas e seus integrantes.


O antídoto contra esse tempo perigoso e imprevisível é agir com a própria consciência.

Entrevista: Gustavo Grisa, economista, sócio da Agência Futuro, especialista em gestão e inovação pública

Entrevista: Gustavo Grisa, economista, sócio da Agência Futuro, especialista em gestão e inovação pública.

- O que os alemães que estão investindo no aeroporto Salgado Filho enxergaram, que nós não enxergamos?

Muitos  já enxergavam que a privatização do aeroporto é algo que estava caindo de maduro há muito tempo.A ausência de parceiros de baixa  credibilidade no processo de leilão, como a Infraero e empreiteiras brasileiras, ajudou a trazer operadores de primeira linha. Um avanço regulatório.
 O que os operadores internacionais notaram é que há uma grande defasagem e potencial não aproveitado no aeroporto que serve a terceira região metropolitana do País em termos econômicos. O RS, mesmo com uma dinâmica mais lenta que outros Estados, ainda é a quarta economia do País. E a sua infraestrutura é aquém. Essa é uma percepção que não foge a qualquer análise objetiva.

- Quais as vantagens em ter um aeroporto com melhor estrutura?

Em primeiro lugar, o transporte de cargas, que é uma defasagem que já nos fez perder muitos investimentos para outros Estados. A capacidade deverá ser ampliada. Em segundo lugar, a estrutura aeroportuária é fundamental para tornar a cidade uma captadora de fluxos econômicos, de conhecimento, de pessoas, de cultura. As "aerotrópoles" fazem um papel importante de difusão do desenvolvimento. Um dos principais exemplos no mundo é Cingapura, com seu aeroporto Changi, mas não há dúvida que a estrutura aeroportuária e de seu entorno é um item importante para a competição econômica mundial. No Brasil, Campinas e Brasília se desenvolveram muito sendo "hubs" aeroportuários mais robustos, gerando negócios e investimentos no entorno dos seus aeroportos. Esse ganho de qualidade poderá passar aos serviços, à estrutura de transportes, receptivo e hotelaria, à integração desse sistema.

- O que os governos podem fazer para continuar esse ciclo ?


Quanto ao aeroporto, assegurar que as condições previstas no leilão serão cumpridas. Que se poderá ampliar a pista, que se poderão realizar as melhorias em tempo hábil, que não haverão surpresas no meio do caminho. Que os novos entrantes encontrem um bom ambiente para trabalhar.  Melhorar a burocracia, os licenciamentos, os sinais trocados. Investimento de nível global é sempre muito bem-vindo. Havendo inteligência e articulação, não é preciso haver investimentos públicos de vulto. Se o modelo brasileiro de privatizações evoluir para este caminho, poderá ser uma chance de destravar alguns nós na infraestrutura do RS. Existe uma grande oportunidade imediata de investimento em infraestrutura no Estado se for dada uma mínima condição regulatória e de cumprimento dos contratos, no nível federal e estadual.

Tito Guarniere - Da previdência e de malas de passageiros

Tito Guarniere - Daprevidência e de malas de passageiros
Para entender o Brasil – e concluir que o País não corre o menor perigo de dar certo – basta dar uma olhada em certas notícias secundárias, periféricas, mas que refletem a visão comum e estouvada de certas instituições e autoridades.
Uma juíza de Porto Alegre proibiu o governo federal de fazer “propaganda” da reforma previdenciária. Segundo a doutora, a companha não possui caráter “educativo, informativo e de orientação social”.
Governantes não costumam ser honestos quando se comunicam com a sociedade. Mudanças na previdência não são exatamente bem-vindas. E nenhum governante daria uma má notícia, a menos que ela seja verdadeira, dramaticamente verdadeira. Faz muito tempo neste País que um governo não vem a público para dar conta da gravidade de uma situação, de um problema, e da disposição de enfrentá-lo. Temer, com todos os percalços ao seu redor, teve a coragem de incluir na agenda do seu governo o tema da Previdência.
Ou seja, se existe uma campanha que possui um caráter educativo, informativo e de orientação social, esta é a da reforma da previdência. A juíza de Porto Alegre que me perdoe: vetar a campanha obscurece o debate, impede o governo de expor com clareza as suas razões. Com a decisão da juíza, os maiores interessados na reforma da previdência, os trabalhadores, o povo, permanecerão na doce ilusão de que o Estado brasileiro honrará seus compromissos, nos termos em que se apresentam hoje, sem necessidade de mudanças substanciais na idade mínima, no tempo de contribuição, no valor dos benefícios.
Em outra questão, OAB e Ministério Público Federal uniram forças – e quando estão juntos raramente dá boa coisa - para impedir a cobrança de bagagens pelas companhias aéreas, que a Agência Nacional de Aviação Civil-ANAC havia autorizado.
Que o MP meta a colher no assunto vá lá. É do seu jeito e natureza a intromissão em matérias que vagamente lhe dizem respeito. Mas a Ordem? Só pode ser porque não tem nada mais útil para fazer. Ambos, OAB e MP, se atribuem o papel de paladinos dos cidadãos indefesos. Também nos consideram – nós que não somos do MP nem advogados - meio burrinhos, incapazes de defender nossos direitos e interesses. Assim ao menor sinal de alguma “ameaça”, se apresentam para nos proteger, mesmo que ninguém tenha requerido a prestação dos seus serviços.
MP e Ordem desconhecem o que seja competição, concorrência. Se deixassem os passageiros aéreos em paz, com suas bagagens, eles em breve saberiam perfeitamente distinguir qual das companhias aéreas lhes oferecerá, na nova circunstância, o melhor serviço e a tarifa mais barata. Passageiros aéreos sabem mais de custo de passagens, de ofertas promocionais de voos, de espaços disponíveis, de programas de milhagem e da qualidade de serviços do que Ordem e Ministério Público juntos.
Dou de graça a informação que a OAB e o MP parecem não dispor: a maioria das companhias “low cost”, de baixo custo, as que vendem as passagens mais baratas em todo o mundo, cobram a bagagem em separado. Com frequência, o custo da mala é maior do que o da passagem.

titoguarniere@terra.com.br

A face oculta - Denis Lerrer Rosenfield

A face oculta - Denis Lerrer Rosenfield

A Lava-Jato desvendou a face oculta da democracia brasileira, tal como foi implementada na última década. Uma organização criminosa, disfarçada de ideias esquerdistas, tomou de assalto o Estado, trabalhando em benefício próprio e nos de seus comparsas, que enriqueceram nesta apropriação partidária do público. Seria simplesmente hilário o fato de os responsáveis de tal apropriação dizerem que o atual governo subtrai “direitos”, não fosse o caso de alguns ainda lhes darem ouvidos. Contentam- se, aliás, com os velhos chavões de que não há problemas com a Previdência, bastando, para tanto, repetir as velhas fórmulas carcomidas que levaram o país a esse buraco. Foram, precisamente, os erros passados que conduziram o país a este descalabro de depressão econômica e social, para não dizer psicológica, dos que perderam o seu emprego e nada têm a oferecer em casa para os seus filhos. Os autores de tal desastre já deveriam ter sido responsabilizados, estando condenados e, mesmo, presos.


Posam, entretanto, de “oposição”, em um claro sintoma de podridão do sistema político. Um fato merece ser ressaltado por ser revelador de certa concepção da democracia. Quando do enterro da ex-primeira dama, Lula recebeu pêsames de vários adversários e mesmo, por ele, considerados inimigos, entre os quais o ex-presidente Fernando Henrique. Ocorre que tal ato de solidariedade veio acompanhado de “propostas” de diálogo em nome do Brasil e da democracia, como se o líder de uma organização criminosa fosse um interlocutor privilegiado.
No caso, parece que as ideias esquerdistas comuns de antanho tenham orientado este tipo de diálogo, como se elas pudessem encobrir os crimes perpetrados contra o Estado. Trata-se de uma nuvem de fumaça que deixa transparecer um diagnóstico completamente equivocado do que ocorreu com o Brasil nos últimos 13 anos. Não houve “erro político", mas sequestro da representatividade política e dos bens dos contribuintes. É uma tentativa de reatar com um passado que, no presente, tornou-se inexistente. Acontece que não estavam sozinhos neste seu empreendimento.

Contaram com o apoio da maior parte dos partidos políticos, destacando-se o PMDB, o PP, o PDT e outros, em uma salada partidária de causar inveja aos maiores chefs pela diversidade ideológica e pelo fisiologismo. A nova lista de Janot é de estarrecer até os mais incautos, por envolver seis ministros mais quatro anteriores do atual governo, os ex-presidentes Lula e Dilma, quatro de seus ministros, incluindo dois da Fazenda, estendendo-se, agora, também a dirigentes do PSDB, incluindo potenciais candidatos a presidente da República.
Isto sem contar os presidentes da Câmara e do Senado e um número expressivo de senadores e deputados. A classe política foi literalmente dizimada, deixando de exercer a sua função de representatividade.

Como pode uma democracia sustentar-se sem uma adequada representação política, respaldada por partidos idôneos e com ideias de nação? A situação é tanto mais problemática do ponto de vista institucional que a linha sucessória presidencial estaria atingida caso os presidentes da Câmara e do Senado fossem condenados. Não se trata de fazer um juízo de valor sobre essas pessoas, que têm o seu direito legítimo de defesa, mas de apontar para uma questão da maior gravidade, qual seja, a de uma democracia que pode se tornar acéfala. Uma sociedade sem alternativas pode rumar para aventuras, agarrando-se a qualquer pessoa que lhe apareça como uma âncora, por mais falsa que seja. A sociedade hoje percebe a classe política como um bando de corruptos, não fazendo mais a necessária distinção entre bons e maus políticos. Coloca-os todos no mesmo saco, como se não houvesse diferença a ser feita. E parlamentares e ministros de nada ajudam, pois pensam somente em sua própria salvação.

Algo chamado Brasil ou bem público simplesmente desaparece do horizonte. O sucesso do governo Temer torna-se tributário da aleatoriedade de tais movimentos, pois estratégia vem a significar sobrevivência. Exemplo particularmente gritante encontra-se nas mais diferentes tentativas de anistia (ou melhor, autoanistia, o que seria logicamente contraditório) do caixa 2, ampliando-se para as doações eleitorais legais, independentemente de sua origem. Os envolvidos na Lava-Jato procuram tão somente safar-se de condenações e da cadeia.
Evidentemente, cada caso é um caso, cuja decisão cabe aos juízes e ministros que discriminam as responsabilidades individuais, assegurando a todos o direito à legítima defesa. Contudo, não estão clamando pelo estado democrático de direito, mas pelo estado de salvação individual. Pretendem ocultar todo o sistema de corrupção que os levou ao poder. É como se os crimes da Odebrecht e de outras empreiteiras e frigoríficos fossem simplesmente corriqueiros na vida brasileira.



O anormal mudou de nome. Façamos a seguinte analogia. Se o narcotráfico tivesse irrigado as campanhas eleitorais, os partidos e os bolsos dos políticos, não se deveria investigar a origem dos recursos? Seria tudo considerado legal, pois devidamente declarado aos tribunais eleitorais? Os Odebrecht seriam simplesmente substituídos pelos Fernandinhos Beira-Mar e tudo estaria “normal”! A situação da democracia brasileira é deveras preocupante. O que a Lava- Jato está mostrando é a existência de um propinoestado, equivalente a um narcoestado, em uma versão mais branda e, aparentemente, politicamente aceitável. Não convém, porém, desconhecer a gravidade da situação, edulcorada pela cordialidade da classe política entre si, que dá as costas para o país. Há um divórcio crescente desta classe política em relação à sociedade, cuja opinião é de condenação moral generalizada.
Ninguém é poupado. E a democracia encontra-se ameaçada se passos importantes não forem dados no sentido da moralidade pública pelo governo, pelo Senado e pela Câmara.


(*)Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Artigo, Marcelo Aiquel - Peçam a Deus

Artigo, Marcelo Aiquel - Peçam a Deus
      Ontem, numa encenação patética (não fosse absolutamente ridícula), o ex-presidente Lula (também conhecido como o ser vivo mais honesto deste país), ao lado da “professora de francês e português”, a defenestrada Dilma guerrilheira Rousseff, teve a coragem de – sob os aplausos comprados de uma parca claque contratada – declarar que só DEUS o impedirá de voltar em 2018.
      Não é a primeira, e certamente não será a última, BLASFÊMIA cometida pelo boquirroto ladrão, que não aprendeu a respeitar sequer o criador da religião que diz seguir.
      Com a fingida admiração da ANTA mor desta nação, que sorria ao seu lado como uma pessoa que tem graves distúrbios mentais (basta assistir seus pronunciamentos, seja na língua mãe ou em outras que ela se esforça – em vão – para dominar) o falastrão de nove dedos continua a desafiar a própria sorte.
      Pois, caso a Justiça Divina lhe poupe do vexame de ser preso, e condenado, a Justiça dos Homens não o fará, para desespero dos advogados que o assessoram.
      Ciente de que seu destino já está desenhado, o fanfarrão busca, nos holofotes de uma mídia comprometida, a alternativa para continuar enganando um grupelho – cada vez menor – de pessoas que acreditam sinceramente na sua inocência.
      Para tanto, não se envergonha de usar até aquelas figuras que publicamente já criticou, e que, sem nenhum pudor, se prestam para o triste papel de desfilar à sua sombra.
      Afinal, para aparecer, vale qualquer coisa. Não é mesmo, Dilma?
      Nunca antes na história deste país houve alguém que desrespeitasse a tantos como este crápula aproveitador.
      Na verdade o povo brasileiro não precisa pedir a DEUS que impeça o canalha de prosseguir na sua caminhada de crimes, pois DEUS sabe fazer a hora acontecer.

      Eu creio nisso e tenho profunda piedade por aqueles que não acreditam, pois são uns infelizes de espírito.

O mensalinho de Lula

Thiago Bonzatto - Veja

O mensalinho de Lula


A Odebrecht confirma que pagou a reforma do sítio de Atibaia, patrocinou o filho mais novo do ex-presidente e deu mesada em dinheiro a um dos irmãos do petista.


O ex-presidente Lula prestou na semana passada o seu primeiro depoimento à Justiça na condição de réu. Ao longo 50 minutos, o petista se defendeu da acusação de ter tentado atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, contou piadas e, como já fizera outras vezes, desafiou: "Duvido que tenha empresário ou politico com coragem de dizer que me deu  10 reais ou que o Lula pediu 5 centavos a ele".

Essa declaração  deverá se esfacelar nos próximos dias, quando vier à tona a íntegra da delação dos executivos da Odebrecht.

Companheiro de longa data de Lula, desde a época das greves sindicais, o ex-diretor de relações institucionais da empreiteira, Alexandrino Alencar, produziu um capítulo letal sobre o ex-presidente no enredo do petrolão.

Alencar revelou que, por mais de uma década,  a empreiteira pagou uma mesada a José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do ex-presidente. A ajuda financeira se estendeu durante os dois mandatos de Lula e só foi cortadas quando os empreiteiros foram presos.

A revelação do ex-diretor da Odebrecht será anexada aos processos que já apuram o envolvimento financeiro do ex-presidente com a construtora.

O Ministério Público denunciou Lula pelos crimes de corrupção passiva e tráfico de influência, entre outros.

Uma das acusações trata exatamente de uma suposta troca de favores entre a construtora e a família de Lula.

Segundo os procuradores, o vidraceiro Taiguara Rodrigues, sobrinho do petista, recebeu 20 milhões de reais da Odebrecht como pagamento por uma obra que ele nunca realizou. Parte desse dinheiro, já
 se sabia, foi usada para pagar algumas despesas pessoais de Frei Chico.

Alencar, porém, revelou que a ajuda era maior. Além do dinheiro que entrou na conta do vidraceiro, a empreiteira pagava, em média, 5000 reais por mês ao irmão do ex-presidente.

E o mais importante, tudo feito a pedido do próprio Lula.

Frei Beto e Taiguara não foram os únicos a receber subsídios da Odebrecht. Alencar contou que a ex-primeira-dama Marísia Letícia, morta em fevereiro passado, pediu pessoalmente ajuda na reforma do sítio de Atibaia, em São Paulo, usado pela família de Lula.

Segundo um laudo da policia, a obra de melhoria no imóvel - que também contou com auxílio de engenheiros da OAS - custou 1,2 milhão de reais.

O depoimento reforça as evidências coletadas de que o ex-presidente é o verdadeiro dono do sítio, o que ele sempre negou.

Um diretor da Odebrecht cuidava do bem-estar da família de Lula

Ao mesmo tempo em que negociava no governo, Alencar exercia o papel de mantenedor da família.

Ele contou que a empreiteira patrocinou a carreira de Luís Cláudio Lula da Silva, o filho mais novo do ex-presidente, ajudando a transformar o então professor de educação física num bem-sucedido empresário do ramo esportivo.

Alencar entregou aos procuradores um diagrama no qual estão registrados a relação dos pagamentos e mais dois fatos que agravam a situação do ex-presidente.

Segundo o ex-diretor, , a empreiteira comprou um terreno para construir a sede do Instituto Lula em São Paulo. O imóvel, no entanto, não foi utilizado.

Além disso, Alencar confirma que Lula recebeu mais de 3 milhões de reais para realizar palestras e defender os interesses comerciais da Odebrecht no exterior entre 2011 e 2014.


"O ex-presidente jamais fez solicitação dessa natureza a ninguém", diz o criminalista José Roberto Batochio, advogado de Lula.