Índice de criminalidade despenca pra valer nos primeiros cinco meses do ano


Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública na sexta-feira, os índices de criminalidade apresentaram queda nos primeiros cinco meses de 2018 em comparação com o mesmo período do ano passado no Rio Grande do Sul. 

Houve alta em apenas um item: o estupro de mulheres.

Latrocínio, crime que mais assusta a população das grandes cidades, a redução foi de 34,4%. Já nos homicídios, em comparação com o mesmo período de 2017, a queda foi de 26,3%. 
Em Porto Alegre, a tendência também foi de queda, já que os casos de homicídio doloso diminuíram 19,7% e de latrocínio, 22,2%. 

Ao todo, 17 indicadores são analisados, representando os crimes de maior potencial ofensivo contra a vida e contra o patrimônio:

• Homicídio doloso: - 26,3%
• Latrocínios: - 34,4%
• Furtos: - 14,6%
• Abigeato: - 31,5%
• Furto de veículos: - 16,9%
• Roubos: - 22,6%
• Roubos de veículos: - 9,8%
• Estelionato: - 7,1%
• Furtos de bancos: - 28,8%
• Roubo de bancos: - 6,9%
• Furto de comércio: - 22%
• Roubo de comércio: - 31,4%
• Roubo de usuários de transporte coletivo: - 56,4%
• Roubo de profissionais de transporte coletivo: - 33,4%
• Ameaça contra mulheres: - 3,1%
• Lesão corporal contra mulheres: - 2,4%
• Estupro de mulheres: 8%

Bolsonaro lidera em todos os cenários, diz pesquisa encomendada pela XP


O deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à Presidência, lidera a disputa eleitoral nos cenários sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com até 23 por cento de apoio, enquanto o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) salta de 3 para 11 por cento quando associado diretamente a Lula, de acordo com pesquisa encomendada pela XP Investimentos publicada nesta sexta-feira.Segundo o levantamento, publicado pelo jornal Valor Econômico, Haddad marcou 3 por cento quando seu nome foi citado isoladamente na pesquisa telefônica com 1 mil entrevistas realizada pela Ipespe, mas saltou para 11 por cento quando seu nome foi apresentado como "Fernando Haddad apoiado por Lula".Nesse cenário, Bolsonaro lidera com 21 por cento, com Haddad empatado em segundo lugar com a ex-ministra Marina Silva (Rede) com 11 por cento. Ciro Gomes (PDT) aparece com 9 por cento, Geraldo Alckmin (PSDB) com 8 por cento e Alvaro Dias (Podemos) com 6 por cento.No quadro em que Haddad registra 3 por cento, a liderança da pesquisa também é de Bolsonaro, com 22 por cento, seguido por Marina (13 por cento), Ciro (11 por cento), Alckmin (8 por cento) e Alvaro Dias (6 por cento).Em simulação com Lula como candidato, apesar de o ex-presidente estar preso por condenação em 2ª instância no âmbito da operação Lava Jato --o que deve inviabilizar sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa-- o petista aparece na primeira posição, com 30 por cento de apoio, contra 20 por cento de Bolsonaro, 10 por cento para Marina, 7 por cento de Alckmin, 6 por cento de Ciro e 5 por cento para Alvaro Dias.Em um último cenário pesquisado, sem qualquer candidato petista na disputa, Bolsonaro lidera com 23 por cento, à frente de Marina (13 por cento), Ciro (11 por cento), Alckmin (9 por cento) e Alvaro Dias (7 por cento).A pesquisa também fez simulações para o segundo turno, e apontou que Lula venceria Bolsonaro por 40 a 30 por cento. O deputado ficou numericamente atrás de Marina, com 35 a 36 por cento, mas à frente de Ciro (35 a 33) e de Alckmin (34 a 29). Numa disputa entre Ciro e Alckmin, o candidato do PDT registrou 32 contra 29 por cento do tucano, enquanto Alckmin marca 30 contra 20 de Haddad numa eventual disputa entre ambos.A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 6 de junho por telefone, o que gera controvérsia entre os grandes institutos de pesquisa. A margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos percentuais. (Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

Artigo, Luiz Fux, presidente do TSE - Contra notícia falsa, mais jornalismo


Na última terça-feira, dez partidos políticos firmaram com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um acordo de colaboração para manter o ambiente eleitoral imune à disseminação de notícias falsas. Outras legendas devem seguir o mesmo caminho. Ciente de que as fake news podem “distorcer a liberdade do voto e a formação de escolhas conscientes”, o Parlamento brasileiro comprometeu-se publicamente a agir contra elas.
Mas a luta contra a desinformação também tem que contar com o apoio da imprensa – tanto a que acompanha diuturnamente a movimentação de atores políticos, quanto a que se dedica à checagem de fatos e declarações de autoridades, prática conhecida como factchecking. O jornalismo político-eleitoral precisa ser livre para apontar as imprecisões do discurso público e investigar condutas questionáveis. No período de campanha, ainda mais.
Nas últimas semanas, vieram à tona relatos de ataques contra jornalistas especializados na cobertura política – nas ruas e nas redes sociais. Alguns profissionais chegaram, inclusive, a sofrer agressões físicas, difamações e ameaças. O TSE repudia esses episódios e se posiciona ao lado dos jornalistas. A imprensa é vital a qualquer democracia. Tem a nobre função, entre outras tantas, de qualificar o debate público, indicando dados corretos e informações contextualizadas e precisas. Investigar e expor inverdades, com base em apurações isentas e fontes de dados legítimas, não podem resultar em hostilidade.
Levantamento feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra que, nos seis primeiros meses de 2018, foram registrados 105 casos de violações contra jornalistas no país. Um ódio que se espalhou também no ambiente virtual. Em 10 de maio, o Facebook inaugurou no Brasil seu projeto de verificação de notícias, algo que deveria ser bem visto por aqueles que lutam contra a desinformação. É grave o relato de que profissionais incumbidos de verificar notícias falsas nessa plataforma tenham sido expostos e ameaçados antes mesmo de começarem a desmentir conteúdos maliciosamente distorcidos.
Países com democracias sólidas e textos constitucionais robustos conseguem garantir a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, um jornalismo político-eleitoral combativo, crítico e investigativo. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 40 plataformas de checagem de dados trabalharam durante as eleições de 2016. Outras cinco participam hoje da iniciativa de verificação do Facebook. Não houve registros de agressões a seus jornalistas.
O jornalismo de qualidade pode incomodar, mas sua existência deve ser garantida. O TSE entende que os jornalistas são fundamentais no processo eleitoral: dão ao eleitor informações vitais para que o voto seja exercido com consciência. Por isso, defende os profissionais que lutam para promover a participação ativa dos cidadãos no processo democrático e repele qualquer tentativa de silenciá-los.
* Luiz Fux é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)